Perdida em Beiradúr

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Ricardo e Pérola estavam em viagem de lua de mel. Estavam em um hotel, já que não voltaram para casa após o casamento e só iriam viajar no outro dia.

- Amada, vamos tomar o café e, em seguida, já iremos ao aeroporto, está bem?

- Podemos tomar o café aqui mesmo na suíte? Quero tomar um banho relaxante antes.

- Pode ser. Vou ligar para a recepção para informá-los.

Ela foi até o banheiro e tomou um banho. Ao terminar notou que Ricardo não estava no quarto.

- Ri? -Ninguém respondeu. Se arrumou para ir atrás do esposo que, provavelmente, havia descido para tomar o café no restaurante do hotel. 

Ao descer percebeu seu esposo, ao longe, falando ao celular. Parecia nervoso com alguma coisa. Aproximou-se dele e quando foi vista o ouviu dizer:

- Preciso desligar, minha esposa está aqui!

- Quem era, bem?

- Era assuntos do trabalho. Detesto essas pessoas! Não me respeitam nem mesmo em minha lua de mel!

- Mas era o Junqueira? Por que ele não falou ontem na festa?

- Não, não era ele. Podemos ir tomar café? Iremos nos atrasar para o voo.

Pérola estranhou o modo que ele ficou, meio nervoso, mas seguiram para o restaurante do hotel.

Durante todo o café Ricardo parecia apreensivo e ficou se vigiando, como se alguém pudesse aparecer a qualquer momento. Isso foi percebido por Pérola, mas ela disfarçou.

Após terminarem o café Ricardo, ainda ansioso, perguntou:

- Você deixou tudo arrumado?!

- Sim. Pedi até para o concierge descer as malas e deixá-las junto as nossas coisas que já estão na recepção.

- Então vamos logo! Não podemos mais perder tempo aqui!

- Ricardo, espere! -Ela o segurou pelo braço. - Me diz o que está acontecendo?! Por que está tão nervoso?!

- Impressão sua. Não está acontecendo nada e não estou nervoso.

- Ricardo...

- Pérola, vamos ou vamos perder nosso voo! Precisamos ir.

Os dois seguiram para a recepção do hotel e no momento que Ricardo fazia o check-out Pérola se aproximou de uma vitrine que estava ao lado, onde haviam jornais e revistas. Pedindo umas duas revistas não deixou de perceber que o celular do esposo tocava insistentemente, mas ele não queria atender, mesmo ouvindo.

- Ricardo, atenda o seu celular! Está chamando.

- Vamos, já fiz o check-out e podemos ir!

- Ricardo...

- Pérola, vamos! Agora! -Esbravejou ele. Realmente estava acontecendo alguma coisa.

- Ricardo, se você não disser para mim agora o que está acontecendo eu não vou a lugar algum! -Falou ela, parando. Ele olhou para ela, conduzindo-a lentamente para um lugar ali no saguão por trás de uma parede.

- Amor, é o seguinte, estou enrolado com um problema sério e grande! Pessoas grandes e poderosas querem a minha cabeça por que eu denunciei experimentos sérios da empresa ao nosso chefe. Ele, ao invés de ficar do meu lado, decidiu me investigar por que descobriu que sou um agente secreto que estava infiltrado lá e aqueles no qual eu acusei estão vindo com tudo atrás de mim. Nessa noite passada nem dormi direito por receio de nos encontrarem e na ligação de hoje cedo fiquei sabendo que poderiam chegar a qualquer momento aqui. Se eles me pegarem não perdoaram nem você!

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