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JOTARO

Toda a aflição acumulada e o sangue que fervia bem dentro de suas veias preencheram o corpo inteiro de Jotaro. Fazendo o calor extremo se espalhar no cobertor, juntamente sua pele. Ele inclinou-se para frente, e puxou uma parte do cobertor para longe de suas pernas. A ventilação da madrugada pelo quarto estava fria, logo diminuindo a temperatura ardente de raiva, que sente por aqueles imbecis. E ainda embravecia por eles, desde que tinha os espancado duas vezes em seguida, quando perseguiam o mesmo ao redor da escola com um propósito de ter uma revanche.
    O que o martelou realmente em sua cabeça, que tivesse outro usuário de Stand. No fato de que ele nunca encontrava seu Kakyoin por toda a escola, ainda com seu Star Platinum olhando para todos os cantos, nem sequer uma distração, era deveras estranho e suspeito logo de início.
     Já não aguentava aturar outros usuários de Stand com só um objetivo de infernizar a vida de seus amigos, quanto a ele. Estava cansado demais de pensar que haveria outra situação de vida a morte, e não queria mais saber de lutar. Como aqueles cinquenta dias que passou um sufoco, sem descanso, uma tortura horrível. Não só com ele, mas como os outros, também. Mas imaginar que Akira fosse um usuário de Stand, e prejudica o ruivo, já era outra conversa a ser seguido. Se ele, de fato, fosse, provavelmente Jotaro iria dar vários socos no rosto dele, e adicionando que o delinquente maleficia o garoto da cereja, o deixaria em coma por um ano.
    -Jotaro?
    Ele revirou para o ruivo, escondendo a raiva adornada de baixo da máscara.
    -Você está decepcionado comigo? – Noriaki abaixou o rosto, em seguida erguendo as costas e segurou a ponta do cobertor, que por sinal, era macio, e Jotaro o via ele o tocar ás vezes.
    A tom de voz do ruivo, doce, mas amargo pela desconfiança. Sentia que ele tinha que dizer algo, que desse para aliviar a tensão desenhado no rosto do ruivo. Moveu um pouco seus lábios para abaixo do nariz, com a tentativa de falar o que estava pensando naquele momento. Mas o ar gélido que caminha sob o teto, gerava um clima inconveniente e desconfortável para que ele dissesse a Kakyoin, os seus sentimentos e o jeito de falar. Desfez de sua voz, que quase estava saindo pela sua garganta, engolindo as palavras com a maior rigidez para dentro de si-que pareciam estar brancas em sua mente.
    Ele deveria ser alguém capacitado de expressar seus próprios sentimentos, assim que desse para acalmar o ruivo de sua dureza por ele mesmo. Na verdade, já tinha o libertado sentado no banco ao lado de seu Kakyoin, apreciando a vista contendo brilhos radiantes, rosas com um charme único soltando suas pétalas em volta do ruivo diante de seus olhos. Mas nesse exato momento, aquela maldita insegurança tinha voltado novamente para atormentar a vida de Jotaro. Como se toda aquela apreensão colocada pra fora fosse fútil.
    Suas emoções mudam a qualquer hora, a cada minuto que se passa. E não entendia a troca deles repentinos em seus sentidos rígidos. Parecia que uma hora ele iria pôr todo o ódio em vários pontos dos vasos sanguíneos, e em seguida, a corrente de sangue ficava fria acalmando cada bolha vermelha que percorriam nela. Era bizarro-essa mudança emocional drástica.
