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Clay acordou tonto e em algum lugar que ele não reconheceu. Ele se sentou freneticamente e enxugou o suor da testa. Ele tentou se mover, mas era impossível. Onde quer que ele estivesse, estava escuro e desconhecido. Estava frio e solitário. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto e o pânico subiu em sua garganta. Logo percebeu que ele estava em algum tipo de porão - e foi quando ele se lembrou do padrasto de George. Clay semicerrou o olho esquerdo e estremeceu de dor.

"Merda!" Ele amaldiçoou a si mesmo. Ele tinha um olho roxo azul-arroxeado e inchado.

Clay continuou a chorar para si mesmo, desejando nunca ter enviado a mensagem ou dito nada ao padrasto de George. Ele se perguntou o que George estava fazendo - ele esperava estar seguro, e não tinha vindo procurá-lo.

Ele olhou para o teto de madeira e pôde ouvir passos de cima nas tábuas de madeira rangendo. Ele podia ouvir vozes; um homem e uma mulher. Ele instantaneamente reconheceu a voz do homem como o padrasto de George, e isso só o fez chorar ainda mais.

O que diabos há de errado comigo? Por que eu fiz isso?

O corpo de Clay se encheu de frustração enquanto ele tentava puxar seus pulsos e pescoço para longe da corda apertada que os sufocava, deixando marcas profundas. Não adiantou, ele estava completamente preso. Ele estava amarrado no canto do porão, no chão frio de pedra. Ele abaixou a cabeça e fechou os olhos com força, soluçando para si mesmo. Ele só queria que ele e George pudessem ficar juntos, e serem felizes.

A cabeça de Clay se ergueu quando ele ouviu a porta do porão se abrir e passos descendo os degraus de madeira em sua direção. Uma figura familiar se aproximou dele, cerrando os punhos e segurando uma arma.

Clay congelou.

O padrasto de George se agachou ao lado dele e apontou a arma intimidadora para sua cabeça fraca.

"Diga-me onde ele está, ou você está morto." Ele disse, simplesmente. O tom em sua voz era severo e malvado - ele era um psicopata completo.

Clay se encolheu, e sentiu como se a corda em volta de seu pescoço e pulsos estivesse apertada. "Eu não estou dizendo a você onde George está ." Ele conseguiu, embora a corda estivesse dificultando a conversa.

O padrasto de George pressionou o cano da arma com mais força contra a têmpora de Clay. Ele não disse outra palavra, apenas ergueu as sobrancelhas para o loiro sujo e indefeso.

"Ok, ok," Clay soluçou. Ele nunca esteve tão apavorado em sua vida.

O velho desgrenhado sorriu.

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"Nick, nós temos que fazer alguma coisa. Me desculpe, mas eu não posso simplesmente sentar aqui e deixar o amor da minha vida ir e se colocar em perigo," George quebrou tudo de novo, "pelo amor de Deus, isso é tudo minha culpa."

Nick apertou mais o moreno menor, "George me escute, ok? Isso não é culpa sua, é culpa do seu maldito padrasto psicopata. Por favor, não pense que é você, Clay não deveria ter ido. Ele estava tentando protegê-lo", ele tranquilizou George, mas não ajudou. Ele continuou chorando nos braços de Nick, não sabia se deveria ir procurar Clay. Ele sabia que se não estivesse mais na praia, seu padrasto o levaria para sua casa. E Deus George não queria Clay naquela casa.

George repetiu, desta vez quase em um sussurro: "Nick, temos que fazer alguma coisa, o que fazemos?"

Nick balançou a cabeça e tentou conter as lágrimas; eles estavam ardendo em seus olhos, mas ele não queria que George o visse chorar porque sabia que isso o faria se sentir pior.

