Bésame Sin Miedo

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Any realmente não estava com sono, deitou devagar para não acordar a ruiva e ficou algumas horas pensando e tentando entender o que estava sentindo. Não chegou a nenhuma conclusão e se irritou por estar perdendo tempo tentando achar uma explicação para uma vontade que ela sentia por várias garotas que conhecia. Ela queria beijar Dulce, sentir seu corpo, alisar sua pele macia, saber o gosto daqueles lábios rosados, era só isso o que ela queria, e Dulce não era diferente das outras meninas, não tinha o menor sentido estar tão à flor da pele daquele jeito.

Ela se virou para o lado onde a ruiva estava dormindo, e ficou admirando sua beleza, quis acariciar seu rosto, abraçá-la, sentir seu cheiro e passar a noite mergulhada naquelas mechas vermelhas. Fechou os olhos tentando dormir e lembrou do quase beijo que deram na sala, suspirou ainda com os olhos fechados e quando abriu seu coração já estava acelerado.

Sentiu raiva de novo, mas agora por estar desejando fazer várias coisas com a amiga. Ela sabia que a ruiva acreditava em amor, em relacionamentos e já havia sofrido por um amor não correspondido e uma traição. Além disso tinha Poncho, que conhecia muito bem o histórico da amiga e não iria aceitar que elas se relacionassem. Quando ela deu o assunto por concluído na sua cabeça, virou para o outro lado e Dul a abraçou por trás

-Isso só pode ser um jogo comigo - Sussurrou e fechou os olhos se obrigando a dormir.

Any acordou com o som do despertador e a primeira coisa que fez quando abriu os olhos foi ver como estava a menina que roubou seus sonhos, mas Dulce não estava mais na cama. Ela levantou e foi para a cozinha onde encontrou Maite sentada tomando chá.

-Cadê a Dulce?

-Oi bom dia pra você também, eu dormi bem também obrigada por perguntar - Ironizou - A Dul já foi embora Any. Foi tão bom assim que já tá com saudades? - Serviu uma xícara de café para a amiga

-Obrigada... - Tomou um gole do café sem açúcar - Não aconteceu nada ontem

-Ue, ela não te quis? - Mai perguntou tomando mais um gole do chá

-Engraçadinha - Riu sem humor - A gente quase se beijou mas eu não quis que acontecesse desse jeito, você viu o estado dela... se for pra rolar alguma coisa que seja com ela bem ciente do que tá fazendo - Levantou abrindo a geladeira

-Meu Deus que orgulho da minha garota! O que você quer aí hein?

-Quero leite, esse café tá horrível

-Acabou, toma assim mesmo. Mas Any eu conheço a Dul a um pouco mais de tempo que você, eu lembro quando ela estava apaixonada pela Josy, e ontem na praia ela te olhou do mesmo jeito

-Essa Josy é ridícula - Revirou os olhos, e aproveitou pra pegar a xícara de chá que Maite estava tomando - Mai eu quero trazê-la aqui hoje de novo, mas sem bebidas. Se ela tiver afim vai rolar se não tudo bem, eu esqueço isso e vida que segue

-Vida que segue: vou continuar secando ela discretamente - Pegou sua xícara de volta e levantou indo pra sala

-Cala boca Maite. Ei, me empresta seu cartão? - Sentou ao lado da amiga no sofá

-Pra que? - Perguntou enquanto colocava na sua vídeo aula de teclado

-Vou pedir comida japonesa, sei que ela gosta muito... vai ajudar a criar um clima

-Se você me pagar depois tudo bem né, pega na minha bolsa

-Te amo amiga! Claro que vou pagar, quando foi que eu não paguei? - Levantou indo pro quarto antes de Maite responder

Depois que Dulce aceitou o convite, Any pediu que Maite não ficasse muito tempo ali com elas, e as duas combinaram que isso iria acontecer depois do jantar. Dulce chegou na hora marcada e trouxe um pote de sorvete para a sobremesa. As três conversaram muito mais que no dia anterior, Dulce mostrou alguns versos que ela escreveu no caminho até ali

Tenerte y Quererte  (Portiñon)Onde histórias criam vida. Descubra agora