JOTARO
Duas semanas se passaram, desde que seu Kakyoin saiu de sua vista.
Talvez se ele tivesse ido com seu amado naquela hora, olharia para o seu sorriso bem próximo. Isso iluminaria o seu dia.
Mas não sabia que algo como assim aconteceria. Provavelmente, se tivesse algum inimigo com Stand perto deles, ele iria com o ruivo. Porém, não é o caso. Estavam no colégio, vivendo como um estudante qualquer.
Procurou por todas as partes da escola. Mas não o encontrou. Mesmo com seu Star Platinum. Não o via mais nas aulas, na sala de aula… Isso deixou ele com uma preocupação imensa.
Talvez o seu Kakyoin trocou de sala de aula.
Ele perguntou para o sr. Yamada―seu professor, aliás―, sobre a mudança repentina do garoto menor. Ele disse que, como o Noriaki estava atrasado com as matérias do ano atrasado, os responsáveis decidiram colocar ele no 2°ano-A.
Após ouvir isso, ele correu para a turma onde o ruivo frequentava agora.
Porém, como o esperado, não achou ele.
O coração dele batia muito, só de pensar que não veria mais o seu amado…
Ele nem prestava atenção na aula. Que até seu professor batia em sua mesa com força, e gritava nos ouvidos dele. É claro que, isso o deixou mais puto que já estava antes. Ele queria já espancar o seu professor, que tem várias rugas na cara. Aliás, ele era solteiro e velho, com poucos fios de cabelo―parecendo ser um tipo de velho pedófilo. Jotaro sentia nojo dele, que desde começo queria deformar o rosto com vários socos de seu Stand. No entanto, não queria mais causar problemas para sua mãe. Então teve que segurar a sua raiva.
As vadias ainda perseguiam ele por todo arredor da escola. Ele nem mesmo tinha um descanso, e nem paz.
Pelo menos, tem seu Stand, para parar o tempo e despistar aquelas chatas das garotas. Apesar disso, elas não iriam desaparecer em sua frente, de repente, indo para o buraco negro.
―Meu docinho! – A senhora Holly abriu a porta e deixou uma brecha – Se prepare, porque o papai e seus amigos virão aqui, daqui a pouco! - sorriu.
Hoje era sábado. O seu avô, Joseph, combinou que iriam ao shopping só para passar tempo com seu neto. Como ele tem um ar de festeiro e divertido, obviamente, chamou os seus amigos para curtirem um pouco.
Mas, tampouco estava afim de passar tempo com eles.
―Mas que saco – sussurrou, fazendo uma cara carrancuda – , não dá pra me deixar em paz?
A sra. Holly desfez do sorriso, e aproximou-se de seu filho, tentando não ir para cima dele, abraçando-o.
―Meu filhinho… Aconteceu algo com você? – sentou ao lado, criando um ruído pequeno do tatami antes de se sentar.
―Nada. Só sai daqui, vadia – ele a olhou com os olhos azuis de oceano. A cor do mar aparenta estar vazio, como se nenhuma luz vindo da Lua ou do Sol refletisse sobre ele. Em seguida, voltaram a olhar a mesa limpa que só continha um retrato de seus amigos e seu amor retirado no deserto do Egito.
―Mas a mamãe está muito preocupada com você, Jotaro. Ultimamente, você anda muito estranho… - ela parou de falar para respirar um pouco de ar, que se encontra à janela aberta disponibilizando, e depois voltou – É por causa dele?
Jotaro revirou-se, com as pálpebras levantadas que quase alcançavam as sobrancelhas, mostrando uma parte meia-preta e encrespada―julgando que ele não dormiu há dias ou até semanas. Ou então, não comeu muito bem desde aquela semana.
