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•concluída
Dois anos depois de quase ter sua alma quase dispersada, Qi Rong retorna a sua forma humana e descobre que não pode mais cultivar o caminho demoníaco. Sua única esperança está em Lang Qianqiu, mas como ele fará pa...
'Pena', talvez este fosse seu sentimento mais forte em relação a Guzi.
Lang Qianqiu observou o pequeno garoto debruçado sobre a mesa, com o rosto iluminado pela fraca chama verde dentro da lamparina. Todas as noites desses quase dois anos, Guzi adormecia assim, sentado em uma mesa no estudo, conversando com uma bola de fogo fantasma que pairava silenciosamente diante dele.
Lang Qianqiu soltou um suspiro longo, pegando Guzi no colo. Apesar de já ter dez ou onze anos, o garoto ainda era pequeno e franzino como se tivesse apenas a metade disso. O pequeno se aninhou em seu peito sem nenhuma reserva. Desde que Qi Rong se foi, ele ficou aos seus cuidados. No começo ele só chorava o dia todo perguntando por seu pai, mas depois que Lang Qianqiu lhe deu aquela lanterna, ele se tornou calmo e obediente, uma criança adorável.
Lang Qianqiu nunca sentiu nenhum desejo por ser pai ou mestre, mas seu coração mole foi facilmente derretido por Guzi, então ele naturalmente o tomou como discípulo e gastava seus dias fazendo as vontades do garoto. Mas apesar do apreço que tinha pela criança, seu coração ainda estava cheio de sentimentos controversos em relação àquela bola de fogo opaca e quase sem luminescência nenhuma que o menino insistia em chamar de 'pai'.
Exatamente por quê ele tinha que fazer algo assim para Qi Rong que assassinou toda sua família? Ele sempre se sentia irritado ao pensar naquilo, mas então lembrava do desespero de Guzi quando seu pai sumiu e, inevitavelmente, lembrava de si próprio chorando miseravelmente por seus pais no passado.
'Eu nunca que irei me igualar aos assassinos de meus pais! Eu não vou me encher de ódio e rancor!' Ele repetiu aquelas palavras como um mantra em seu coração, se consolando. Então estendeu a mão, pousando sobre a lamparina e infundiu seu qi interno. A chama verde tremulou como se quisesse resistir a luz dourada que tentava se unir a ela.
"Você está irritado por estar sendo ajudado por mim?" Ele zombou do pequeno fantasma que se agitava sob sua palma. "Eu estou pagando o mal que você me fez com bondade, porque eu não quero me tornar alguém desprezível como você." Ele disse, mesmo sem saber se aquela coisa era capaz de o escutar ou não.
Ela pareceu se cansar e parou de se debater, finalmente aceitando o qi de Lang Qianqiu. Seu brilho e tamanho dobraram, mas ela continuava quieta, esparramada no fundo da lanterna, como se não tivesse mais ânimo pra flutuar. Lang Qianqiu a olhou por algum tempo antes de se virar e sair, deixando pra trás apenas uma palavra.
"Patético."
...
Lang Qianqiu morreu jovem. Ele tinha apenas 17 anos e nem mesmo tinha completado o luto por seus pais quando precisou liderar um exército e lutar pra proteger seu reino. Ele resistiu até o fim, mas quando o reforço de seus aliados chegaram, ele já havia deixado sua vida no campo de batalha.
Sem um membro da família real que pudesse sustentar o trono, Yong An foi anexada a dinastia do sul, se tornando uma mera província. O Imperador, querendo consolar o povo, ergueu alguns templos em honra ao Príncipe da Coroa de Yong An e sua bravura ficou conhecida por toda região. Não demorou muito para que Lang Qianqiu fosse reconhecido pela Corte Celestial, ascendendo do submundo diretamente para o Céu Superior, responsável por uma região inteira.
Desde então, Lang Qianqiu levou a vida facilmente.
Ele trouxe seus velhos subordinados para o seu palácio e os deixava tomar conta do trabalho difícil, enquanto ele mesmo apenas brincava o dia todo. Ele tinha propriedades e identidades falsas no reino mortal, bem como uma fortuna que não estava relacionada as doações de seus devotos, mas sim ao envolvimento com comércio e arrendamento de terras. Ele tinha tanto dinheiro que não poderia ser gasto nem que ele o desperdiçasse por mil anos.
Ele era um jovem mestre que nunca conheceu dificuldades. Mesmo com os eventos turbulentos no fim de sua vida mortal, ele viveu e morreu amado e honrado por seu povo, sem nunca conhecer o peso da humilhação ou do abandono. Então, mesmo depois de centenas de anos ele ainda mantinha aquele brilho juvenil.
"Danxia! Danxia!" Yuan Ying era seu atendente pessoal desde quando ele era um mortal. Ele tinha a aparência de alguém na casa dos 20 anos e um rosto comum. Lang Qianqiu tinha subido a Capital Celestial naquela manhã para uma reunião e sua cabeça já estava doendo de tanto ouvir assuntos chatos. Quando o servo se aproximou falando alto, ele levantou as mãos as têmporas e massageou-as.
"O que foi?" Ele perguntou. "Por que você está falando tão alto?" Yuan Ying se sentiu levemente constrangido e tossiu um pouco pra limpar a garganta antes de continuar. "Me desculpe, Danxia, eu acabei de receber uma mensagem da propriedade principal." Ele parecia tenso e seja qual fosse a notícia, não parecia ser boa.
"Mensagem? Que mensagem? Por que você não usou a matriz de comunicação?" Ele indagou confuso e preocupado. "Bem... nós tentamos, mas o senhor não respondeu por um longo tempo, então eu vim pessoalmente..." Yuan Ying sabia que Lang Qianqiu sempre dormia em pé nas reuniões, então era inútil tentar falar com ele pela matriz. Yuan Ying não se alongou nas explicações e pulou para o assunto principal. "O fantasma Verde... ele voltou!"
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Twitter: @soursoppi
Eu não sei se tem muita gente que shippa esse casal, mas eu tinha vontade de escrever sobre eles desde que eu li tgcf pela primeira vez. Haha. Eu espero que gostem da leitura!! :)
