4. Colocando para fora

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— Vamos, Caio, poxa — insistiu Ian — Vai ser o maior festão.

— É, Caião! Não sei porquê você não quer ir.

Já estava sentindo ascos por ouvi-lo me chamar com aquela cumplicidade a qual não possuíamos.

— Vai se foder, Ricardo! — explodi — Você e seus amigos! E não venha me chamar de Caião, como se eu fosse algum chegado seu.

Ian se assustou pela forma com a qual eu falei.

— Caio, está tudo bem? O que está acontecendo? Você me disse que estava tudo bem lá no alojamento. Volta para o meu quarto. Você sabe que não precisa ficar se não quiser.

Ian deu uma olhada para Ricardo como se estivesse jogando a informação para ele também.

— Vou pensar melhor, Ian.

— Se quiser, a gente pode pegar suas coisas agora mesmo.

— Não precisa, primo. Vou aguardar surgir outra vaga pra mim. Enquanto isso eu continuo dormindo lá. Não fico muito lá dentro. Só entro lá para dormir. E é só isso que eu preciso: de um lugar para dormir.

— O caio não precisa sair de lá — disse Ricardo para Ian.

Não obteve respostas, apenas nossos olhares resignados. Depois disto, Ricardo demonstrou uma feição de pesar e se afastou diante de nossa inércia.

Após ficarmos a sós naquele banco entre os blocos, meu primo se queixou por eu ter-lhe dito que estava tudo bem no alojamento, quando não estava. Ele quis saber detalhes, se houve alguma briga ou confusão, se algum deles fez alguma covardia comigo, se me machucaram. Eu disse que os garotos não falavam muito comigo como se eu não fosse muito bem-vindo.

Fora a apatia dos garotos, eu assegurei a meu primo que ficaria bem no alojamento. Disse a ele que eu iria frequentar a prefeitura da faculdade até que eu conseguisse uma transferência ou troca para outro alojamento.

Ao entrar no 34B, avistei Ricardo sentado na mesa da copa anotando alguma coisa na prancheta que ele carregava com a lista dos calouros participantes da chopada. Ele me viu entrar, não disse nada, voltou a se concentrar em sua tarefa. Entrei em meu quarto para pegar minha garrafa e encher de água para colocar do lado do meu colchonete. Estava já morrendo de sono e iria me deitar.

Quando passei pela porta do banheiro, fui surpreendido por Túlio, que saía pela porta do banheiro. Ele estava só de cueca e esbarrou em mim me fazendo derrubar minha garrafa no chão.

— Foi mal — disse ele.

— Eita, Túlio. Não fique inventando desculpas para agarrar o moleque não! — disse Ricardo num tom jocoso.

Túlio riu na hora e fez questão de mandar o dedo do meio para o amigo. Aproveitei que eu tinha abaixado para pegar a garrafa no chão e deixei escapar uma risada por conta da reação de Túlio. Quando ergui a cabeça, vi sua mala dentro daquele pacote cinza de algodão.

Levantei rapidamente antes que ele notasse que eu fiquei de olho em sua cueca box. Continuei meu trajeto até a cozinha e fiz o que tinha que ser feito até voltar para o meu quarto depois de ignorar os dois na volta.

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