Ele sabia que ela descobriria isso, pelo fato de deixar a fatiga e a fome te consumir por inteiro. Seus músculos do braço e outros membros diminuíram conforme o tempo passava rápido pelo mundo. Ele tampouco digere a comida deliciosa que a mãe faz. Não tinha preferência em pratos―podia ser qualquer coisa, mesmo que seja algo nojento que a maioria das pessoas pensam, como aquela soja fermentada com um cheiro forte e pegajoso criado no Japão vários anos atrás. Exceto a sopa que a mãe cozinhavaーera uma daquelas normais, mas de algum modo, tinha um tempero especial que ele não sabia distingui-lo.
―Mãe, você está confundindo as coisas… - voltou a olhar para o retrato da foto que tirou no Egito com seus amigos – Eu só estou pensando que poderia ter mais seguidores de DIO vindo atrás de nós. Como eu e meus amigos mataram o “Deus” deles.
ーFilho… - levou a mão direita à rosto dele – Não precisa se preocupar com eles. Você tem que se divertir enquanto está ainda na fase de adolescência… Aproveite esse momento para se divertir com seus amigos. E não pense em coisas que te deixam pra baixo, está bem?
A Sra. Holly envolveu os seus braços no seu filho. E ele também a abraçou logo depois que percebeu o amplexo dela.
Jotaro se sentiu culpado por mentir para sua mãe.
Mesmo que ele ainda chamava ela de “vadia” ou outros nomes, ainda gostava de receber o amor dela. Ela era a única da família que entendia o que estava sentindo. Quando a jornada tinha terminado, a mãe de jotaro percebeu que seu filho estava com receio de perder o seu “melhor amigo” quando estava ao lado dele no banco de espera no hospital. “Meu docinho, acredite no seu amigo… Ele irá sobreviver, mesmo que esteja no estado crítico. Ele é forte, e você já esteve próximo dele. Não deixará essa dorzinha dominar por inteiro!”
Talvez seja meio exagerado o que ela disse. Mas isso realmente deixou Jotaro aliviado e calmo.
Talvez ele teve sorte de ter uma mãe como a sra. Holly.
Jotaro, então, decidiu sair com seus amigos. Para esquecer um pouco de seu Kakyoin.
Ele colocou uma camisa preta com uma gola alta, um casaco da mesma cor e longo da marca mais cara que tinha no seu armário, e uma calça branca meio-colada com um cinto em sua volta. E claro, usou o seu cap favorito no encontro.
Assim que abriu a porta, avistou um francês com aquele cabelo esquisito á sua frente, apontando para o mesmo.
―Cara, por que você demorou tanto assim só para se arrumar?! – Polnareff disse, sem nenhuma paciência.
Os seus amigos já estavam na entrada de sua casa, esperando o Jotaro se arrumar. Talvez a sra. Kujo não notou a presença deles. Mas ficou feliz de vê-los novamente.
―Polnareff, você também demora. – Avdol estreitou os olhos para o francês.
―Com certeza. Se nós não tivemos gritado naquela hora, até agora você ficaria lá! – Joseph disse – Quantas horas que demora para arrumar essa torre na sua cabeça? – ele levou a mão até o cabelo do Polnareff e bateu com seu dedo indicador.
―Cala a boca, seu velho gaga! – Polnareff , afastando dele.
Jotaro apenas olhava seus amigos rindo(menos o francês, porque estava frustrado), com um pequeno sorriso no rosto. Fazia um tempo que não sentia essa sensação. De estar se divertindo. Porém, ele imaginou o seu amor com belos risos diante dele. Ele fechou os olhos e abaixou o seu cap. Não tinha como esquecer do seu amado. Imaginando o seu Kakyoin rindo igual um bobinho… Não tinha como tirar isso nos seus pensamentos, mesmo se distraindo com seus amigos.
―Jotaro, o que foi? – perguntou o seu avô, estreitando uma das sobrancelhas.
―Nada, vô.
Depois que Jotaro respondeu, ninguém não falou nada. Um silêncio total cantarolava entre eles. Só tinham carros correndo pelas ruas. Eles olhavam uns para os outros, como se alguém dali fosse suspeito de algum crime.
No entanto, o silêncio se quebrou. Alguém estava chamando o seu avô. Provavelmente era a sua mãe. Mas que saco, pensou Jotaro.