"Eu sei que sim, George. Mas eu não vou deixar você ir procurá-lo - eu não quero que você veja seu padrasto nunca mais. Vamos chamar a polícia", disse Nick com firmeza. Ele sabia que se George fosse procurar Clay, as coisas só iriam piorar. Chamar a polícia era a única coisa possível que eles podiam fazer. Nick tirou o telefone do bolso e o passou para George, que discou 911 trêmulo e nervoso e colocou o telefone no viva-voz.

Nick ouviu atentamente a breve conversa. A voz de George estava um pouquinho mais alta que um sussurro, e sua garganta parecia seca e dolorida de tanto chorar. Ele se sentia tão terrível por ele.

"Olá, meu n-namorado Clay está desaparecido. Achamos que ele pode ter ido para Miami Beach, m-mas não temos certeza. Temos mensagens de texto-" George foi interrompido.

O policial falou do outro lado da linha, "Senhor você não está nos dando informações suficientes. Não podemos ajudá-lo, desculpe." Ele foi rude e arrogante.

George hesitou, bastante chocado com a resposta do policial. "Oh," foi sua resposta rouca.

O sangue de Nick começou a ferver. Ele arrancou o telefone da mão de George e segurou-o perto de sua boca. "Escute amigo, eu não sei quem diabos você pensa que é, mas nosso melhor amigo está desaparecido e sua vida está em perigo. Como você se atreve a dizer que não lhe demos informações suficientes? Você vai nos ajudar e você vai encontrá-lo, porra." Nick tentou não levantar a voz muito alto, pelo bem de George, mas seu tom era firme e forte. Os olhos de George se arregalaram enquanto ouvia Nick, embora não estivesse surpreso.

O policial hesitou: "Eu não aprecio esse uso da linguagem."

Tanto George quanto Nick estavam zangados agora.

"Desculpe?" Nick respondeu, totalmente pasmo com a estupidez e o comportamento ridículo do policial.

"Vou repetir, não podemos ajudá-lo. Sinto muito, adeus."

A chamada terminou.

"EU NÃO POSSO ACREDITAR NELE. QUERO TIPO DE POLICIAL ELE É? QUE MERDA ABSOLUTA , NOSSO MELHOR AMIGO ESTÁ FALTANDO E ELE NÃO VAI NOS AJUDAR? QUE MERDA!" Nick gritou, mas rapidamente parou quando viu George soluçando em seu colo.

"George," ele moveu seu braço de volta ao redor dos ombros de George, "desculpe." Ele sussurrou.

"Eu preciso ir para a cama." George parecia terrível. Enormes olheiras se formaram sob seus olhos inchados e vermelhos e sua pele estava mais pálida do que nunca. Ele parecia doente. "Nós vamos descobrir isso pela manhã, Deus, eu espero que ele esteja seguro Nick. Eu realmente espero." George não conseguiu evitar que as lágrimas caíssem.

"Eu também George, Vá dormi um pouco, eu fico acordado caso, você sabe, alguma coisa aconteça." Nick respondeu, gentilmente.

George acenou com a cabeça e se levantou do sofá. Ele caminhou pelo corredor escuro e entrou no quarto. Seus gritos só ficaram mais pesados ​​quando viu a cama vazia à sua frente. Ele se arrastou e se enrolou em uma bola com o edredom quase cobrindo sua cabeça. Parecia tão solitário e tão frio. Tudo o que ele desejava era Clay deitado ao lado dele, seguro; é tudo o que ele queria. George continuou repetindo os momentos que havia compartilhado com Clay e se lembrando de seu toque. A sensação de suas mãos frias contra a pele de George era agonizante de se pensar. Pensou na noite do primeiro beijo, na montanha acima da cidade. A sensação de seus lábios se conectando pela primeira vez - era algo que George nunca iria esquecer.

Ele não dormiu até por volta das quatro da manhã, porque a maior  parte de seu sono foi impedida por gritos, pensamentos avassaladores e memórias dolorosas, mas surpreendentes.

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Lavender| dreamnotfoundOnde histórias criam vida. Descubra agora