Pai e filha

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Quando eles finalmente chegaram a torre encontraram o time da areia já lá. Gaara olhou para Naruto se demorando um pouco analisando-o, vendo que algo estava errado ou pelo menos fora do lugar, ele o levou para um dos quartos, onde deitaram juntos, abraçadinhos.

- O que houve? - perguntou Gaara.

- Acho que vou dissociar completamente. Você pode cuidar de mim nos próximos dias?

- Posso. - disse Gaara baixinho. Ele estava preocupado, mas entendia. A preocupação não ajudaria, então ele manteve isso para si mesmo.

Enquanto isso, Sasuke e Sakura descansavam, assim como os irmãos da areia.

Do lado de fora, Anko sentiu uma tremenda dor em seu selo amaldiçoado. Ela correu para a floresta, apenas para encontrar Orochimaru, sentado em uma pedra como se fosse um trono. Uma cobra rodeando seus ombros e a cabeça decepada de uma amiga de Anko que trabalhava como Anbu no colo.

- Anko, minha adorável aluninha, o que te trás aqui?

- Apenas ouvi o sinal bater dizendo que era hora de voltar para sala, mesmo que eu já não precise mais de suas aulas, querido sensei. - ela respondeu mordaz.

- Oh querida, assim você fere os sentimentos do sensei. Eu não te ensinei tudo que você sabe? - ela não respondeu. - Então por que a ingratidão? Oh, espere, deixe-me adivinhar, o honorável Hiruzen-sensei encheu sua cabecinha de minhocas. Que pena, eu só mantinha estudantes inteligentes, mas acho que você é a exceção. Uma pena, você tinha tanto potencial.

Ela não demonstraria, mas aquelas palavras a feriram, mesmo depois de tantos anos, ela ainda o amava de certa forma, ele foi o melhor e mais próximo que ela teve de um pai. Ela gostaria de poder ter mantido boas relações com ela, mas ela se lembra de traí-lo revelando tudo que sabia ao terceiro Hokage apenas por aprovação.

O terceiro nunca poderia entender sua relação com Orochimaru antes. Agora, eles nunca poderiam voltar ao que eram, ambos machucaram um ao outro, isso é se ele em algum momento a amou.

Sim, ele a amou e doeu ter um de seus filhos o traindo assim. Mas ele não diria a ela, não daria a ela ou ao terceiro esse poder. Ele a ama, ela é sua filha, mas nunca será dito ou demonstrado novamente.

- Sinto muito. - ela cede. Ele sabe que é sincero, sabe que sim, mas mesmo assim, ainda o pega desprevenido, mas ele não demonstra.

- Oh, o terceiro não tratou a pobre garotinha como ela achou que seria?

- Não, não é por isso que sinto muito, você sabe disso.

- Oh, eu não sei, por que não me conta sobre isso?

- Por que não me conta seu motivo para estar aqui, em vez disso? Está procurando novas crianças para fazer lavagem cerebral? - uma verdade, uma mentira.

- Esse não sou eu querida, acho que você está me confundindo com seu chefe. Kukukukuku.

- O terceiro é muito melhor do que você, ele não é tão podre.- ela diz

- Acho que você está aprendendo a mentir querida, parabéns. O problema é que este é o tipo errado de mentira, você não deve mentir para si mesma, mas sim para os outros. - disse ele sinicamente - E eu estou aqui procurando um novo amigo que vai me ajudar.

- Duvido que alguém iria até você de bom grado, sensei. - ela provocou

- Meu novo amigo vai, tenha certeza disso, vai te surpreender quem ele é, ou talvez não. - ele zomba. - Ah, sua amiga, - ele joga a cabeça da Anbu para ela - era uma guerreira, tinha potencial, uma pena estar no lugar e hora errados. Até a vista, queridinha. - ele lhe manda um beijo, o momento mais sincero dele nesta conversa.

Anko se abaixa e chora, por sua amiga, chora por sua relação com seu pai, chora por tudo que ela perdeu e pelo homem que ela traiu por aprovação, ganhando uma vida de merda.

Quando ela vai ao terceiro, ela já se recompôs, não importa mais, o passado não voltará. Ela não tem mais sua família, mas ela pode tentar conseguir uma nova. Talvez.

MamãeOnde histórias criam vida. Descubra agora