Capítulo 1

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Anneth

Essa máquina maldita está falhando.

— Não, eu disse uma vida inteira, não só uma noite. -bufo, batendo na mesma com meu punho.

Mas ela continuava lá, com aquele sinal de uma noite.

— Que ódio! Não foi isso que eu pedi. -bato nela de novo.

Eu puxo meus cabelos atordoada, está bem, uma noite é melhor do que nada, pior os que nunca poderão sequer ver isso.

— Está bem, farei parte de seu joguinho. -aponto para ela.

Eu giro o pequeno contador e dígito para onde eu quero ir.

Velaris.

— Melhor do que nada, melhor do que nada. -repeti.

Eu pus o relógio no pulso, ajustando o tempo de travessia.

Aperto o botão da máquina, nada. Impaciente lhe acerto um chute, me causando uma dor no pé e a máquina sendo ligada, suas luzes se acendendo.

— Agora você liga, né? Rapariga. -bufei.

Eu encaro o relógio.

— Ok, uma noite. -aperto o pequeno botão.

Luz irradiou como um raio e sinto o chão sumir de debaixo de meus pés. Solto um grito, sendo engolida por luz e eletricidade, raios estalando ao meu redor e estrondos de trovões se fazendo presentes.

Agora eu penso, não testei a máquina antes, e se ela me deixar aqui no espaço tempo?

Eu arregalo os olhos.

— Puta que pariu...

Eu gritei, sendo puxada para baixo, cruzando o céu como uma estrela cadente e descendo como um turbilhão de luz.

Eu atinjo o chão como um raio em cima de uma ponte, a luz sumindo do redemoinho, eu tossi, abanando o meu rosto.

— Queda de milhões. -tossi, sentindo o odor de fumaça.

— Quem é você?

— Boa pergunta, sou uma louca que não testou a máquina antes de usar e...

Meus olhos encontram um par de íris violetas e eu me assusto, pisco algumas vezes para ter certeza. Fito o belo rosto, orelhas pontudas, cabelos pretos azulados como as penas de um corvo.

— Não fode. —murmuro boquiaberta— fode, mas me foda.

O ser piscou algumas vezes.

Não qualquer ser... Rhysand.

— Como chegou aqui? Você é uma estrela? -ele questiona.

— Eu me chamo Anneth. -digo.

— Anneth?

Meu coração deu um salto ao ouvir meu nome sair de seus lábios.

— Sim. -assenti.

Estou me segurando, estou em um pé e outro para não começar a gritar.

— Está bem, estou sonhando. —murmuro— quantos dedos eu tenho? Stiles diz que mais dedos significam que eu estou em um sonho.

Eu começo a contar.

— Cinco em casa mão, cinco em cada mão. —explodo— não estou sonhando? A máquina deu certo!

O ser me encara assustado enquanto dou pulinhos ao redor dele, animada, mais do que animada.

— Aham, Uhum, eu sou foda, eu sou foda. -faço uma dancinha.

— Como veio parar aqui? -questiona Rhysand.

Corte De Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora