166 - Novos Tempos

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Minha sogra faleceu pouco depois e Geraldo ainda ficou uns dias em União da Vitória, acertando coisas com os irmãos.

Quando voltou, a normalidade de nossa vida recomeçou e nos preparamos para um novo ano.

Nos dias que se seguiram, recebi o convite da diretora da Escola Normal Professor João d'Oliveira Gomes, dona Hilda Brenner Dessoti, para lecionar naquela instituição, na cadeira de Educação Artística, especialmente para organizar um Coral, com duas aulas semanais. Como as aulas da Escola Normal eram de manhã, não foi difícil "dar um jeitinho" e acomodar mais essas na minha agenda daquele ano (1965).

Geraldo, apesar de não gostar, já não se aborrecia mais com isso. Ele só disse:

"Se você acha que dá conta... "

E não foi fácil mesmo! Eu tinha que me desdobrar. Nessa época, eu consegui uma boa empregada "de dentro" e já tinha outra "de fora", a Irma, que já estava há tempos comigo e cuidava das roupas - lavar e passar - e do pátio, calçadas e quintal.

Quem viveu esses tempos em Campo Mourão sabe que isso não era demais. O que era demais era a poeira, que inundava tudo, a quantidade de roupa que sempre havia para lavar e passar e o quanto era difícil manter a casa satisfatoriamente limpa. Quando chovia então... era um Deus nos acuda: lama na roupa e nos sapatos...

As donas de casa eram verdadeiras guerreiras, uma luta diária e inglória pela limpeza dos seus lares... porque a luta não cessava nunca contra o pó e a chuva.

Mas a gente sobrevivia, trabalhava, fazia festas e ia a festas!

Nesse tempo, a Escola Normal funcionava no Colégio Santa Cruz, um prédio imponente, recém construído, com muitas salas. Era propriedade das Irmãs da Congregação Companhia das Filhas de Caridade, onde também funcionava uma escola primária, dirigida por elas.

Esse edifício se localizava num terreno enorme, junto à praça principal onde, ao lado, já estava sendo construída também a nova Estação Rodoviária. A cidade vivia momentos de grande progresso. Próximo dali, já estava funcionando a nova sede da Prefeitura Municipal, inaugurada em junho de 1964 e que contou com grande atuação de meu cunhado Elias Farhat. Muitos prédios comerciais começavam a aparecer na avenida Capitão Índio Bandeira, a principal da cidade, e nas redondezas.

Foi um ano em que trabalhei muito.

Passei a presidência da APMI para um advogado que já nos ajudava muito, dr Aymar, mas continuei participando das atividades.

Um belo dia (belo mesmo), o novo presidente veio me comunicar que acabara de receber uma carta em que dizia que a verba que solicitáramos do governo para construir a sede da APMI já estava no banco. Foi uma festa!

E o nosso grupo já arregaçou as mangas! O Geraldo fez as plantas, atendendo às solicitações sobre o quê e como queríamos ter na nova sede, durante uma reunião movimentada, onde até o nosso bispo compareceu. Nesse dia, dom Eliseu nos fez saber que doou para a nossa associação o terreno onde funcionava o Clube de Mães. O terreno era da Diocese, que pretendia usá-lo para sediar o futuro Hospital Diocesano, mas ele decidiu apoiar a APMI.

Como a verba já estava disponível, a construção começou de imediato, logo depois da aprovação das plantas pela associação e pela Prefeitura, sob a orientação e administração do Geraldo.

Como a verba já estava disponível, a construção começou de imediato, logo depois da aprovação das plantas pela associação e pela Prefeitura, sob a orientação e administração do Geraldo

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 1965: Inauguração da sede da APMI, em Campo Mourão
(sou a primeira à esquerda)


1965: inauguração da Sede da APMI em Campo Mourão(sou a primeira à direita)

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1965: inauguração da Sede da APMI em Campo Mourão
(sou a primeira à direita)

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