CAP 35

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Marina Bittencourt

Tudo estava uma confusão na minha cabeça. Em um instante estávamos bem, dançando e conversando e simplesmente do nada Cecília estava fria e sangrando em meus braços.

Eu simplesmente não sabia o que pensar, nem o que fazer.
Ricardo estava uma pilha de nervos, preocupado. A todo tempo ele parava alguém na esperança de que pudessem nos dizer alguma coisa sobre o estado dela.

Ela estava viva, nós sabíamos.

— Você deveria ir pra casa, Marina — Ele disse me entregando um copo d'água — Todos vocês deveriam — Disse e o pessoal negou com a cabeça

— Não saio daqui até ter notícias dela — Fui firme. Ele me deu um leve sorriso e negou com a cabeça

— Sua mãe deve estar preocupada — Ele me encarou sério

— Eu posso me resolver com ela depois — Ele abriu a boca para protestar comigo, mas parou assim que viu o pai.

Lembro de tê-lo visto no jantar.
Talvez ele estivesse preocupado com a Cecília, ela me contou que ele vinha tentando falar com ela.

— Não saia sem me avisar — Ricardo disse e antes que eu pudesse responder ele caminhou em direção ao homem mais velho.

— Ela vai ficar bem, não vai? — Valentina perguntou com a voz embargada, Oliver passou a mão nas costas dela e ela chorou.

Meus olhos se encheram de lágrimas ao pensar no pior, mas eu tinha que ser forte.

— Claro que ela vai ficar bem. Ela é forte — Forcei um leve sorriso e recebi um abraço da Hannah.

*


Quase 5 horas depois recebemos a notícia de que ela já estava fora de perigo. A cirurgia tinha sido um sucesso e a bala retirada da cintura.

Não sabíamos quem e nem como isso aconteceu. Ninguém ouviu nada e nem viu nada. Provavelmente usaram um silenciador, mas as perguntas que rodavam na minha cabeça eram Quem e porquê?

Ricardo entrou para vê - lá. Ela ainda estava desacordada, mas ele queria apenas ter certeza, eu acho.

— Você vai agora? — Liam perguntou se levantando da cadeira onde estava sentado ao meu lado.

Os outros já tinham ido embora por conta do horário, mas ele quis ficar pro caso da Cecília poder receber visitas.

— Eu... Queria vê - lá, só pra ter certeza — Ele tocou meu ombro

— Entendo. Eu posso...

— Não precisa — Me adiantei — Sei que você está cansado e ela já está fora de perigo e além do mais, ninguém vai poder passar a noite com ela, então...

— Tem razão. Aposto que amanhã cedo todos já vão estar aqui, vamos fazer ela acordar rapidinho, você vai ver — Eu sorri

— Espero que sim.

*


Quando o Ricardo voltou, 5 minutos depois — Pois não podíamos ficar muito — Foi a minha vez de vê - lá com os próprios olhos.

Aquela que eu nunca imagineiOnde histórias criam vida. Descubra agora