01 | Boas-vindas

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Esse capítulo é como um "sejam bem-vindos" ao caos divertido da família Huening.

Apreciem sem moderação!

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Estar as sete e meia da manhã dentro do carro de sua mãe, a caminho do aeroporto, definitivamente, não era o planejamento de Huening Bahiyyih para aquele domingo de manhã. Menos ainda, gostaria de ter sido retirada da cama com os berros de sua progenitora.

— A senhora sabe que isso é muito injusto, não sabe? — Bahiyyih reclamou, a chateação em sua face marcando presença também na voz, enquanto observava a mãe dirigindo despreocupadamente pela estrada um tanto movimentada por ser horário de pico.

— Não começa, minha princesinha, se não eu não penso duas vezes antes de abrir essa porta para te jogar do carro em movimento. — Aquele tom sútil de voz usado na ameaça, quase a fez parecer outra coisa, talvez algo como um aviso carinhoso. No entanto, ela ainda era o que era, uma ameaça.

— Mãe?! — O chamamento se projetou desajeitado para fora da garganta, quase como um grito. Indignada e assustada, a garota mais nova usou seus braços, que até o momento estavam cruzados sobre os seios, para se abraçar após um arrepio subir por todo seu corpo, começando nas pernas e só parando ao chegar em na nuca.

— Você sabe que eu estou apenas brincando, bobinha. — A descontração em sua voz e a calma no sorriso leve eram completamente contrárias aos sentimentos atuais de sua filha, que faltava tremer ao seu lado, no banco do carona.

Do jeito que a senhora é doida, eu nem duvido que realmente faria isso.

O pensamento não verbalizado logo foi descartado pela Huening mais nova, que só voltou a falar para reclamar do motivo de sua indignação novamente:

— A senhora sabe muito bem que ele não está com dor de cabeça coisa nenhum, mesmo assim, o deixou ficar em casa dormindo enquanto eu fui obrigada a vir. — Ainda emburrada, agora ela evitava olhar para a condutora do veículo, mantendo os olhos presos na faixa amarela no canto da estrada, que parecia oscilar de largura em certos pequenos pedaços.

— Lea não sente tanta falta dele quanto sente sua, e eu não estou falando isso por falar. — O olhar atento na estrada se desviou por poucos segundos, apenas para encontrar o de Bahiyyih, que a olhava com uma leve surpresa e um sorrisinho no canto dos lábios. — Você sabe, Hiyyih. Kai foi visitá-la durante as férias, se você não tivesse ficado de recuperação em matemática e física, poderia ter ido também.

A lembrança de sua quase reprovação em ambas as matérias, junto a de não ter podido ver sua irmã por causa disso, fez a menor se irritar e, bem lá no fundo, entristecer um pouco. No entanto, a frase de sua mãe também foi o suficiente para a fazer se conformar em ter acordado tão cedo, já que pelo menos estava indo ver sua irmã mais velha.

— Argh! Esquece isso, tá bom?! — Um suspiro irritado é deixado no ar antes que volte a cruzar os braços sobre os seios medianos e foque sua atenção na paisagem, já muito conhecida, que lhe era oferecida através da janela meio aberta.


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Com o coração a mil e lágrimas brotando no canto de seus olhos, a recém chegada correu, ainda com a mochila nas costas, até a pessoa que mais sentiu falta. Largou pelo caminho apenas a mala de mão e a outra, maior, que continha dentro suas roupas. Não intencionalmente, acabou por dificultar a passagem e o posterior aperto dos braços de sua mãe, com um dos seus próprios enroscando na alça da bolsa da mais velha das três ali presentes, quase tropeçando nas próprias pernas e derrubando ambas no chão durante o processo.

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