School Unlimited

Psicólogia

5h da manhã...

- AFF, mais uma noite sem dormir! - sussurra Sarah olhando o teto deitada na cama.
Em meio a escuridão daquele quarto só podia se ouvir os suspiros de Sarah aparentando tédio.
- que tal mexer mais um pouco no celular? - pensa Sarah com um mínimo de esperança - mas vou ver o que? Não tem ninguém acordado à essa hora!
*Celular apita*
- será que é alguém mandando mensagem? - pensa Sarah pegando seu celular esperançosa - ahh não! É só uma notificação! - suspira Sarah decepcionada.
- talvez se eu por alguma música para dormir eu possa cochilar um pouco! - pensa Sarah.

1h depois...

- Sarah! Acorda filha! Está tudo bem? - fala Dona Lilian (mãe de Sarah) acordando-a.
- mãe! Meu Deus! Que pesadelo horrível - diz Sarah chorando após acordar de seu pesadelo.
- eu percebi! Faz uns 5 minutos que você está aí chorando e se tremendo! Calma! Quer um pouco de água? - comenta dona Lilian.
- obrigado por me acordar mãe! Eu tive um pesadelo horrível? Um daqueles que tinha quando tinha 10 anos - explica Sarah se levantando e indo até o banheiro.
- o que? Sarah! Você nunca me contou do que se tratava esse pesadelo filha! Me conta! - pede Dona Lilian.
- não mãe! Não é nada! - exita Sarah.
- mas, caramba filha, porque diabos você não quer me contar? - implora Dona Lilian.
- o que que houve aí? - pergunta Lúcio (pai de Sarah)
- sua filha! Teve mais um daqueles pesadelos, e ainda não quer me contar sobre o que sonhou! - conta Dona Lilian.
- ahh Lilian! Deixa ela tadinha! Deve estar com a cabeça quente, você dormiu essa noite filha? - fala Lúcio.
- não! Pior que não pai! Fiquei a noite toda sem dormir e pra piorar hoje vai ter prova pra minha sala e eu nem estudei! - explica Sarah.
- viu Lúcio! Tô falando que o celular está fazendo mau pra ela! - diz Dona Lilian.
- aí mãe! O que tem haver uma coisa com a outra? - pergunta Sarah.
Tentando amenizar a situação Lúcio diz:
- não é isso filha, o que sua mãe está querendo dizer é que...
- é que você está se tornando viciada nessa merda! Pronto falei! - interrompe Lilian.
- o que? Mas eu fico a manhã inteira na escola! - rebate Sarah.
- e o resto do dia? Passa a onde? Nessa bosta que você chama de celular! Falei que não era uma boa ideia comprar isso pra ela! - retruca Lilian.
-bo celular é meu, a vida é minha e pronto acabou! Pra que tudo isso? Você quer que eu faça o que? Se eu saio você fala, se eu fico em casa você fala também! Vê se me esquece!!! - grita Sarah.
- Sarah... Sarah... Olha o jeito que você trata sua mãe! - alerta Lúcio.
- deixa ela! Tá achando que tá falando com as amiguinhas dela! - fala Lilian brava.
- desculpa! Eu me exaltei! Foi sem querer! - se desculpa Sarah.
- sem essa! Todo dia está assim Sarah! Você acha isso bacana? Já sei porque você não dorme, passa a noite toda nessa porcaria! - insiste Lilian.
- aí meu Deus! Esquece meu celular por um instante!!! E o Caio? - fala Sarah.
- não envolve ele no meio Sarah! O que estamos discutindo aqui é sobre você! - fala Lilian.
- aí meu Deus! Porque eu sou o alvo? Me deixem em paz! Aqui, quieta! Parece que gostam de me perturbar! - fala Sarah brava.
- agora chega mocinha! - fala o pai de Sarah.
- está sem o celular por 3 semanas, até aprender a me respeitar! - ordena Lilian enquanto confisca o celular de Sarah.
- mas... Mas... Que droga! Odeio essa casa!!!! - diz Sarah com ódio se trancando no banheiro.
- e depois da escola você vem direto pra casa, vamos ao psicólogo! - informa Lilian.

*Sarah indo à escola...*

    - e agora? Sem celular o que eu vou ficar fazendo? - pergunta Sarah para si mesma - aí que saco! Não vejo a hora de fazer 18 anos e jr morar fora! Aí ninguém vai mandar mais em mim! Serei livre!

Na escola...

     - quietos pessoal! Antes de começarem a prova, eu irei falar a nota de cada um na prova da semana retrasada - fala a professora de português - Sarah, a sua nota é a menor, se continuar assim você pode repetir de ano, tem que melhorar!
- professora eu estudo sim! Pode olhar meu caderno! É óbvio que eu estudo! - afirma Sarah.
- que nada... Essa menina só fica no celular! - se intromete Alex (um dos meninos insuportáveis da sala)
- cala a boca garoto! Cuida da sua vida! - responde Sarah.
- infelizmente o que ele diz é a mais pura realidade Sarah! Você tem ficado muito mais focada no mundo digital do que no mundo físico dos estudos! - aconselha a professora.
- é óbvio! O mundo físico é uma merda, parece um tipo de... De... Purgatório! Principalmente com pessoas como esse menino... - comenta Sarah apontando para Alex.
- mas Sarah, não pode ser assim não! Você é muito nova, não sabe nem o que é viver, o que é vida, praticamente não saiu das fraudas, você tem contas para pagar? Tem família pra sustentar? Ou você tenta ensinar um bando de adolescentes mimizentos viciados em celular? - questiona a professora de português - imagino que não!
- me deixa! - se descontrola Sarah.
- oha! Se fosse eu não deixava em professora! - atiça Alex.
- vai pro inferno menino!!! - xinga Sarah.
- agora chega Sarah! Isso já é demais!!! - repreende-a a professora.
- você tem filhos professora? - pergunta Sarah.
- não! - responde a professora.
- você tem gato? - pergunta Sarah.
- não... Porque? Não entendi onde você quer chegar... - desconfia a professora.
- ahh tá explicado, faz o seguinte, adota um gato e faz um filho, assim você cuida das sete vidas do gato mais a vida do seu filho, e deixa a minha pra MIM cuidar!!! - reponde Sarah grosseiramente.
- já pra diretoria! - ordena a professora.
- vai me acusar do que pra minha mãe dessa vez? - pergunta Sarah.
- oxe garota! Como assim? - questiona a professora.
- você acha que sou tonta é? Eu sei o que você falou pra minha mãe de mim na reunião passada, falou que fico 24h por dia no celular, falou que eu ando com más companhias e que não faço lição, sendo que isso é mentira! - acusa-a Sarah.
- meu... Tenho tanta coisa pra fazer, você acha que eu vou estar preocupada em decidir e cuidar de vida de aluna? - pergunta a professora com certo deboche.
- você acabou de expor minha nota pra todos na sala argumentando que estava preocupada com minhas notas e agora vem me dizer isso!? - questiona Sarah.
- eu só te aconselhei em relação às suas notas! - explica a professora.
- eu pedi aconselhamento? Tô aqui pra estudar, se quisesse conselho ia para o Psicólogo, não acha? - confronta Sarah.
Após um grande suspiro a professora diz:
- é isso que dá discutir com gente burra!
- ahh você me chamou de burra? É? Você já pensou que escândalo na mídia, "a professora de português de uma escola particular chama sua aluna de burra para todos ouvirem" - demonstra Sarah rindo.
- agora, posso passar a prova? - pergunta a professora engolindo todos os xingamentos que tinha.
- pode sim senhora! - fala Sarah se assentando e cruzando as pernas.

*Após a escola*

     - vai se arruma Sarah, vamos para o psicólogo! - ordena Lilian após Sarah entrar em casa.
- pera! Deixa eu pelo menos respirar!? - pede Sarah - não vai devolver meu celular?
- meu Deus Sarah! Você só sabe pensar em celular e celular, larga um pouco essa porcaria!!! - exclama Lilian - agora vamos! Estamos atrasadas e não quero perder a hora!
- okay! okay! Foi apenas uma pergunta! - ameniza Sarah.
- então não à pergunte mais! - rebate Lilian.

*Ao chegarem no psicólogo*

      - ops! Parece que chegamos um pouco adiantadas! - fala Lilian.
- ahh sério? Nós saimos quase 1 hora antes da consulta! - fala Sarah como se fosse algo óbvio.
- desculpe-me senhora pontualidade! - debocha Lilian pegando o seu celular que estava tocando - espera aqui filha! Só vou atender está ligação e ja volto!
- senhorita Sarah Lima! - chama-à a atendente.
- mãe! - tenta chamar Sarah sua mãe sem fazer escândalo.
- moça, se você quiser, pode entrar, e quando sua mãe retornar eu aviso ela, para não atrasar o doutor! - aconselha a atendente.
- okay! - aceita Sarah entrando pela porta.
- olá! Senhorita Sarah? - pergunta o doutor olhando algumas papeladas.
- é... Sim... Sim... - responde Sarah sem jeito.
- caraca! Que doutor novinho! E ainda é bonito! - pensa Sarah.
- pode fechar a porta se quiser! - fala o doutor.
- ahh tá... Obrigado! - fala Sarah meio aérea.
- obrigado pelo que? - questiona o doutor sem entender.
- ahh... Nada não! Foi sem querer! É que sou meio lerda! - explica Sarah sorrindo.
- isso parece mais nervosismo do que lerdeza - responde o doutor parecendo firme em sua resposta.
- é talvez seja! - concorda Sarah.
- mas, porque? Não precisa sentir vergonha, aqui neste escritório estamos apenas eu e você! - tenta amenizar o doutor.
- ainda me pergunta porque? - pensa Sarah com um sorriso bobo.
- pode preencher está ficha? - pergunta o doutor entregando à ela uma ficha.
- ahh sim! - fala Sarah enquanto vai pegar a ficha, mas sem querer à deixa cair - ai que merda, me perdoe, ai olha, eu disse que sou lerda!
- calma! Acontece! Deixa que eu pego! - fala o gentil doutor se  abaixando para pegar a ficha caída.
- obrigada doutor! - agradece Sarah.
- pode me chamar de Anderson! - fala o doutor.
Após Sarah preencher a ficha, Anderson olha para ela e pergunta:
- quem é Sarah?
Após segundos pensando e refletindo Sarah fala:
- bom... Doutor eu...
- pode me chamar de Anderson, lembra? - adverte Anderson.
- então, Anderson, eu... Eu sou lerda como já disse, sou desastrada, sou ruim em quase todas as matérias da escola e não sirvo pra fazer absolutamente nada! - resume Sarah.
- ahn! Isso é o que você chama de auto-descrição? Você apenas falou os lados ruins! - destaca Anderson.
- mas é o que eu sei sobre mim mesma! - explica Sarah.
- isso é o que você sabe ou o que dizem de você mesma? - pergunta Anderson.
- você tem problemas com sua aparência? - pergunta Anderson.
- não, acredito que não! - fala Sarah.
- se você pudesse mudar algo em seu corpo, o que seria? - pergunta Anderson.
- ahh sei lá, eu acho que deixaria meu nariz mais pequeno, deixaria meu cabelo menos oleoso, tiraria essas espinhas horríveis! Mudaria tudo eu acho! - afirma Sarah.
- e se você pudesse acrescentar ou tirar algo? - pergunta Anderson.
- eu tirar a gordura da barriga, colocaria mais peito e bunda, e etc... - explica Sarah.
- então, você tem sim problemas com o seu corpo, pois, quem não tem problema com o próprio corpo se aceita do jeito que é! - afirma Anderson.
- mas eu me aceito do jeito que sou! - fala Sarah.
- não! Você se tolera! É diferente! - diz Anderson - o que você acha de... sairmos pra tomar um café qualquer dia desses? Gostei de você!
- é... Eu não sei, tipo, você é meu psicólogo e tals! - explica Sarah sem graça.
- ahh que isso!? É normal! Afinal, estou precisando de amizades também, apenas cuidar de pessoas está me deixando louco! - insiste Anderson.
- ok! Mas quando? - pergunta Sarah.
Após alguns segundos pensando Anderson diz:
- Oque você vai fazer hoje às 17h?
- oque? Muito em cima da hora! Não dá! - contesta Sarah.
- mas, você não respondeu minha pergunta, o que você vai fazer às 17h? - pergunta novamente.
- é... - após pensar bastante e ficar sem graça Sarah responde - nada! Tá bom você ganhou, eu vou, mas você paga pra mim!
- ok senhorita! Me espera na praça às 17h! - informa Anderson.
- ok! - aceita Sarah.