O Ressignificado do Amor

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Olá! Me chamo Larissa Schneider, tenho 39 anos, sou Engenheira Civil e moro em Florianópolis desde os meus 15 anos, quando meu pai foi transferidos pela empresa que trabalhava.

Naquela época eu fiquei muito triste de vir embora para cá. Morava em BH e deixei amigos p trás, meus melhores amigos eram Danilo e sua irmã Deise e o namoradinho dela Lucca. Todos da nossa família diziam que Danilo e eu iríamos ser namorados, mas eu não conseguia entender, era tão boba. Nós dois meio que nos completávamos, ele sempre muito certinho e eu destrambelhada. Eu cometia cada gafe... No velório da avó dele eu abracei seu avô e ao invés de dizer meu sentimentos eu disse PARABÉNS. Sério, eu não sabia onde enfiar a cara.

Na escola uma vez estávamos fazendo prova, a diretora entrou na sala e começou a xingar, até hoje não sei porque, mas ela estava xingando todos os alunos e eu queria prestar atenção na prova, eu levante e gritei CALA A BOCA! Minha prova terminou na diretoria.

Danilo sempre limpava minha barra nessas horas.

Teve uma vez que, em uma festinha na casa da prima dele, um amigo dela queria me beijar, eu nunca tinha beijado ninguém. Danilo sugeriu fingir ser meu namorado, mas eu não quis. Danilo começou a ficar com outra garota, mas o cara me encheu tanto o saco que eu falei que namorava e meu namorado estava na festa. O cara queria saber quem era, fui até o Danilo e puxei a menina pelo braço, joguei ela para o lado e beijei ele. Só que na hora percebi a besteira! Saí correndo e ele correndo atrás de mim, e mais uma galera atrás de nós dois. A polícia nos parou e achou que eu estava fugindo de assalto e o que eu fiz? Comecei a rir, não conseguia parar de rir! Resultado: todos para a delegacia e chamaram nossos pais.

Explicamos o que aconteceu. Meu pai me proibiu de voltar a ver Danilo e Deise. Ficamos uma semana sem nos falar, faltei uma semana na escola. Ele e Deise tentaram falar comigo, mas não atendi, a vergonha era imensa. Depois de uma semana voltei a escola com a desculpa de ter pego virose. Assim que entrei sinto alguém me puxar...

- Até que enfim veio para a escola! Você precisa me explicar o que foi aquilo na festa e porque seu pai não quer mais que eu fale com você! - A merda tava feita!

- Oi para você também, Danilo!

- Anda Bobona, fala o que houve? -Ele e seu apelido carinhoso...

- Me desculpa, tá legal? Eu só queria fugir do cara lá da festa e falei que meu namorado estava lá e para provar que era verdade fiz aquilo, mas passou, não significou nada.

Ele passa as mãos nos cabelos e me olha.

- Não significou nada? Fala sério né? Tem certeza disso? - Ele fala, se aproximando de mim e eu não consigo falar nada - Lari, se para você não significou nada, saiba que para mim significou muito!

Ele disse isso e saiu de perto. Resolvi ir para a sala e bem no meio do caminho, quem foi que colocou uma escada no corredor? Tropecei na bendita e fui de cara no chão e a escada caiu fazendo o maior barulho. Era professor vindo até mim para ver se me machuquei e alunos rindo da minha cara, e Danilo não estava ali para me amparar. Assisti a aula arrastada, ou melhor fiquei igual uma planta ali. Na saída meus pais estavam na diretoria e me pediram para ir até lá. Eles foram pegar minha transferência. Iríamos nos mudar no dia seguinte e não me deixaram escolha.

Danilo estava chateado comigo, resolvi nem me despedir. Viemos para Floripa.

Custei me acostumar. Nunca mais vi ou ouvi falar dele e de Deise. Senti falta deles, das nossas conversas, dos tombos bestas que eu levava do nada, tropeçava em mim mesma, mas para eles já era normal, nem se importavam mais.

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Os anos passaram, eu cresci e me tornei adulta. Me casei com uma pessoa incrível que me apaixonei de verdade, tivemos duas filhas, Sofia e Jennifer, gêmeas, estão com 15 anos. Meu casamento acabou, mas nossa amizade se mantém.

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