10. exaustão

16 3 1
                                    

Sou como o vento,
vezes forte
vezes fraca.
Algumas vezes sou brisa,
e tem horas que me torno
um tornado.

Minhas emoções
são papel,
vazias até
alguém aparecer,
e pintá-las com
uma tinta doce
como o mel.
Mas, porém,
continuarão com
o vazio.

E é um vazio que quem sabe,
eu nunca vá preencher.
Pois por quanto mais
eu pinte,
quanto mais eu
expresso,
eu nunca viverei
o amor de perto.

De perto apenas.
Porque de longe,
já vivi mil amores,
e mil amores
viveram por mim.

Eu cansei,
cansei da minha
aparência,
cansei de tentar
fazer
os outros me amarem,
me cansei
de tentar.
Mas isso,
entretanto,
não é o que
querem ouvir.
É por isso, que escrevo aqui.

É para me encontrar.
Para que eu possa mostrar
como é ser eu mesma.
Sem ninguém aqui perto,
eu me aproximo
de toda a chuva
que causei,
de todo o vento que leva
meus pensamentos
todos
juntos e
embaraçados,
e começo a rodopiar enquanto
sou tocada pela chuva,
que é a única que
me toca sem
me machucar.

Porque
a chuva
me faz
querer viver.

um grito no vazioOnde histórias criam vida. Descubra agora