Festa do pijama na Parkinson

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[POV DRACO MALFOY]


A mansão de arquitetura gótica da família Parkinson era enorme e tinha tudo para que cinco adolescentes se divertissem nela e tivessem tudo o que precisavam para um final de semana de "festa do pijama". O que a mansão não podia prover, a vasta quantidade de elfos domésticos da família servia. Jantares, doces, bebidas, lençóis quentinhos, travesseiros extras e limpeza de toda a bagunça depois que nós nos cansávamos do filme que estávamos vendo e saíamos para o jardim escalar as árvores ou fazer qualquer outra coisa que nós no auge dos nossos 14 anos, desejavam fazer.

Os pais de Pansy Parkinson estavam na Escócia, visitando a avó materna de Pans, e ela aproveitou a distância deles para convidar seus melhores amigos para passar o final de semana. Não que os pais dela não soubessem ou proibissem nossa presença. Os pais dela eram exatamente como os meus, e como os de cada um de nós. Eles não se importavam o suficiente conosco para perder muito tempo nos monitorando. Nós tínhamos babás, tutores, professores ou qualquer outro nome que eles inventavam para se convencer de que tínhamos adultos por perto. E é claro, a criadagem que cuidava de nós e da casa 24 horas por dia. Eles sabiam que nós não incendiaríamos a casa ou algo assim. Suas únicas preocupações eram em como estava o nome da família. Eu e meus amigos éramos herdeiros. Jovens bruxos das mais antigas e tradicionais famílias, carregando o legado de gerações. Nós não podíamos sair da linha em público, se comportar mal ou envergonhar a família. Mas longe dos olhares dos outros, podíamos fazer o que quiséssemos. E nós gostávamos muito de brincar com o limite.

 Apesar da liberdade, dinheiro e diversão, eu estava infeliz. Meu mau humor já era visto como normal entre meus amigos, mas mesmo assim eles estavam irritados comigo naquela tarde. Eu não sabia explicar o porquê, só não conseguia me divertir como eles. Dispensei os convites dos amigos e fiquei sozinho o dia todo, lendo clássicos da biblioteca dos Parkinson e completamente perdido em pensamentos. Eu sentia falta da minha guitarra, em casa.

Ao anoitecer, desci para o salão principal procurar por eles. Ouvi a gritaria e esperei as portas da mansão se abrirem com um estrondo e os quatro entrarem rindo. Pansy e Dafne vinham na frente, suas roupas completamente encharcadas, enquanto Blaise e Theo seguiam atrás dando gargalhadas, também molhados mas não tanto.

- Que porra aconteceu com vocês, caíram na fonte?

Eu arrisquei um palpite sorrindo.

- Blaise e Theo aconteceram!

- Eles enfeitiçaram a água da fonte, os idiotas! Nós nos aproximamos e ela começou a nos perseguir!

Dafne e Pansy explicaram, furiosas mas com sorrisos nos rostos. Nosso grupo de amigos tinha um humor bem... peculiar. Isso era o que eu mais amava neles. Nós zoávamos uns aos outros o tempo inteiro quando estávamos sozinhos, mas virávamos leões em caça quando alguém de fora mexia com um de nós. Na escola, nos chamavam de "A Elite da Sonserina". Era um nome que eu particularmente gostava muito.

- Vocês falaram que estavam com calor!

Theo gritou enquanto elas corriam para dentro da mansão para tomar um banho, mostrando o dedo do meio e xingando alto no corredor. Pela lei, menores de idade não podiam fazer magia fora da escola. Mas nós éramos intocáveis. Quando a notificação chegasse, os pais de Pansy iriam apenas alegar que eles estavam presentes e que foi uma atividade monitorada por um adulto. Todos nós já recebemos advertências desse tipo, fazer magia fora da escola era simplesmente irresistível demais.

- Se sentindo melhor, Draco? 

Blaise perguntou enquanto nós nos sentávamos nos sofás da sala de estar. Eu evitei seu olhar.

SPIN OFF UF: Noite do pijama na ParkinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora