7. wildest dreams

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"Say you'll see me again, even if it's just in your wildest dreams. "

🥀

Eu amava ficar de preguiça na cama até meu corpo inteiro começar a doer e implorar para levantar, e meu sábado havia começado assim, era onze horas quando levantei ainda com preguiça e direto para um banho quentinho.

De castigo, em um pleno sábado. Não é como se eu fosse a Cher  Horowitz com muitos lugares para visitar, mas eu poderia andar pelo o bairro ou sei lá. Parecia que a partir do momento que perdi minha liberdade entendi o significado dela.

Não desci para almoçar, fiquei no quarto lendo o livro que Zeus havia me recomendado, era um universo de utopia entre todos, pelo menos na cabeça dos ricos, até uma garota se revoltar e mostrar sua força contra o governo, eu gostava de livros assim, não amava, mas gostava. Tinha uma pitada de romance, nada muito grande.

Durante a tarde me lembrei que tinha um trabalho de inglês para entregar e comecei a fazer, meu estômago roncou mas o ignorei com uma facilidade extrema.

Tomei um susto quando um som alto preencheu todo o quarto, o toque de meu celular. Desconhecido.

- Alô. - Atendi rabiscando no caderno alguns tritões e corações partidos.

- Persefone? - Arregalei os olhos ao reconhecer a voz de Petrov.
- Petrov, ah, oi. Tudo bem? - Me sentei na cama começando a me sentir meio nervosa.

- Tudo bem, então, estou na biblioteca fazendo um trabalho, não quer me fazer companhia?

Um sorriso saiu de meus lábios.

- Eu adoraria. - Olhei para a árvore de cerejeiras lá fora e meus ombros cairám. - Mas estou de castigo, em casa. - Cai na cama olhando para o teto florido. - Mas eu gostaria muito, aqui é meio... solitário.

- Ah, que merda. Talvez, hm, eu possa ir para sua casa? - Cogitei a ideia em minha mente, prós e contras.

Prós, eu iria ter companhia. Iria ser Petrov Wilson.
Contra. Hades odiava Petrov.

- Eu acho uma ótima ideia, que horas você vem?
- Em menos de trinta minutos estou aí.

Me desesperei quando o telefone foi desligado, corri para o guarda roupa para tirar o vestido soltinho de seda que usava para ficar de preguiça e coloquei uma calça legging junto com blusa azul turquesa de manga, resolvi ficar com minha pantufas de monstros S.A, fiz uma trança lateral e passei uma leve base para esconder uma espinha que estava enorme na minha bochecha antes de descer as escadas.

Nem acredito que iria ter companhia. Achei que passaria o sábado sozinha.
Mas meu sorriso foi logo substituído por uma carranca quando vi Emma e Hades sentados no sofá com um espécie de série passando na televisão, as pernas de Emma estavam em cima dele e ela ria de algo e tagalerava enquanto ele estava focado no celular. Tentei descer as escadas em silêncio mas fui brutalmente descoberta quando meu celular tocou com uma nova mensagem. Respirei fundo quando os rostos de ambos focaram em mim, Emma me analisou dos pés a cabeça e de repente comecei a achar que era melhor não ter ficado com minhas pantufas de Mike Wazowski.

Minha tarefa de ignorar Hades continuava então sorri para Emma e nem se quer encarei o garoto de olhos azuis que estava com um boné vermelho virado para trás, sem blusa e muito lindo.

Caminhei até o corredor.

- Persefone. - Escutei a voz de Hades me chamando e apressei o passo, estava quase chegando na porta e Petrov já estava próximo. - Espera. - Ele me puxou com a mão. - Tem como parar com essa criancice? - Não o encarei e comecei a admirar a escultura do busto de um homem que havia ali perto. Parecia o Leonardo DeCaprio, mas algo me dizia que não era. - Tanto faz, olha, preciso de um favor.

Nas profundezas do Tártaro.Onde histórias criam vida. Descubra agora