[EM ANDAMENTO]
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Jeon Jungkook é um renomado Pintor em Paris, mesmo desfrutando de tudo que há de melhor, ainda assim, aquele alfa com aroma de framboesa e licor sentia um vazio interior.
Até que...
Ele tom...
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"Pela primeira vez meu coração acelerou"
J U N G K O O K
🍄
Adeus, Paris.
Finalmente, estou deixando para trás a cidade que um dia simbolizou meus maiores sonhos, mas que, com o tempo, se tornou um cárcere de ilusões quebradas. Ser pintor na França parecia glamoroso de longe, mas a realidade é muito diferente. Paris é bela, claro, mas por trás de cada monumento, cada avenida encantadora, há uma frieza que te engole aos poucos. Eu lutei, lutei com tudo que tinha ㅡ suor, lágrimas e noites em claro ㅡ para, no fim, me encontrar aqui, sem fôlego, sem rumo.
Sou Jeon Jungkook, mas aqui, em Paris, me tornei Enzo Mancini. Um alfa lúpus, cobiçado por todos, mas incapaz de se sentir completo. Sinceramente, essa é a parte da minha história que prefiro pular. Apresentações sempre foram uma perda de tempo para mim. Quem gosta de se ouvir falar sobre si mesmo?
Agora estou no assento 13C, junto à janela, enquanto uma senhora beta dorme ao meu lado, roncando alto o suficiente para fazer as pessoas ao redor olharem. Mas isso não me incomoda. O que me perturba, no fundo, é o que deixei para trás. Por que estou indo embora deste lugar que, para muitos, é o destino dos sonhos? Simples: não há mais nada aqui para mim.
Paris tem seu charme, mas é preciso um tipo especial de "marra" para lidar com o povo francês. O frio os faz evitar o banho, compensando com perfumes fortes demais para meu olfato aguçado. Ah, e aquele clima de superioridade... isso foi o que realmente me desgastou.
Agora, estou voltando para South. Minha cidade natal, onde deveria ter ficado o tempo todo. Minha respiração se acelera levemente. Algo me espera lá, e não sei ao certo o que é. Só meus irmãos estão por lá, mas sinto que algo maior se aproxima. O que será?
ㅡ Voulez-vous un champagne, monsieur? ㅡ a comissária pergunta, interrompendo meu fluxo de pensamentos.
ㅡ Non, merci ㅡ respondo rapidamente, enquanto ela se afasta, atendendo outro passageiro.
Meus dedos giram a caneta enquanto olho para fora da janela. O céu azul parece quase tocável, e as nuvens, fofas como neve, se espalham no horizonte. Em momentos assim, desenhar é a única coisa que ainda me dá paz. Meus traços leves no iPad vão dando forma a tudo que vejo e sinto ㅡ o que é raro hoje em dia. Desenho paisagens, personagens, tudo que meus olhos captam. Descobri essa paixão quando era apenas um filhote. Minha mãe, Akira, guardava cada um dos meus rabiscos para comparar com os desenhos de hoje. A evolução foi imensa, mas o que mudou mais não foi o traço... foi o garoto que segurava o lápis.
Um aviso do piloto me tira do transe: estamos prestes a pousar. Respiro fundo, apertando o cinto de segurança e desligando o iPad. Aviões sempre foram um mal necessário para mim. Seguro o braço da poltrona, enquanto a senhora ao meu lado continua dormindo, completamente alheia à turbulência interna que se passa em mim.