    Jotaro virou seus olhos sobre o ombro, e notou uma leve presença do ruivo nas costas. Ele cheirava a aroma de cereja, forte que até dá para senti-lo de longe. Mas o mesmo estava tão concentrado nos seus pensamentos fisgados na mente, que nem tinha aproveitado o suficiente de apreciar o gosto, o cheiro, de tudo que seja o dele, seu único tesouro encontrado perante às margens do mar azulejado, límpido como o céu azul sem nenhum destroço sequer. 
    Ele olhou para a mão pequena dele, e já estava cutucando com seu dedo do indicador no punho aberto de Jotaro. A mão grande dele estava tremendo de ânsia, e quanto aos dedos, que estavam no mesmo ritmo da trêmula da palma aberta. O toque umedecido e quente se rastejando em uma parte do punho desprotegido, fazendo o moreno atingir no pico de suas emoções acumuladas, na qual se encontravam um vigor pelo desejo excessivamente alto-a cada rastro deixada pela ponta da unha avermelhada do ruivo. Turbilhões de comoções subiram com tudo nas suas veias, deixando Jotaro mais quente que o normal, e os pelos do corpo levantarem a nervosismo. 
    Mas aqueles movimentos duvidosos do garoto da cereja… Eram realmente outro sonho acordado do Jojo? Não, ainda o Noriaki tinha audácia de fazer aquilo com ele. Porém, o jeito que ele acariciava levemente a mão, a tentativa de acalmá-lo quando o viu, Jotaro virou para trás, novamente, para enxergar melhor o rosto do ruivo. Estava sério, sem nenhum traço de malícia em sua boca, e nem seus olhos lilases… Jotaro sentiu a faringe vomitando o coração mole, como se houvesse alguém tentando tirar com força o órgão interno. E esse alguém era o Noriaki-com aquele rosto perfeito, sem nenhuma falha sequer na pele branca dele.
    Seu Kakyoin estava perto demais. A ponta do tecido de baixo encostava na parte traseira do maior, e a bochecha quase apoiava no braço musculoso dele.
    Jotaro esperou ele dizer alguma coisa, ainda permanecendo imóvel.
    -Jotaro, se tem algo pra me falar, fale. Eu não vou ficar chateado e tal, e ainda mais, porque ficaria? – ele deixou soltar um riso de despreocupado – Não tenho direito de ficar chateado.
    O moreno respirou fundo, e prosseguiu a conversa. Mas a frase “não tenho direito” o deixou com tique em seus lábios.
    -Eu já disse que não iria ficar decepcionado contigo. E pare de dizer coisas ridículas, Kakyoin. De não ter direito a nada, porra. – Jojo aumentou o tom de voz, enquanto a mão parava de tremer sob o membro do ruivo. Mas nem tinha soltado a mão do garoto da cereja, como se ele fosse um incentivo a sua auto confiança que, aos poucos, desencadeava a excitação guardada bem no fundo do coração.
    O jovem de cabelo vermelho desfez do sorriso, e desviou seu olhar para o piso do quarto.
    -Se aquele cara e os outros te magoarem de novo, vou quebrar todos os ossos deles e deixá-los de coma até morrerem de medo quando te ver. Ou melhor, se suicidarem só de olhá-lo. – Jotaro entortou o sorriso, olhando para a feição do seu Kakyoin, com o rosto suando de frio. 
   

KAKYOIN


    Aqueles lábios encharcados brilhando pelo desejo da morte, seguida de pupilas se afinarem de alegria, e Kakyoin por sua vez, estremecera todos os membros e a sua respiração ficou todo ofegante de medo. Apenas o medo repentino tomava conta da figura avermelhada com os dedos finos tentando serenar ele. O que acontecera ao contrário. Tentara mais deixá-lo com o semblante indicando um sentimento desconhecido e estranho que realmente tranquilizar a maioria dos nervos de seu amigo pedindo pela ajuda. 
    Com pavor, ele apenas não o encarou de volta. Mas tinha que lutar com o olhar assustador de Jotaro, então se empenhou em olhar lentamente para o rosto, ainda com a mão pregada no punho semifechado do moreno, deixando um ensopado de suor em sua tona de pânico, pensando o que ele estava fazendo nesse exato momento. Porque o silêncio que rodeava em volta deles, principalmente o Jotaro, que nem sequer move seus músculos de lugar, o clima ficava mais apertado para o pobre jovem. Até que finalmente olhou para ele.
    Jotaro encarava o ruivo, com o rosto neutro de sempre. Porém dava para enxergar um pequeno traço de malícia em seus olhos azuis. E de repente, ele se aproximou do Noriaki, abaixando suas mãos de forma leve e gentil para o lado de seu ombro. Kakyoin imediatamente afastou o rosto suado para trás, mas o que ele não tinha percebido antes… Seu corpo estava entre as pernas longas de seu suposto amigo. Toda a pele superficial-desde da cabeça até o final da estrutura física-estavam queimando em chamas de vergonha. Como Jotaro tem a ousadia de aproveitar que ele estava distraído em seu medo para fazer aquilo?
    Parecia que ele já tinha experiência em dominar as pessoas. Tinha prendido os pulsos do ruivo entre seus dedos quando Kakyoin ainda estava ponderando deitado na cama macia. E tampouco cedeu a ele um espaço para sair do sufoco.
    Safadeza tomando conta do ambiente, Jojo lançou um olhar para os lábios suaves de Kakyoin, com um desejo de fazer aquilo, nesse exato lugar, sem preocupação em sua volta. Nem se a senhora Holly visse seu filho pegando de jeito o jovem dominado.
    Noriaki apenas fechou os olhos, e implorou que isso fosse um sonho qualquer.
    Repentinamente, escutou alguns ruídos que pareciam ser risadas sarcásticas vindas de cima. Mas a vergonha alheia não deixava o ruivo abrir os olhos para ver de onde os risos abafados estavam saindo. Então ele acalmou a sua mente toda bagunçada, e logo, com a coragem tomando em suas pálpebras, ergueu elas devagar e avistou aquela figura novamente.
    Jotaro estava soltando aqueles risos baixos, como se o Kakyoin, todo constrangido, fosse o centro da piada. O de cabelo enrolado espremeu os olhos, e a raiva subiu em seus nervos só de olhar o rosto do Jotaro zombando dele.
    -Do que você está rindo?! – o ruivo berrou, e todo seu rosto estava completamente vermelho de raiva como uma pimenta bem ardida. Talvez o semblante dele era a razão que Jotaro estava gargalhando sem parar.
    -Você fica todo vermelhinho igual o seu cabelo. É engraçado vê-lo assim. Principalmente enfurecido. – Jotaro parou aos poucos de rir, e afastou-se do corpo deitado de Kakyoin, voltando para sua própria cama – Na verdade, eu só queria que você parasse de pensar em coisas deprimidas, sabe?
    Ainda embravecido, levantou imediatamente do colchão e apanhou a gola da roupa de Jotaro, erguendo-o sem remorso com as mãos ainda suadas. Ele queria o ver morto bem ali-com a lápide à sua frente, preparado para enterrar o idiota do Jotaro-, só porque o seu suposto melhor amigo pegou-lhe desprevenido para fazê-lo esquecer de suas amarguras sentimentalistas. Mas não estava errado, se alguém como Jotaro pegasse uma pessoa com a cabeça no mundo da Lua, provavelmente a maioria iria ranger os olhos e os dentes com a fúria a mostra.
    -Mas não precisa ser daquele jeito, seu idiota!
    -Kakyoin, você está perto demais. – Jotaro disse, virando seu rosto para o lado, enquanto evitava o olhar raivoso do ruivo.
    Nossa… Noriaki estava fazendo o mesmo que ele. Mais a cor vermelha se espalhou pelo semblante, junto a raiva com constrangimento na camada de baixo. As emoções estavam todas embaralhadas e fora de si, friccionando a cara do ruivo como se esfregasse-o violentamente a situação embaraçosa que estava naquele momento. Kakyoin se distanciou de Jotaro, assim que tinha desprendido as mãos da gola.
    Ele gritava por dentro, sacudindo o coração apertado daquele sentimento morno que atormentava a vida dele. Aquela afeição, quente e confortável, sentia-se completamente amantético pelo seu melhor amigo. Porém, lembrara aquele específico rosto-sorriso entortado, com aquele olhar que chamava por vingança, mas, ao mesmo tempo, seguido daquele sentimento de paixão percorrendo pelo oceano azul. E o que ele tinha falado: do suicídio. Não, é só mais uma brincadeira de mal gosto desse idiota, pensou o menor, encarando o nada já deitado na cama, pronto para dormir. Ele não se esqueceu aquelas marcas em sua pele, mas o que havia acontecido nesta noite, não sentiu mais a dor pequena nela.
    Ele não fazia ideia se aqueles delinquentes iriam ao hospital, com todos os ossos quebrados e medo ingerido na mente.
   
                        

My Obsession by You (Jotakak) - EM HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora