Capítulo III

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Olá leitores! Desculpe a demora  para att o cap, mas é pq a faculdade voltou e eu não tenho mais vida. Por isso, SORRY.

Espero que gostem do cap. bjos



A praça Mayor regurgitava de gente. Passava das nove e a noite descera calma e quente ao brilho delicado das primeiras estrelas.

Pelo ar, o cheiro agradável dos assados e o vozeiro popular. Carrocinhas de saltimbancos exibiam seus números alegres aos apupos do populacho e aos aplausos das crianças aqui e ali.

Músicos tocavam e o povo dançava em plena praça cantando e sapateando no desafio do ritmo, ao grito dos olés e dos aplausos. Por toda parte, pipas de vinho e rum que o povo comprava e consumia deliciando.

Os ciganos instalaram-se a um canto, as ledoras de "buena dicha" espalharam-se entre o povo, e os músicos tocavam alegremente.

Regina dançava! Descalça, os cabelos negros e sedosos soltos sobre os ombros, coberta de colares, os dedos cheios de anéis, parecia que nem pisava no chão. Lábios entreabertos, olhos semicerrados na volúpia da música, a cigana parecia irreal.

Suas saias rodopiavam descobrindo nesse volteio pernas ágeis e bem torneadas e os gritos de entusiasmo do povo pareciam incentivá-la mais e mais aos caprichos improvisados e exóticos de sua dança.

Respiração presa, Robin fascinado não podia desviar o olhar do vulto da cigana. Tinha ciúmes, mas mesmo assim pôde compreender por que os ciganos se orgulhavam dela. possuí-la o envaidecia. Na verdade, não devia ser fácil prender o amor de Regina. Pelo que sabia, amada por muitos, era a primeira vez que Regina amava. Sentia-se orgulhoso e feliz. Parecia hipnotizado.

- Robin! Que surpresa!

Arrancado de seu mundo íntimo, Robin sobressaltou-se.

- David!

Trocaram um abraço entre exclamações de alegria e cumprimentos. David era sobrinho de D. Leopoldo Blanchard e amigo de infância de Robin.

Seus pais e D. Blanchard eram amigos e nas temporadas da corte costumavam visitar-se, chagando mesmo a se hospedarem por longas temporadas.

- Com que então estás em Madri! Quando chegaste? Por que não foste à minha casa?

- Tive alguns contratempos durante a viagem, mas agora estou bem.

- Estiveste doente.

- Pior, fui assaltado e ferido, roubaram-se todos os haveres. Inclusive os mimos que trazia para a família de D. Blanchard.

- Que lástima! Não se pode andar sem escolta por essas estradas.

Mas onde estás hospedado? Naturalmente irás para minha casa.

Robin abanou a cabeça.

- Não posso. Estou com alguns amigos a quem devo a vida.

- Não digas!

- Pretendo ficar com eles mais algum tempo. E tu, o que contas de bom?

- Nada. A vida na corte é sempre a mesma. As mulheres, o vinho, as peleas, as intrigas. Os salões estão perdendo seu encanto.

Robin sorriu malicioso.

- Logo tu, a dizeres isso. É por ti que as damas suspiram quando cantas.

- Não é bem assim... Em todo caso, faço o que posso. Mas, olha, Robin, que mulher! Jamais vi outra igual.

A CiganaOnde histórias criam vida. Descubra agora