05 | Rᴇᴄᴇᴘᴄ̧ᴀ̃ᴏ

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Joe Goldberg point of view

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Joe Goldberg point of view

Condomínio Delyon

Eu não sabia nada sobre a Lena, absolutamente nada, dias se passaram e a sua vida continuava um branco total para mim. Ela não visitava outros lugares que não fosse a cafeteria, não aparecia em locais públicos com outras pessoas, não a vi indo para uma universidade e também era muito cuidadosa no caminho de volta para casa.

Pessoas tão cuidadosas com as próprias ações na rotina são raras hoje em dia, talvez isso faça com que se torne uma característica sua, um traço da sua personalidade, algo relacionado ao passado que te marcou, tem a possibilidade de ser tantas coisas e quero descobrir todas elas.

Isso. Isso faz de você uma pessoa tão interessante, Lena, a maneira como você se esconde, como você se esquiva, como você aparenta ser um leão se escondendo na toca de um coelhinho.

Suas redes sociais apresentavam o básico e clichê de uma estudante no auge de seus 22 anos; embora aparentasse ser alguns anos mais velha do que isso, algumas fotos de paisagens, livros aleatórios e várias fotos de bebidas diferentes que eu não saberia nem ao menos indicar o nome. Você está castigando seus rins, Lena.

Nada que mostrasse localizações, familiares e amigos, poderia até dizer que eram perfis recém criados, mas algumas pessoas não gostam de expor suas vidas, isso as torna bem mais interessantes. Foi por isso que eu te segui até em casa, na tarde em que visitou a livraria, não me leve a mal, mas tudo continuava um mistério sobre você, era minha obrigação aproveitar esse descuido.

Eu estava precisando de um novo lugar após o ocorrido com o Malcolm, coincidentemente havia muitas vagas no seu condomínio. Estou aproveitando qualquer chance mínima para me aproximar de você e me afastar do buraco que riquinhos que me afundei.

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Depois que minhas chaves foram entregues, tive a chance de averiguar meticulosamente meu novo lar, entendi a razão de haver muitas vagas para alugar. Confesso que o que me assustou nem foi a sujeira instalada nos rejuntes da cerâmica, mas sim a pintura das paredes. Jesus, era desastroso. Como se várias camadas de tinta tivessem sido simplesmente jogadas acima das que já tinham lá, e bem, vocês já podem imaginar como isso acabou.

Como um bom americano eu poderia colar um papel de parede e ignorar o lado obscuro por trás dele, mas felizmente minha consciência não me permitiu.

— Você é pintor ? — uma voz conhecida, próxima a entrada. Deveria ter trancado a porta.

Mas bem, quem não esconde, não deve.

— Bibliotecário e temporariamente professor — me virei com um sorriso, vendo que minhas mãos e roupas já estavam entregues a tinta que deveria estar na parede. — E você ?

— Eu ? — a garota deu de ombros, andando lentamente pelo cômodo. — Eu sou a síndica do prédio, é claro.

— Eu acreditaria, se você não tivesse anotado meu pedido na cafeteria alguns dias atrás — franzi as sobrancelhas, vendo sua pose de atuação se desfazer e surgir um riso descontraído.

— Então por que perguntou ? Na verdade posso trabalhar servindo café e ainda ser síndica, sabe disso — sentou-se no chão, correndo os olhos pelo interior do apartamento. — Está se mudando pra cá mesmo em.

— O preço do aluguel estava baixo, só não imaginei que seria sob essas condições.

— Eles permitem averiguar o local antes do contrato — apresentou solução fácil.

— Não tive tempo pra isso, muitas urgências.

— Eu super te entendo, um desaparecimento assusta todo mundo — Casey comentou despretensiosamente.

Ela está falando do Malcolm ? Como ela sabe ? Não estava lá ou será que... não, devem ser os noticiários, está apenas tentando me tirar informações.

Está falando do Malcolm ? — perguntei com tranquilidade, vendo que a mesma não apresentava surpresa ou desconfiança.

— Não deveria se enturmar com esse povo, sorte sua que aqui somos de bem — ela disse brincalhona, se levantando.

— Não vi nada fora do comum com eles, a não ser o fato universal de como os jovens ricos são bárbaros em alguns aspectos — mencionei. — O Malcolm não deve demorar em aparecer, provavelmente está aliciando jovens garotas por aí.

— Então que bom, seja bem vindo — se direcionou para a porta. — Queria checar se estava bem instalado e me apresentar, mas irei descartar já que já me conhece.

— Fico agradecido, na verdade tive que me mudar devido ao valor que não encaixava mais no meu orçamento.

A garota me lançou um olhar de pena ou estava apenas fingindo para brincar em resposta ao que tinha acabado de falar. A sua pequena visita me deixou com um pé atrás com a mesma, ela parecia ser uma pessoa com um círculo de amizades limitado, não alguém que vai checar se um novo morador desconhecido está bem instalado.

Eu deveria parar de desconfiar tão facilmente das pessoas.

Acho que o resultado disso é que já tive minha cota de experiência com garotas enxeridas, porém, tenho que me obrigar a ser pelo menos gentil. Visto que Casey parece ser uma amiga próxima e de confiança da Lena.

Devo admitir que fiquei decepcionado por não ser ela a me visitar. Pelo menos agora sabe, que estou aqui.

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𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐅𝐈𝐋𝐓𝐄𝐑 • Joe Goldberg [EM REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora