Coisas da Vida {Finalizada}

{Capítulo 52}

*Maiara on*

-Chegamos no hospital assim que deu o horário de visitas, ganhamos adesivo de visitante e subimos. Bati na porta e quando entrei a Gabi estava amamentando, deu até uma vontadezinha de chorar-

Mai: Oi, como estão? -A Maiarinha parou de mamar assim que ouviu minha voz- Ela é tão linda

Gabi: Estamos bem. É, ela realmente é muito linda

Mai: Essa aqui são minhas filhas, Kamily e Alice -As meninas vieram para o meu lado e ficaram observando a Maiara- E o Fernando você já conhece

Gabi: Oi lindas! Meu nome é Gabriela, mas podem me chamar de Gabi

Kamy: Oi Gabi, sua bebê é muito linda

Gabi: Obrigada

Alice: Qual o nome dela?

Gabi: Maiara, é uma forma de agradecer a sua mãe por trazer a minha vida de volta e não deixar minha bebê morrer, ou ter complicações. A sua mãe é um anjo na minha vida -Abracei ela-

Kamy: É, a nossa mãe é a melhor pessoa do mundo inteirinho

Alice: E a mais linda também

Mai: Amo vocês princesas!

Alice: Nós trouxemos vários presentes para a Maiarinha

Mai: Me dar ela aqui e você abre os presentes -Peguei a menina dos braços dela e novamente senti vontade de chorar, mas de alegria, ela era tão perfeita-

-Alice entregou os presentes dela primeiro, depois a Kamily, o Fernando e por último eu. A Gabi estava bastante feliz com tudo aquilo e ela amou também as coisas que comprei pra ela-

Gabi: Muito obrigada mesmo! Eu amei tudo e a Maiara também, que Deus abençoe vocês

Mai: Amém! Fico feliz que tenha gostado, eu vi que você não trouxe nenhuma bolsa então comprei de tudo

Gabi: Minha bolsa está na casa da minha antiga vizinha, eu não sabia que estava parindo então nem trouxe e nem comprei nada pra minha filha. Eu só estou nesse hospital, porque antes de morrer minha mãe me fez prometer que o dinheiro que estava no cartão seria para pagar o hospital, ela não queria que eu parisse na rua como foi com ela

Mai: Sua mãe foi uma mulher incrível, ela com certeza está muito feliz. Desculpa perguntar, mas e o pai?

Gabi: Eu fui violentada -Foi impossível disfarçar a minha cara de espanto-

Fer: Me dar a Maiara, vou sentar um pouco afastado para deixar vocês conversarem

Mai: Obrigada -Entreguei a bebê pra ele e ele foi sentar com as meninas perto da janela- Me conta como aconteceu

Gabi: Minha mãe trabalhava na casa de um casal bem rico, eles sempre foram bons patrões, a mulher dele era bem na dela, mas sempre tratou todos bem. Eu comecei a ir com a minha mãe para ajudar ela nos afazeres, depois de um tempo esse homem começou a me dar presentes, chocolates caros, roupas, até um colar da Gucci ele me deu! Eu rejeitava todos esses presentes, eu tinha medo, mas sempre iam parar na minha bolsa e eu acabava ficando já que ele insistia tanto a ponto de mexer na minha bolsa -Ela dar uma pausa para respirar e limpar as lágrimas- Um dia a mulher dele saiu bem cedo para fazer uma viagem e eu fui levar o café dele no quarto, assim como ele pediu

Mai: Você quer tomar uma água para se acalmar? Você está muito nervosa, se quiser conversar depois

Gabi: Não, eu quero contar logo eu preciso desabafar... Bom, eu deixei o café na mesinha da varanda e quando ia sair a porta estava trancada, eu ia gritar por ajuda mas senti um pano no meu rosto e depois não vi mais nada. Quando acordei eu estava com um pano amarrado na boca e ele estava em cima de mim, segurando meus braços com força, eu tentava me mover para tirar ele de cima de mim, mas ele era bem mais forte. Olhei para o lado e tinha uma arma, ele sorriu e falou "fica quietinha, ou eu vou inaugurar essa belezinha em você". Ele saiu de cima de mim e me levou para o banheiro, me deu banho, me vestiu e me ameaçou antes de me deixar ir, minha mãe perguntou onde eu estava e eu falei que tinha saído um pouco. Meses depois eu estava entrando na casa dele quando recebi um tiro, minha mãe e ele me trouxeram para o hospital e aí eu conheci você. Depois outro médico foi liberar as visitas e avisou que eu estava grávida, minha mãe falou que ele saiu nervoso dizendo que tinha uma reunião, depois desse dia nunca mais eu fui lá, mas ele veio atrás de mim, quis me obrigar a abortar e disse que eu poderia fugir, mas ele tiraria minha filha de mim e daria um fim nela

Mai: Que triste... Eu nem sei o que falar, eu estou assustada. Você tinha o direito de abortar, já que foi estupro, não é?

Gabi: Sim, mas eu não consegui. Depois que eu descobri que era uma menina, que eles chegaram aqui com a ultrassom 3d e eu vi o rostinho dela, eu não tive coragem. Minha filha não tem culpa de nada, eu não me perdoaria se eu tirasse ela já quase toda formadinha, ela foi minha alegria no meio desse inferno que eu vivi por meses. Deus me deu ela, mesmo que foi de uma forma terrível, ela agora é minha companheira

Mai: Entendo, que bom que esse pesadelo trouxe algo bom pra você... Eu sinto muito por isso, eu espero que ele pague por tudo o que ele fez

Gabi: É o que eu espero. Eu queria ter contado pra minha mãe, mas ela morreu antes que eu tivesse coragem. Eu sabia que ela ia denunciar e ele ia matar ela

Mai: Você fez o que era melhor. Você pode me falar quem é esse cara?

Gabi: Você já deve ter escutado falar nele, o nome dele é -Fomos interrompidas pelo chorinho alto da Maiara-

Fer: Acho que ela quer mamar -O Fernando entrega ela pra Gabi, mas ela não quis mamar-

Mai: Eu tenho certeza que ela quer trocar a fralda e vestir um pijaminha quentinho

-Peguei um dos pijamas que eu comprei, os produtos de higiene e uma fralda, ela estava enrolada somente em uma manta do hospital. Depois de pronta ela dormiu no meu colo, agora estava bem confortável e com uma roupa quente, enrolei ela em uma manta pois estava frio aqui em São Paulo e coloquei ela no bercinho-

Gabi: Obrigada, ela está mais linda ainda

Mai: Não precisa agradecer. Amanhã quando você sair daqui, nós vamos vim te buscar e você vai ficar uns dias com a gente

Gabi: Não precisa, eu não quero incomodar

Mai: Você não vai, as meninas vão amar ter um bebê em casa para elas irem aprendendo e cuidar do irmão quando ele nascer

Kamy: Por favor, vamos

Alice: Prometo que vai ser legal

Gabi: Só por alguns dias... -As meninas comemoraram-

2/3

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