Loucura, doce loucura, desperta em mim a mais potência do pensar, pensar este que me faz irradiar de escuridão, escuridão essa que habita em meu peito a maior das solidões, solidão essa que evoca em mim momentos já felizes, mas que ao mesmo tempo me fazem triste.
O adoecimento parte aqui da noção de que já se foi alegre um dia, em um mundo repleto de covardia. A bondade, ou os momentos que assim venho a denominar, me parecem cada vez mais raros, quase inexpressivos.
Ah, como a loucura é doce, seu sabor traz ao rosto sorrisos inexplicáveis, pensamentos únicos e atitudes deprimentes. Lembremo-nos que existem também doces amargos, portanto nem só de doce puro se vive a loucura, há também de ser habitada pela amargura, essa por sinal responsável por tornar o ato de respirar e encher os pulmões de vida quase que da ordem do impossível.
Viver se tornou difícil, pois uma vez que se sabe não se esquece, uma vez irrompida a linha que separa a razão da loucura, não há mais caminho de volta, mas ao mesmo tempo onde mora a coragem para ceifar esta pobre e medíocre existência?
Ela mora longe, se faz distante, caminha com dificuldade, estranho, não?
Refiro-me ao fato de que ao mesmo tempo em que se proclama a inutilidade da existência, é também proferido em uma outra perspectiva a incapacidade de destruí-la, mas, havemos de admitir que tal ato és uma agressão e tanta, e para tal se requer um pouco mais de coragem, mas a covardia me habita até o limite, ultrapassa galáxias e me restitui de uma pobreza existencial indescritível, porém, de uma potência Filosófica absurda.