LUCKY GIRL

LONGCHAPTER.2

Jenny

— Essa não é a minha casa. — tentei soar o mais autoritária possível, enquanto puxava a maçaneta da porta do carro, mas estava travada.

— É a minha. — disse tranquilo. — Relaxa, eu não vou sequestrar você. — ele desceu do carro, batendo a porta. — Desce. — ele abriu a porta do lado em que eu estava.

— Me leva pra casa agora. — permaneci sentada no banco de couro do carro que parecia caro demais para um garoto como ele poder bancar.

— Não banca a garota mimada, tô tentando te ajudar. — ele me puxou para fora do carro.

(...)

Narrativo

— Merda... — a loira disse entredentes com os olhos fechados quando o algodão molhado com álcool tocou seu corte. O rapaz riu pelo nariz, assoprando o ferimento enquanto limpava-o. — Já fez isso antes? — Jenny perguntou tentando (de for inútil) se distrair da dor.

— Eu tinha uma irmã. — ele fez uma pausa mais longa do que desejou. — Ela sempre ralava o joelho e eu tinha de cuidar... sabe? — deu um sorriso fraco. Era quase impossível notar a dor nele, mas Jenny notou.

Jenny

Zayn terminava de limpar o ferimento quando minha vista perdeu o foco por alguns instantes. Pisquei algumas vezes até ela estabilizar novamente, mas tudo em volta parecia girar. Cravei as unhas na poltrona. Algo escorreu pelo meu nariz, então ergui a mão com certa dificuldade até o local, toquei a ponta dos dedos no liquido quente que escorria do mesmo.

Estão afastei a mão do rosto para examinar aquilo. Vermelho. Sangue, era sangue escorrendo pelo meu nariz! Zayn estava de costas para mim, arrumando a pequena caixa de primeiros socorros. Tentei chamar seu nome mas não consegui emitir som algum. Meu corpo estava pesado e indo direto para o chão, mas apaguei antes que pudesse senti-lo chocar-se contra ele.

Domingo, 13h45m

Narrativo 

Jenny grunhiu algumas vezes antes de abrir os olhos. Seu corpo estava pesado e dolorido, o nariz ardia. Perguntava-se onde estava. Ela apoiou as mãos no colchão macio sentando-se na cama. A luz forte do local incomodava seus olhos dificultando a tarefa de deixa-los abertos.

— Bom dia, Bela Adormecida. — a voz de Zayn estava rouca e sem animo algum. Ele estava sentado em uma poltrona de couro branco ao lado da cama. Em volta de seus olhos haviam enormes olheiras profundas. Ele parecia extremamente cansado.

— O que aconteceu? Onde estão meus pais? — sua cabeça doía toda vez que pronunciava algo.

— Eu não sei. Tentaram comunica-los, mas sem sucesso.

— Quero falar com o médico! Eu preciso ir pro ensaio! — faltava muito pouco para o evento de Ballet da cidade, e ela ainda não tinha acertado o passo final. Precisava de mais treino.

— Ensaio? Sem chance mocinha. Pelo menos não hoje. Você está muito fraca, precisa ficar e terminar o soro. Recomendo que passe a noite aqui hoje, caso piore. — o doutor disse entrando no quarto. Em seu jaleco branco indicava que ele era o Dr. Bryan.

— O que? Mas por que? Eu só desmaiei porque não devo ter me alimentado direito.

— Rapaz, pode nos dar um minuto? — Dr. Bryan referiu-se ao moreno, que apenas assentiu antes de sair da sala. — Jenny, as noticias não são boas... — disse enquanto se sentava no lugar que antes pertencia a Zayn. Jenny ficou em silencio. Estava esperando pelo pior que provavelmente estava por vir. E estava.