25 - gelado como gelo

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Mitsuya takashi

Chegamos no local indicado por chifuyu e kazutora.

Era um galpão não tão velho, mais era grande.

Mandei meus homens cercarem o local e fazerem o menos barulho possível.

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Chutei a porta e adrentrei o local.

Chifuyu estava em uma luta de corpo a corpo com kakucho e kazutora com hanma.

Não vejo S/N
Cadê a S/N?

Atiro na perna de kakucho o fazendo cair no chão e Hakkai atira em hanma.

Chifuyu e kazutora me olham.

_mitsuya...-kazutora fala meu nome como se tivesse pedindo perdão.

S/N...
Não vejo S/N.
Ela não está aqui.
Mais por quê

Vejo sangue no chão e não é de nenhum dos quatro homens aqui.

_a S/N...-chifuyu fala mais não é capaz de completar a frase.

Por que ele tá pedindo perdão com os olhos?

Não ouço mais nada.
Meus ouvidos agora procuram um som que evidencie onde S/N está.

Ela não está aqui.
Não está!

Meu coração dói.
Eu não sou ninguém agora.

Cadê, cadê, cadê ela!?

Da minha boca não sai uma palavra sequer.

Não me atrevo a falar nada.

Não quero xingar ninguém.

Saio do galpão e fecho os olhos tentando visualizar pra onde S/N foi.

O que foi isso!?

Foi um tiro.
Foi a porra de um tiro.

Sem falar nada, e apenas seguindo meus instintos eu vou na direção de onde o tiro veio.

Ouço um silêncio. Não um silêncio qualquer, é o silêncio de S/N.

O silêncio onde ela pede ajuda.

Ela precisa de mim.

Apresso o passo.

O silêncio diminue.

Começo a correr.

Mais silêncio ainda se faz.

Ouço barulho de água.
Nada é sólido, só tem água.
Água.

Corro mais rápido, parece que eu não tô saindo do lugar, não importa o quão mais rápido eu vou.

O silêncio é grande, é ensurdecedor.

_por que tá correndo Taka-chan? -Hakkai fala.

O silêncio acabou, agora ouço outras pessoas.

Não ouço mais o silêncio de S/N.

Meu peito dói.

Ainda sou incapaz de falar algo.

Continuo correndo.

Meu coração acelerou.

Paro de correr.

Vejo Izana.
Ele tá sozinho.
S-O-Z-I-N-H-O

Cadê S/N?

Me aproximo, ele me olha.

Eu o encaro ele olha pro lago, sorrir, e depois olha pra mim.

_chegou tarde.

Não o vejo mais.
Só vejo água.
Só água.
Água
Água
Água.

Corro até o lago.
Ele entra na minha frente.

Lhe dou um soco, um chute na barriga, chuto a arma que ele segura.
O empurro para o lado.

Vejo sangue.
Não é dele.

Água.
Olhei pra água, ela tava vermelha, não é sua cor original.

Pulo na água, sem me importar com nada, nem com minha vida.

A única coisa que importa é S/N.
Só a S/N.

Não a acho. Volto pra superficie pra respirar.

Meu rosto tá molhado, não por causa da água do rio, são minhas lágrimas.

Eu grito.
Meu coração dói.
Minha cabeça dói.
Meu corpo dói.

Enxugo as lágrimas e mergulho de novo.

Não encontro nada.

Volto pra superficie.

Algo me afogava e não é a água do lago.

Olho pro lado e vejo um corpo flutuando.

Vejo um vestido preto.
O mesmo vestido que S/N usava na última vez que eu a vi.
Dois ou três dias atrás.

Nado até lá.

Desesperado choro e grito seu nome.

Seguro o corpo.

Está frio, frio como o gelo.

Frio como o gelo.

Ouço o barulho do meu coração se quebrando.

Faço um boca a boca ali mesmo.

_NÃO! -grito.- S/N POR FAVOR! -sacudo seu corpo que não me responde.

Vejo Hakkai se aproximar e gritar algo.

Levo S/N pra costa.

Hakkai fala algo mais eu não ouço e sou incapaz de responder.

Estou despedaçado.

Eu vi Hakkai, kazutora e chifuyu me levarem pro galpão e depois pro carro.

Kazutora e chifuyu me pediam perdão com os olhos.

Não ouvia nada.

Eu segurava o corpo sem vida de S/N enquanto meu coração se quebrava em um milhão de pedaços.

Sua pele com um bom tom, agora estava pálida.

Seus lábios tinham rachaduras.

Seu corpo não tinha mais o calor de antes.

Eu podia ouvir soluços, gritos, lágrimas.

Mais só quando apertei mais o corpo da minha esposa contra meu peito que eu percebi.

Eu era o único que estava chorando, soluçando e gritando naquele carro, tão vazio quanto eu agora.













Só Minha! -Mitsuya Takashi-Onde histórias criam vida. Descubra agora