Primeiro Capítulo - O início

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15 de dezembro de 2005:
Elis chega ao hospital madeirão com graves ferimentos, a equipe médica corre contra o
tempo para salvá-la. A dra Carolina olha, para e pensa “O que será daquela garota sem
seus pais?”, infelizmente o Sr e Sra Bitarães não tiveram a mesma sorte que sua filha,
chegaram mortos ao hospital.
Dias passaram e a recuperação foi melhor do que o imaginado. Para a surpresa de todos,
Elis tem alta, com a recomendação de ver um terapeuta uma vez na semana, a pobre
garota atormentada conta uma história sobre como estavam sendo perseguidos por
entidades malignas, ela agora está sozinha com seus demônios e terá que lidar com isso de
qualquer maneira.
Após a morte de seus pais, Elis decide ir embora para São Paulo, estudar medicina
veterinária, para um dia assumir os negócios da família.
Cinco anos se passaram desde o fatídico dia, ela volta para Ouro Preto para assumir os
cuidados da fazenda Bitarães. Mesmo tanto tempo depois, ela ainda consegue sentir o
cheiro de seus pais, e isso lhe traz lembranças dolorosas.
Em sua primeira noite, Elis acorda sentindo o cheiro de cigarros, ela logo se lembra de
seus avós. Tentando desviar os pensamentos, levanta para beber água e se assusta com
Estrela se roçando em suas pernas, pedindo comida.
Alguns dias depois, Elis estava cuidando das mulas junto de um dos funcionários da
fazenda:
-
O que houve com elas?
-
Estão assim desde que a senhorita chegou… Parece até que veio algo ruim junto.
A vizinha ficou sabendo de sua volta e levou uma torta de maçã de boas vindas. Elas se
conheciam há muitos anos, Amanda a viu crescer, e era muito próxima de sua mãe dona
Deise. Foi praticamente impossível não falarem sobre o acidente.
-
O que aconteceu naquela noite?
-
Não me lembro direito, é tudo muito confuso… Estávamos voltando de viagem,
conversávamos e ríamos muito. Haviam duas mulheres no meio da estrada,
pareciam ser mãe e filha, uma usava vestido e véu pretos e a outra usava um
grande vestido branco, me lembraram a morte. Papai tentou desviar, foi quando o
acidente aconteceu.
Trazer todas aquelas lembranças lhe causou arrepios.
Semanas após sua chegada, Lis continuava acordando a noite sentindo um forte cheiro de
cigarros, decide então questionar os empregados, mas descobre que nenhum é fumante.
Curiosa, resolveu buscar uma resposta na igreja onde foi criada, já que tinha pais
extremamente religiosos. Chegando lá, encontra o padre na sacristia.
-
A benção, padre Antônio.
-
Deus abençoe, minha filha. O que te traz aqui hoje?
-
Tenho sentido um cheiro de cigarros a noite, mas nenhum dos funcionários da
fazenda fumam…
-
O cheiro só aparece a noite?
-
Sim, isso significa algo?

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