A única exceção

5- Deixar Acontecer

23:17 P.M     25/06/2020

Aquela voz fez os pelos do meu pescoço se arrepiarem e eu abaixei minha cabeça automaticamente.

Próximo estágio: tristeza profunda.

Nesse momento, minha mente, e talvez meu coração, se magoa com qualquer mínima coisa dita ou feita. Uma palavra errada numa frase maldita, é um furacão na minha mente, onde ela transforma aquela palavra em qualquer outro significado além do que ela realmente está significando.

— Essas garotas precisam aprender a usar drogas, por isso muitos adolescentes morrem por aí, por ser inconsequente e não saber medir as atitudes — a loira se pronunciou primeiro —

— Para de ser exagerada Emma, ela apenas não deve estar acostumada — Chris respondeu em minha defesa —

Conseguia sentir o olhar deles ao meu redor. Me sentia envergonhada e magoada comigo mesma. As palavras da loira rondavam minha cabeça e faziam eu me sentir péssima, talvez ela esteja certa, eu fui muito inconsequente em fazer isso sabendo que não estou bem. Passar mal, hoje, o dia todo, deveria servir de exemplo para que eu não fizesse besteira, mas parece que não adiantou.

— Alanna — senti seus dedos tocarem meu ombro, mas não levantei meu olhar —

— Acho melhor levar ela para casa — ouvi Chris e percebi que ele trouxe Lili para perto quando ouvi seus chiados, ela estava chorando — Lili tinha me contado que ela vomitou na faculdade também.

Ouvi a loira bufar.

— Essa garota não tem mãe não? Liga para ela e manda ela vir buscar, por que vocês têm que parar a curtição para levar ela?

— Emma, eu realmente não quero me estressar com você hoje — Justin rosnou para ela — Cadê o arrombado do Jensen?

— Tinha o visto com o George, quer que eu chame ele? — ouvi Christian dizer e eu me encostei na mesa —

— Chama! Deixa essa daí aqui também — falou se referindo a Lili, vi Chris assentir, beijar a cabeça da Lili e sair — E você — olhou para mim o que me fez encolher os ombros — O que você está sentindo? — olhei para seus olhos não entendendo sua preocupação, mas percebi que não tinha preocupação ali —

— Minha boca está seca e estou ficando com fome — ele soltou uma risada —

— Isso é efeito da maconha Alanna! Eu quero saber fora isso...

— Acho que só um pouco enjoada ainda — a loira bufou e cruzou os braços ao lado do Justin — Ela tem algum problema comigo? — olhei para Bieber com uma leve mágoa no olhar —

— Alanna sem drama agora, por favor — revirou seus olhos e olhou para a loira — e será que dá para você me ajudar a não piorar as coisas?

Eu não estava de drama, a garota estava mostrando nitidamente que não gostava de mim, que não suportava a ideia de Justin cuidado de mim e ainda sim ele acha que é drama?

Me desencostei da mesa e passei pelos dois ouvindo Justin me chamar, mas ele não parecia estar me acompanhando. Entrei na cozinha e passei por algumas pessoas da atlética da faculdade que estavam com seus casacos esportivos. Ao passar pela porta que me leva para a sala, alguém passou os braços pelo meu ombro, o que me assustou, já que eu não esperava por isso.

— Olá querida — ouvi a voz do Jensen — fico feliz que tenha vindo! — olhei para ele, sorri e passei meu braço direito por sua cintura —

— Achei que não ia te ver hoje! Você sempre tá com uma garota no início das festas né!? — gargalhei quando seu rosto se contraiu em indignação, eu sabia que não tinha graça, mas a maconha ainda está em meu organismo —