41 | Katherine Cooper

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Katherine Cooper's point of view.

Fênix.

A Fênix é uma ave mítica, símbolo universal da morte e do renascimento. Também simboliza o fogo, o sol, a vida, renovação, ressurreição, imortalidade, longevidade e invencibilidade. De origem Etíope, a Fênix, cuja cauda tem bonitas penas vermelhas e douradas, é retratada por uma ave sagrada que se ergue das chamas. Isso porque ela possui a capacidade de renascer de suas próprias cinzas depois de ser consumida pelo fogo.

Fechei o livro repousado sobre minha mesa, após ler aquelas palavras impressas em um papel amarelado. Um suspiro deixou meus lábios, após assimilar cada mínimo detalhe daquele parágrafo que representava tanto de mim. Retirei meus óculos de grau, deixando-os sobre a pilha de papéis no canto da mesa presidencial. Tamborilei com os dedos sutilmente, antes de erguer meu corpo da cadeira e caminhar lentamente até a estante de mogno em um tom de castanho-avermelhado no canto da sala extensa. Despejei relativa quantidade de um whisky escocês dentro do copo, para em seguida depositar duas pedras de gelo.

Aquela manhã carregava um peso considerável diante dos planos que tracei após todo o desastre de um ano atrás. Hoje seria o dia em que todos poderiam ver o renascer de quem eu sou e ainda posso ser. O trajeto de vida que foi destinado a mim, não permitiu a criação de espaços para fracassos ou derrotas. Eu havia sido criada, e restritamente treinada para combater o que se opusesse em meu caminho. Era seguindo aqueles ensinamentos que eu estava agora, mais viva do que muitos poderiam achar.

"Com licença, senhora."

Ergui o copo com whisky até minha boca, deixando que o líquido de tom levemente acobreado molhasse meus lábios agora pintados em um de vermelho escuro, opaco. Após sentir o interior de meu corpo aquecer com a bebida, respondi:

- Sim, Amber?

- A senhora Petsch está aqui e deseja entrar. - Foram as palavras de minha secretária particular, que me arrancaram um sorriso satisfeito.

Dei um passo à frente, aproximando-me da parede de vidro maciço que me presenteava os olhos com uma visão ampla do horizonte da bela e estruturada cidade de Zurique. Meus olhos foram de encontro ao fluxo de carros que adentravam o estacionamento frontal de minha empresa.

As indústrias Cooper.

- Deixe ela entrar, estou à sua espera.

- Sim senhora, com licença.

A medida em que me aproximei da vidraça, pude enxergar parcialmente meu reflexo. Meus cabelos ainda eram longos, desciam como uma bonita cascata em minhas costas, embora agora estivessem um tom de loiro, trazendo uma mudança radical a minha aparência. As madeixas claras se contrastavam perfeitamente ao vestido tubinho preto, com mangas e um decote frontal retangular. A peça de tecido leve, muito elegante, se mantinha justa em meu corpo, trazendo um ar social e ao mesmo tempo atraente. Eu poderia dizer com modéstia, o quão exuberante eu estava aquela manhã? Afinal, não era ruim uma mulher se achar incrivelmente bela, certo? Principalmente, quando em poucos minutos se tornaria o centro da atenção de centenas de pessoas que se encontravam ansiosas em um auditório gigantesco daquele prédio.

Naquela manhã de um outono, em terras Suíças, dentro do monumental prédio da Cooper Enterprise, empresa nascida pelas mãos do falecido Charlie Cooper, será iniciado o novo ciclo comandado por mim.

- Katherine Cooper?

Ouvi a voz rouca e feminina inundar o ambiente, arrancando de mim um sorriso amoroso. Deixei que o ar que preenchia meus pulmões, escapassem por minha boca em um suspiro pesado. Os barulhos dos sapatos de Madelaine sobre o piso de carvalho indicavam sua proximidade, fazendo-me ansiar por seu contato, até enfim receber suas mãos em minha cintura.

Xeque-Mate | madnessaOnde histórias criam vida. Descubra agora