|1| Lá amháin

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A força matinal de Jungkook se prestava agora somente p'ra fazê-lo gemer entre dentes e se arrepender da noite passada

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A força matinal de Jungkook se prestava agora somente p'ra fazê-lo gemer entre dentes e se arrepender da noite passada.

Vodka.

A incrível e traiçoeira bebida transparente que no começo é levada como água inofensiva, mas quando menos perceber vai te dar um soco que causará dor de cabeça e uma ressaca enjoativa no dia seguinte. É uma puta bebida ruim que ele negava sempre quando estava sóbrio, mas depois de várias doses de tequila aceitava beber até desinfetante se oferecessem.

O começo de uma segunda-feira qualquer que não tinha muita glória pro rapaz que só via alegria nos finais de semana, fora isso, outros dias eram questão de sobrevivência ao tédio e rotina chata de adulto.
Felizmente ainda carregava uma boa porcentagem de espírito festeiro que o arrastava para noites agitadas, o que em breve iria acabar por conta do desgaste físico e mental.
É assim mesmo, ele tinha certeza que em pouco menos de quatro anos seria o cara que fica em casa dormindo ao invés de aproveitar a vida jovem.

A dor de cabeça era tão incômoda que sentia seu cérebro sendo esmagado por um bichinho pequeno com pés e mãos grandes que o massacravam sem dó. Um claro aviso de que o remédio adiantou pra porra nenhuma fora atiçar mais aquele maldito bichinho da dor de cabeça.

Um risinho no meio do desconforto por lembrar que sua mãe costumava nomear cada dor como um bichinho. O bichinho da dor de barriga, o bichinho da dor de dente, o bichinho da dor de garganta e assim por diante. Pra melhor explicar ao pequeno, ela até fazia desenhos feios e estranhos de monstrinhos com pêlos coloridos, chifres e olhos raivosos.

Sentir dor deixava Jungkook irritado. Tão irritado que ele preferia descontar socando um saco de areia do que ficar quieto na cama esperando milagrosamente os efeitos químicos do analgésico amargo ou recebendo sopinha. Só agora sequer tinha forças pra fazer qualquer coisa além de beliscar com força a própria coxa para substituir uma dor por outra.

Isso costumava funcionar.

Resmungou alto e se levantou da cadeira até a mesma cair pra trás causando um estrondo no assoalho de madeira que com certeza não tinha nada a ver com sua casa e o piso de silestone escuro. Nada daquele apartamento pequeno tinha em semelhança com sua casa grande e fria que carregava riqueza até nas simples maçanetas de cada porta.

Com toda certeza não lembrava da pessoa que deixou deitada na cama, ou ao menos tinha ideia de como seu corpo foi parar ali, mas as evidências claras diziam que começou com um jogo de baralho e terminou com sexo no sofá e depois na cama ou quem sabe em outros cômodos antes de caírem tontos e cansados debaixo do lençol.

Fazendo uma careta de poucos amigos — é um algo literal no geral —, deixou o apartamento e se viu perdido por longos minutos na parte de fora do edifício até conseguir ler a placa indicando a rua e bairro que estava.

Muito, muito longe de onde deveria estar chegando se não quisesse se atrasar. Não que essa fosse sua meta de aluno perfeito, mas quanto mais rápido chegasse, mais rápido poderia sair também.

A jóia Jeon - taekook. Onde histórias criam vida. Descubra agora