―Papai! – ela correu em direção do seu avô.
―Minha querida filha Holly! – Joseph pegou a sua filha em seus braços e abraçou-a.
―Muito obrigada, por chamarem o meu docinho para sair com vocês! – a sra. Holly sorriu, abraçando o seu pai.
Polnareff, que tentou não zombar na frente de Jotaro, deu risadas baixas para ele não conseguir ouvi-lo. Mas infelizmente, ele os escutou. Aproximou-se do francês e puxou um dos fios de seu cabelo com força de seu Star Platinum.
―Ai!!!
―Só fecha a sua boca grande aí.
ーNão dá!
―Jotaro e Polnareff, parem. Vocês parecem duas crianças brigando. – Avdol afastou eles um do outro.
Eles ficaram de mãos cruzadas, virados de costas para o outro.
Avdol respirou fundo. Ainda bem que ele estava ali, porque se não estivesse, estava certo de que essas duas crianças já grandes iriam brigar usando seus Stands. Assim destruindo a residência dos Kujo. O Joseph iria ficar de boca aberta vendo a casa da sua filha destruída. Já a mãe de Jotaro não ligaria muito para sua casa desmoronada. Ela falaria que iria comprar a outra casa. Mas como o Joseph era apegado na sua filha, iria comprar no lugar dela.
Antes de partirem para o destino, a sra. Holly cumprimentou os seus amigos com a delicadeza que tem em sua personalidade.
Polnareff se esqueceu o que acontecera entre ele e o Jotaro. Até conversou com o garoto maior, enquanto se dirigiram até o carro. Certamente, deve ser a amabilidade de sua mãe que usou contra o francês.
Assim que Polnareff abriu a porta do carro, um cachorro com uma perna robótica pulou na sua cara e peidou nele. Jotaro o reconheceu.
Já fazia um tempo que não via o Iggy. Ele não mudou o seu jeito.
O cachorro revirou-se e sorriu para o Jotaro, enquanto o francês gritava com ele. Mas que saco, disse em mente, abaixando o cap com seus lábios levantados escondidos por baixo.
O seu avô sentou no banco do volante, e o Avdol ficou ao lado dele como um copiloto. Jotaro e os outros sentaram nos assentos dos passageiros.
Meu deus, ele pensou, fechando o nariz com a mão.
Quando observou a sua volta, tinham embalagens de chiclete de café no chão e o resto estava cheio de patas de cachorro marcadas em cada canto e salgadinhos espalhados nos bancos e no chão, assim misturando o cheiro do chiclete com o salgado. Estava fedendo a horrores.
―Mas que merda é essa?! – Jotaro encarou diretamente para o seu avô.
―Ah. Eu tinha esquecido de mandar ele limpar o carro. – Joseph olhou o Polnareff pelo espelho.
―Por que eu?! Não tinha quer ser só o Iggy? – Polnareff vociferou, olhando o cachorro com desprezo.
―Meu caro amigo, cachorros não conseguem limpar. – O velho parou o carro, assim que o sinal vermelho apareceu – Foi você que começou brigar com ele, Polnareff. Que até jogou o resto de salgadinhos e gomas de chiclete no chão. – Joseph voltou a mexer na volante.
―Deixa de ser porco. – O egípcio disse, com braços cruzados – Depois que irmos embora, você esfregará direitinho por dentro do automóvel do sr. Joestar.
Apesar do carro ser grande e espaçoso, e absterso por fora, no interior dele era quase um lixão.
Pediu, mentalmente, que não houvesse nenhum rato nesse carro―mesmo sabendo que era impossível de ter esse roedor.
Jotaro lembrou-se que quando era criança, tinha nojo desse animal(ainda tem nojo, mas diminuiu com um tempo). Enquanto olhara a vista pela janela da sala de aula, um rato enorme aparecera na borda dela e pulou na cara do menino. As outras crianças riram dele logo que caíra da sua cadeira tentando tirar o roedor. Porém, conforme tentara retirar o animal de si, batera a cabeça no piso com força, fazendo com que sangrasse. Aquele rato maldito finalmente saíra em cima dele. Quando a professora viu isso, levara o garoto rapidamente para a enfermaria, e ligara para a sra. Holly. Que depois de um tempo, sua mãe chegara na escola.
