37 | Sentença

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Narrator's point of view

O quarto extenso, agora iluminado pela luz do sol se fazia silencioso demais aquela manhã. Os cômodos da mansão Kopech sempre foram exageradamente grandes e bem decorados com os itens mais caros da atualidade, em pura demonstração de poder e soberba. Sem a presença de Michael aquele lugar se tornava mais leve para Vanessa, mesmo que todo aquele cenário ainda representasse algo tenebroso. A morena caminhou pela área de seu closet devidamente pronta; trajava um vestido social vermelho, algo bem sofisticado, que lhe acarretava uma postura séria e superior, digna de sua personalidade inventada. Ele não tinha um decote chamativo, mas ainda possuía um caimento em "v" que deixava o início do vale de seus seios, e suas clavículas bem delineadas amostras; suas mangas eram longas, justas, como todo resto do vestido que marcava o corpo da mulher. Estava linda, e perfeitamente sexy sem ultrapassar o limite permitido para ocasião. E para complementar, em seus pés haviam um par de scarpin negros, revestidos de veludo, trazendo um toque a mais de elegância.

Ela tomou postura, e caminhou até o espelho que revestia uma das paredes de seu closet. Observou alguns detalhes de sua maquiagem leve, e seus cabelos longos e ondulados. Vanessa carregava consigo um ar envolvente, elegante, e sensual, mesmo quando não queria ser. Era sua essência latina, ela lhe dava um diferencial que nenhuma outra conseguia ter.

- Licença. - Eliza murmurou antes de adentrar o quarto. - Vim avisar que seu motorista, Carlos, está pronto.

Vanessa terminou de colocar os brincos de diamante, e tão logo virou em direção a empregada que a fitava.

- Como estou?

A mulher a encarou por alguns segundos, e de forma contida respondeu:

- Está linda, senhora. Como sempre.

- Obrigada, Eliza. Tenho que ficar deslumbrante hoje. - Respondeu confiante e animada, enquanto se olhava no espelho.

- Para a volta do sr. Kopech? - Indagou a mulher curiosa.

Vanessa permaneceu com o olhar fixo ao seu reflexo no espelho, enquanto um sorriso diabólico nascia em seus lábios. Não era exatamente para volta de Michael que ela tanto se arrumava, pelo contrário, Vanessa queria estar simplesmente magnifica para ver os últimos suspiros de esperança do rei.

- Claro, Eliza. Para volta de Mike. - Mentiu.

- Espero que dê tudo certo, o senhor Kopech não merece passar por isso. - Disse ela um tom realmente preocupado.

Vanessa a fitou com certa atenção, analisando a postura preocupada da empregada para com seu patrão. Eliza realmente acreditava que Michael possuía algo bom?

- Vejo que realmente se preocupa. - Vanessa disse, enquanto colocava seu sobretudo bege.

- Aposto que ele irá voltar. - Murmurou esperançosa.

- Sabe, Eliza, eu não colocaria todas as minhas fichas nisso. Michael está lá por um motivo, e se for realmente provado que foi culpado, é melhor se acostumar com ausência dele. - A morena falou antes de capturar sua bolsa sobre a cama. - Não precisa ficar hoje, termine de fazer o que precisa, e depois vá para casa. Está liberada pelo resto do dia.

- Sim, senhora.

Vanessa sorriu de canto, e deixou o cômodo com certa pressa. Carlos, seu motorista, assim que a viu deixar a mansão Kopech, se adiantou a abrir a porta do Rolls- Royce prata, dando espaço para que ela adentrasse no carro de luxo. A morena se acomodou sobre o banco de couro que tinha um tom de caramelo, deixando sua bolsa no banco ao lado. O trajeto se escorria tranquilo, apesar do amontoado de informações que se cruzavam em sua cabeça. Vanessa a todo instante se forçava a acreditar que aquele finalmente seria o desfecho de sua história, mesmo quando sua intuição alertava que algo ainda estava por vir. O que de tão ruim poderia acontecer? Michael não tinha chances de ser absolvido, tinha? Ela meneou com a cabeça em um sinal negativo, tentando afastar qualquer possibilidade de algo dar errado. Talvez aquilo nada mais fosse do que nervosismo e ansiedade por um dia tão importante.

Xeque-Mate | madnessaOnde histórias criam vida. Descubra agora