Marcas de um outono

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Se for me olhar bem, consegue reparar que ao se deitar em meu peito, ainda é  possível escutar meu coração transbordando de sangue, amor, dor e o quanto ele soa alto ao ouvir teu nome e ver teus cabelos. Se acariciar minha pele pode reparar nas queimaduras que suas mentiras  fizeram e ainda me faz arder como brasa fervente escorrendo pela pele parda. Tocando minha garganta consegue -se perceber o nó que forma, junto às lágrimas ao citar a história complicada e por mim aclamada sobre meu primeiro amor, que também foi falso. Se observar meus olhos castanhos pode ver o quanto eles brilham e quanto minhas pupilas dilatam ao observar seu corpo deslizar pelos corredores. Quando me olha, consegue perceber o quanto meus ouvidos ficam atentos para conseguir apreciar mais uma vez tua voz rouca e calma, como se fosse um sussurro dos anjos em meus ouvidos, talvez uma tentação! Quando parar para olhar meus pelos já estão todos arrepiados quando sem querer esbarro e sempre desvio o olhar ao te ver junto ao toque de ombros que em questão de segundos se desmancha.
Ah, belos amores, nenhum igual o teu, inigualável, inalcançável, não sei se dói mais ou se me faz me sentir mais viva e acalmada.
Amores de outono que logo no inverno se acabam, aqueles que se desmancha na estação e não voltam no próximo ano, aqueles que apesar de fortes não foram feitos para durar...
Aquele amor que eu não esqueço, assim como a folha que cai da árvore com o vento.
- Saudades!

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