Prólogo

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16/05/2011

A mulher alta e de cintura fina brincava tranquilamente com sua filha em seu chalé alugado. Era um dia feliz, um dia normal. Até que o pai da criança chegou; embebedado. O loiro escancarou a porta e trouxe consigo um amigo, que parecia bêbado também.

- Bernard, sabe que não aprecio seus modos de trazer seus amigos dopados de álcool aqui em casa. - Acácia disse se levantando e pegando a pequena menina em seus braços.

- E não ligo, mulher! *ic* Eu que mando nessa porcaria de casa! - O homem disse sério olhando a filha logo em seguida que o olhava sorrindo com o dedão na boca. - Tira esse dedo da boca, criança insuportável!

- Bernard! - A mãe reclamou vendo a filha se encolher.

- Cale a boca mulher e venha comigo. - O homem pegou a esposa pelo braço e a puxou com violência, fazendo-a desequilibrar e derrubar a filha no chão. - Coloca a menina o quarto, Martin. - Ele disse ao amigo que estava tão bêbado quanto ele. A garotinha se levantou ás presas do chão vendo seu joelho com um corte e tentou correr mas Martin a agarrou pelo braço.

- Não! Me solta! Mamãe!! - A menina esperneou com medo.

- Martin solte-a, por favor. - A mãe praticamente implorou olhando o amigo do marido com urgência.

- Aah, o que tem eu querer brincar com ela? - O homem mais velho perguntou com malícia no olhar e um sinal de alerta piscou na mente de Acácia.

- Tire as mãos da minha filha!! - Ela gritou. Segundos antes de receber um soco no estômago do seu próprio marido, a fazendo desmaiar e ficar inconsciente com falta de ar.

Os próximos minutos duraram uma eternidade para a pequena Abigail Stuart que naquele momento fora abusada sexualmente por dois homens ao mesmo tempo, sendo um deles, seu próprio pai.

05/07/2022 - Dias Atuais

Abbie pov

Termino de desenhar o ceifador na folha do meu caderno de desenho e dou um suspiro pesado. Ficou sinistro; sorrio e mostro á minha pisiquiatra que me encara preocupada.

- Bem... ficou esplêndido, senhorita Stuart. Mas você não se cansa de desenhar esses temas macabros?

- Não. Pelo contrário, acho super interessante. - Digo dando de ombros. Passando o dedo indicador na língua e o passando na folha para virá-la.

- Entendo, mas não seria curioso tentar fazer obras com temas mais apropriados? - A ruiva arqueia uma sobrancelha e sinto meu sangue ferver. Belisco meu pulso com força buscando me acalmar.

- Está dizendo que não sei fazer o que eu faço? - Falo cruzando os braços.

- Não é isso, Abbie. É só que...

- Não me chame de Abbie! Só a minha mãe me chamava assim!! - Aumento meu tom de voz e percebo ela com a mão no bolso; respiro fundo sabendo que a qualquer momento ela pode pedir ajuda aos meus afãns para me segurar. - M-me desculpe, Dixxie.

- Sei que é uma boa menina, Abbie. Na próxima sessão iremos praticar o controle de suas crises.

- Eu já disse que não são crises. Vocês nunca me viram tendo uma crise...

- Quem é a profissional aqui? - Ela pegunta e reviro os olhos. - Nos vemos semana que vem, Abbie.

Saio da sala e logo sinto meus afãns colocarem as algemas em meus pulsos. Sinto uma vontade imensa de chorar, mas espero para que me coloquem em minha cela primeiro. Sei que moro em um internato mas tecnicamente eu cometi um crime. Assasinei meu pai á varadas faz uns 3 anos e dês de então vivo aqui. Não tenho amigos, não tenho amor, não tenho compreensão. Só surras, julgamentos e medicamentos. Eu tenho que estudar sozinha no meu quarto para não deixar os outros jovens em risco. Isso me faz sentir excluída mas sei que é para o bem maior, já que, dizem que eu sou perigosa.

1:27 da tarde; Manhattan

Steve pov

Termino que ler o jornal do dia e me dirigo a sala de Fury. Sorrio sem mostrar os dentes ao ver que tudo está organizado e em seu devido lugar. Até que a voz do homem dispersa meus pensamentos.

- Rogers. - O encaro e aceno com a cabeça.

- Me chamou, Nick? - Pergunto me sentando em uma das poltronas da sala.

- Claro, e... Foi bom você ter se sentado aí pois o assunto irá mexer com sua mente antiquada. - Fury me encara sério, retribuo o olhar com mais seriedade. - Bem; imagino que já tenha sido informado sobre a pesquisa que a S.H.I.E.L.D anda fazendo, certo?

- Sim, sobre os novos imperitos da equipe. - Concordo passando as mãos em meus cabelos.

- Exatamente. Nossas buscas cheias de sapiência nos levaram a dados atualizados de uma moradora do Internato Floyd MacGyver.

- Cujo nome seria?

- Abigail Stuart. Seus amigos a chamam de Abbie. Ou seja, ninguém; já que a mesma é solitária e não mantém contato direto com nenhum dos residentes da casa.

- E ela irá ficar aqui... - Falo baixo ligando os pontos. - Quando iremos conhecê-la.

- Muito em breve, capitão. - Fury fala e me levanto preparado para sair do local. - Mas é importante que eu lhe avise, Steve... Você será o primeiro Vingador tutor da equipe.

- Espere, o que disse? - O encaro perplexo.

- Você ouviu, Rogers.

- Nick, eu sou o Capitão América não um tutor de uma adolescente problemática.

- Será o tutor no início mas logo ela se tornará parte da sua vida. Aceite isso e aproveite. Boa ventura, capitão. - Fury sai da sala e continuo imóvel sentindo um calafrio na espinha. Eu não posso ser pai!

Ela é minha filha - Steve RogersOnde histórias criam vida. Descubra agora