❧ Capítulo VI

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Eu acabei varando a madrugada enquanto me afundava em diversos sites e vídeos do Youtube com o tema surpresas para aniversário de namoro

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Eu acabei varando a madrugada enquanto me afundava em diversos sites e vídeos do Youtube com o tema surpresas para aniversário de namoro. Encontrei ideias, opiniões, relatos e até mesmo um guia de como montar a surpresa perfeita, disponível para download em um blog sobre relacionamentos.

Eu baixei o guia e o li por inteiro, anotando algumas ideias em uma folha do meu caderno e fazendo um compilado de mais algumas dicas que encontrei nos vídeos. Também salvei algumas imagens em uma pasta no Pinterest e montei uma listinha com comidas que poderiam combinar, buscando montar um cardápio que fosse simples, mas especial. Já que iria bancar a romântica, não brincaria em serviço.

Quando dei por mim, alguns poucos raios dourados adentravam minha cortina, me avisando de que o sol já estava nascendo no horizonte. Eu consegui tirar um cochilo de pouco mais de meia hora antes que meu despertador tocasse ao som animado de Livin' La Vida Loca — a versão do Shrek, claro.

Sabia que o cansaço pesaria no decorrer daquele dia, então, me adiantei e tomei uma dose extra do café forte que Jeff fez a meu pedido, que mais parecia graxa fervente e descia rasgando a minha garganta, depois de tomar um banho gelado que doeu cada centímetro do meu corpo friorento. Essa combinação era infalível contra o sono. Se o banho trincando não me acordasse, a bebida trazida diretamente do inferno pelo meu irmão certamente o faria.

Aproveitei que meu pai teria de passar na casa de um amigo para pegar uma encomenda de peças que havia feito e peguei carona até a escola, que ficava na mesma rua. Como estava atrasada pra caramba, eu atravessei o corredor quase vazio a passos rápidos e duros, que ecoaram alto pelo piso vinílico e me causaram alguns olhares tortos e curiosos, e só parei quando alcancei a sala de Literatura IV, que ficava do outro lado do prédio.

Arrisquei a sorte e abri com cautela a porta, temendo levar uma bronca do senhor Fitzgerald, que odeia ter alunos atrasados em sua aula e adora usá-los como exemplo para os seus sermões repletos de palavras difíceis. Para a minha sorte, Jason estava em sua mesa conversando com ele e consegui passar despercebida.

O garoto vinha se empenhando muito nos estudos — mais até do que eu, sendo sincera. Eu me orgulhava em vê-lo estudando com tanta dedicação, se esforçando em conseguir melhorar suas notas e facilitar a aplicação para uma universidade. Ver Jason dando o seu melhor para conseguir a bolsa de esportes me dava ânimo para ajudá-lo no que eu pudesse, nem que fosse apoio moral ou com os estudos.

— Bom dia, flor do dia — ele disse em um tom animado assim que voltou da mesa do professor, se jogando na cadeira ao meu lado e se inclinando para um selinho rápido, quase na velocidade da luz. Dependendo do humor do professor, presenciar um singelo tocar de lábios seria motivo o suficiente para nos expulsar de sala.

Quando Jason voltou ao seu lugar e colocou sua apostila em cima da mesa, a folheando para voltar à página que estava no quadro, eu o observei e percebi que seu semblante, por mais sorridente que estivesse, parecia incomodado.

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