02 - descoberta

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_____________ano atual________________

S/N Bolthon

Mais uma manhã infernal na minha vida de dezenove anos, quase vinte.

Acordo com uma ligação de Ada, minha única amiga.

___quê? -falei atendendo o telefone.

___bom dia pra você também S/N! -Ada resmungou do outro lado.

___o que quer?! -ouvir Ada respirar fundo.

Ela precisa de dinheiro.

___não tô afim de dançar hoje! -exclamei. Eu sempre ajudava Ada quando ela precisava de dinheiro.

Eu sempre amei dançar.

Apesar de não ter feito aula de dança, eu sei dançar muito bem!

Ada trabalha numa casa de strip tease, e o que ganha não é suficiente pra pagar os remédios de sua mãe, então ela quase sempre me pede pra dançar também, assim ela sempre ganha dois salários em uma noite só.

Vocês devem tá pensando: "ah, mais seu pai é milionário, é o homen mais rico de Nova York, por que você não dar dinheiro pra ela sem precisar dançar?"

Um: ela não sabe sobre o envolvimento do meu pai com a máfia, se eu desse esse dinheiro pra ela, com certeza ela questionária onde eu achei e eu não gosto de mentir, minha vida já é uma mentira."

Dois: "eu amo dançar e isso é bom pra mim as vezes, assim eu posso fugir do caos que minha família é."

___vai...por favorzinho, hoje é a última vez.-ouvir ela choramingar do outro lado da linha.

Revirei os olhos.

___fique claro que é a última vez! -desliguei a chamada e me levantei, fiz minhas igienes matinais e tomei café da manhã, SOZINHA, como sempre, já que minha mãe não ligava pra mim, só pro meu irmão quatro anos mais novo que eu, assim como meu pai, já que wallas se tornaria o próximo "capo" da máfia aqui em Nova York.

E eu?

Bom...como toda filha mulher nesse ramo, é óbvio que meu pai vai arrumar um casamento arranjado pra mim daqui a alguns anos, com um mafioso qualquer.

Me arrepio de nojo só de imaginar que ele seja velho.

Mais esse é o futuro de todas as mulheres nesse ramo.

A única maneira de sair de casa é com uma aliança no dedo.

Eu preciso de dinheiro pra comprar alguma roupa nova, já que vou dançar hoje.

Nunca fui apegada ao dinheiro, nem a roupas, tenho o necessário, alguns moletons e calças e um ou dois vestidos para ocasiões formais que são importante pro "negócio" do meu pai, que eu sou obrigada a ir.

Me levanto da mesa e comendo uma maçã vou até o escritório do meu pai.

___o que é isso? -perguntei pra mim mesma assim que vir uma pasta em cima da mesa.

Dinheiro...

Foi o que pensei assim que comecei a abrir o envelope.

Não era dinheiro, e sim o que parece ser um contrato.

___contrato de regras e confidencialidade sobre...-comecei a ler mais minha voz não queria mais sair...

Eu estava trêmula...meus olhos não piscavam enquanto eu lia aquele documento.

Antes de terminar de ler tudo, eu guardei o contrato novamente, peguei o dinheiro que tinha no cofre e fui pra fora de casa.

Fui até a garagem pegar minha moto.

Eu estou puta, tô com muita raiva.

___meu pai me vendeu! Meu pai me vendeu quando eu tinha apenas três anos de idade! -exclamei tentando me esclarecer.

Caralho

Dou partida na moto e vou até o shopping onde compro um bodde lindo e chique (caro pra cacete), que deixavam a mostra minha tatuagem de borboleta nas costas, essa tatuagem era minha marca naquela casa de strip-tease.

Eles me chamam de "borboleta intocável" já que ninguém mais ousou tocar a mão em mim enquanto eu dançava, depois de eu ter deixado quase morto o cara que ousou tocar a mão em mim uma vez.

Meu pai não sabe sobre essa tatuagem e muito menos sobre eu dançar na boate as vezes.

Eu quero me vingar do meu pai, e vou fazer isso quebrando uma regra daquele maldito acordo, ou melhor, vou mentir falando que eu a quebrei.

Direi ao meu futuro marido que eu não sou virgem e que perdi a virgindade mesmo sabendo do acordo.

Assim ele ficará puto com meu pai, já que a noiva dentro da máfia deve ser virgem ao se casar.

E o acordo entre nossas famílias irá acabar.

E eu NÃO SEREI submissa ao meu marido, não abaixarei a cabeça pra ele, em nenhum momento, assim como nunca abaixei pro meu pai.

Só que isso me causou diversos ematomas pelo meu corpo, e outras cicatrizes pisicologicas.

E como castigo por ter respondido ele, meu pai me obrigou a aprender chinês/japonês, por cinco anos seguidos e sempre descontava a raiva em mim quando algo não ia bem no "trabalho"

Perai.

Mitsuya é um sobrenome japonês.

Solto uma risada nasal.

Que velho maldito! Ele me obrigou a aprender japonês já com um propósito em mente!

Eu odeio! Odeio o meu pai!

Chego em casa e sou recebida por meu irmão, ao contrário do papai e da mamãe, ele se importa comigo e sempre me acolhia quando eu estava triste que nessa casa é quase todo dia.

___Daddy? -perguntei.

___saiu hoje de manhã e só volta daqui três dias. -ele respondeu.

Andei até a sala e me sentei no sofá.

___você parece incomodada com algo.-bufei de raiva.

___ele arranjou um casamento pra mim...-falei simples e wallas não se espantou.

___como você descobriu.

___perai, você já sabia? -ele confirmou com a cabeça.- porra! Por que eu sou a última a saber!? -perguntei indignada.

___esse casamento é importante pra nois maninha, então por favor não estraga. -revirei os olhos.- papai fez isso pelo seu e pelo meu bem...por favor não faz merda.

___eu vou dormir na casa da minha amiga hoje. -falei e subir pro meu quarto onde peguei uma bolsa com coisas básicas pra me arrumar.

___não vai fugir né!? -wallas me segurou pelo braço assim que ia passando pela porta.

Olhei dentro dos seus olhos.

___relaxa, eu já esperava ter um casamento arranjado, não vou fazer merda...não vou fugir, vou voltar amanhã depois da minha consulta na psicóloga...

Sim, eu ia em consultas as vezes...eu precisava.

___certo. -ele me soltou e eu peguei minha moto novamente e fui até a casa de Ada.

Só Minha! -Mitsuya Takashi-Onde histórias criam vida. Descubra agora