―Meu deus! – ela correu até o seu filho que estava com faixas brancas enroladas na cabeça – Meu filhinho docinho da mamãe, o que aconteceu com você!? – abraçara ele.
―Mamãe, estou com medo! – o pequeno Jotaro chorara nos braços de sua mãe.
―O que houve, meu filho? – fitara para ele – Conte pra mamãe.
―Senhora Kujo. – A professora se aproximara deles – Os colegas dele me contaram que ele tinha caído da cadeira por causa de um rato… Sinto muito, sra. Kujo. Da próxima vez, nós iremos certificar que não terão nenhum desses animais na turma. – curvara-se.
A sra. Holly ficara sem jeito. Mas assentira.
Ela levara o seu filho para casa. Para recuperara o ferimento, que ainda estava dolorido.
Jotaro se envergonhou, relembrando dessa memória traumatizante da sua infância. Enquanto o francês franziu a testa para o preguiçoso do Iggy―que estava se divertindo com toda essa situação.
―Aliás, sr. Joestar – disse o Avdol –, você não convidou o Noriaki?
Só de ouvir o nome de seu amado, todos os músculos dos olhos tremiam. E mordia uma ponta de seus lábios.
―Eu tinha ligado para o número da senhora Kakyoin. Mas ela disse que ele estava muito ocupado. – Joseph o respondeu, virando logo para a entrada do shopping.
―Entendo. O jeito que o Kakyoin é, deve estar estudando ou jogando algum jogo.
Ele não queria mais ouvir esse nome saído pela boca de seus amigos.
Ele queria mesmo encontrar o seu amor por vontade própria. Mas, ao mesmo tempo, queria esquecê-lo. Só por hoje.
Joseph sugeriu que fossem comer em algum lugar. Os três concordaram, apesar de terem almoçado antes de ir ao shopping, . Então decidiram parar em algum lugar para comerem algo.
Hoje fazia um calor extremo. E o velho Joseph reclamou a roupa longa que o seu neto estava usando. Ele apenas ignorou o velho.
Quando entraram na sorveteria―que estava próximo da entrada da praça de alimentação―, a fila estava cheia. Na verdade, todas as restaurantes estavam lotadas. Talvez fosse porque era sábado. E era dia da promoção nas lojas e nos restaurantes.
Polnareff reclamava de fome, que até babava por baixo da sua vestimenta. Certamente, Avdol brigou com ele por fazer isso no público.
―O que vocês vão querer? Já decidiram no cardápio? – Joseph olhou para eles, assim que o homem da sorveteria perguntou.
―Eu quero uma bola de massa de baunilha e a outra massa de abacaxi. E é claro, com cobertura de chocolate e confeites coloridos em cima! – Polnareff disse, já com brilho nos olhos grandes. Ele parecia uma criança de sete anos quando ganhava um presente.
O francês tem realmente um gosto estranho para doces. Tipo, ele lambera um pirulito com espirais espalhado com papa daquele bebê que enfrentou durante a viagem para o Egito. Provavelmente, ele roubou um pouco do Joseph que fizera e comprou um pirulito no Cairo, assim que teve oportunidade.
Jotaro não sabia que teria um amigo estrangeiro com gostos estranhos. Até demais.
―E você, Jotaro? – O velho perguntou, logo após Avdol ter pedido seu sorvete.
―Vou querer… - ele hesitou – Só de morango. Com cereja em cima.
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My Obsession by You (Jotakak) - EM HIATUS
FanfictionA palavra "obsessão" significa um apego excessivo a uma ideia, uma coisa... Mas no caso da pessoa ー pensamentos, controle, dominância, delírios e desejos apenas sobre ela em um conjunto só o torna também uma obsessão. Talvez esta compulsão exagerada...