Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
01.
Izumi tamborilava a caneta na mesa rabiscada, ansiosa, enquanto seus olhos saltitavam entre o relógio e o quadro, desejando desesperadamente que a tediosa aula de Matemática chegasse ao fim. Tudo o que ela queria era se livrar daquela tortura e ir fazer o que realmente amava: ficar chapada. A voz monótona do professor ecoava na sua mente, arrastando-se entre explicações sobre operações e equações aritméticas que ela sabia que jamais compreenderia, ou sequer tentaria.
Ela odiava ir à escola. Talvez fosse porque se sentia um peixe fora d'água, ou porque achava inútil o conteúdo repetitivo e entediante que as instituições insistiam em enfiar goela abaixo dos alunos. A única coisa que a mantinha frequentando aquele inferno era um trio de razões muito específicas.
A primeira era seu irmão mais velho, Ken Ryuguji — conhecido por todos como Draken. Ele alimentava a esperança de que a caçula trilhasse um caminho diferente do dele, sonhando que ela entrasse numa boa faculdade e tivesse um futuro estável e de sucesso. O segundo motivo eram seus melhores amigos: Baji, Chifuyu, Kazutora, Hina e Takemichi. Eles estudavam na mesma escola e, para a sorte dela, sempre arranjavam um jeito de alegrar seus dias enfadonhos. E, por fim, havia ele — o garoto de longos cabelos escuros com mechas loiras, olhar enigmático e sempre meio distante, com quem ela dividia um baseado todos os dias após as aulas.
Quando o sinal finalmente tocou, Izumi soltou um longo suspiro de alívio e apressou-se a sair da sala. Movia-se pelos corredores com discrição, atenta aos movimentos, tentando evitar ser vista pelos amigos. Ela não queria explicações, tampouco papo. Seu objetivo era simples: chegar até o lugar de sempre sem interrupções. E foi o que fez. Ao deixar os arredores da escola, relaxou um pouco, seus ombros baixando junto com sua guarda enquanto caminhava rumo à casa abandonada que ela e Hanma haviam transformado em seu ponto de encontro.
De longe, avistou a figura conhecida do garoto. Hanma estava sentado no muro em ruínas que cercava o terreno, como sempre, com um cigarro entre os lábios finos e uma nuvem de fumaça pairando ao redor de sua cabeça. Seus olhos semicerrados encontraram Izumi no instante em que ela surgiu, e ele a observou em silêncio, de cima a baixo, com aquele jeito dele de não perder um detalhe sequer.
O uniforme escolar, embora simples, parecia feito sob medida para ela, destacando sua silhueta curvilínea de uma forma que Hanma nunca deixava de notar. O olhar dele deslizava, malicioso, parando especialmente nas pernas dela, reveladas pela saia que ele sempre achava que deveria ser mais curta. Era como se o simples fato de vê-la com aquele uniforme despertasse seus instintos mais primitivos.
— Até que enfim, Izumi. — Disse ele, jogando o cigarro no chão e apagando-o com a sola do sapato. — Achei que ia acabar fumando sozinho hoje. — O sarcasmo escorria da voz dele, junto com um beicinho falso de quem forçava um ar triste.
— Tão dramático... — Izumi revirou os olhos, aproximando-se e jogando os braços ao redor do pescoço dele. — Estava com saudade de mim, Shuji?
— Saudades? Não se ache tanto. — Hanma brincou, levando as mãos à cintura dela, puxando-a para um beijo lento e ardente, como sempre fazia. — Não sabe o esforço que tenho que fazer pra não pensar em te foder o dia inteiro quando te vejo por aí com essa saia. — Sua voz estava carregada de luxúria enquanto seus olhos devoravam cada centímetro dela.
