❧ Capítulo IV

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— Você tem certeza de que não quer dormir aqui? — perguntei pela milionésima vez assim que tirei meu cinto e alcancei a minha mochila no banco de trás do carro, puxando-a para o meu colo e contando até um milhão para abrir a porta e me despedir de...

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— Você tem certeza de que não quer dormir aqui? — perguntei pela milionésima vez assim que tirei meu cinto e alcancei a minha mochila no banco de trás do carro, puxando-a para o meu colo e contando até um milhão para abrir a porta e me despedir de Jason.

O garoto riu com a minha pergunta repetida, desafivelando seu cinto e se curvando sobre o espaço entre os bancos para aproximar nossos rostos.

— Hoje cedo você me disse que eu podia dormir na minha casa de vez em quando e agora está quase implorando para que eu durma aqui — falou em um tom baixo e tranquilo, encaixando uma mecha solta da minha franja atrás da minha orelha.

Eu fiz um biquinho irritado, arrancando outra risadinha sua.

— Mas, não precisa ser hoje, hoje— murmurei, manhosa. Só Jason Collins mesmo para trazer à tona um lado dengoso meu que até eu desconhecia. — Pode ser amanhã ou... ou outro dia, sei lá. Hoje pode ser a saideira de dormir na casa da sua namorada, que tal? Qual é, está tarde, frio e eu não quero ter que usar umas quatro cobertas para me esquentar.

Jason se inclinou um pouco mais e me deu um beijo carinhoso, colando nossas testas ao terminar.

— Eu realmente preciso ir para casa hoje, amor. Minha mãe quer conversar comigo e só pelo tom da mensagem acho melhor não fugir dessa vez.

Gemi em frustração.

Você deve estar se questionando se eu não sabia dormir sem Jason ao meu lado. É óbvio que eu sabia. Eu só não queria, ué.

Nós estávamos quase saindo do Dimmy's, ao fim do nosso expediente, quando Samantha enviou uma mensagem pedindo para que Jason fosse dormir em casa porque ela precisava conversar algo importante com ele e não poderia deixar para o dia seguinte. Ele não disse nada e até tentou disfarçar, mas eu notei a veia em sua têmpora pulsar de tensão.

— Por que você não vai dormir lá em casa? — o garoto indagou entre sucessivos selinhos que deixava na minha boca. — A minha cama é grande e bem macia...

— Nem pensar — o interrompi, refutando na hora aquela possibilidade. Eu não estava preparada para dormir na casa dos meus sogros e acordar no dia seguinte com uma cara lavada e a plena sensação de que eles pensavam que a última coisa que fiz durante a noite foi dormir. Ainda estava me recuperando da última vez em que estive lá e quase saí casada e com um sobrenome novo. — Acho melhor eu entrar logo — murmurei, começando a me afastar.

Jason desceu a mão que colocara o cabelo atrás da minha orelha até enroscá-la em minha nunca, acirrando-a e me mantendo ali, como se temesse me deixar escapar.

— Não foge, Annelise, por favor — ciciou, deixando que sua outra mão se encaixasse em minha cintura, também me segurando. — Eu só te chamei para dormir na minha casa.

— Não estou fugindo — neguei. — Mas, uma hora eu preciso entrar, não é? Não dá para ficarmos a noite inteira aqui. Já passa das onze e meia e amanhã ainda é quinta-feira, nós temos aula.

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