segundo: número desconhecido

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— como tem sido as aulas de reforço? — soobin pergunta enquanto caminham lado a lado, rumo a saída.

o largo e extenso corredor, que costumeiramente é cheio demais até para que se possa enxergar o chão, agora estaria completamente vazio, se não fosse pelos amigos passando por ali.

— é, 'tá ok... — beomgyu murmura, a voz soa tão baixa que, se não fosse pelo silencio do lugar e por estarem próximos, soobin nem se quer teria ouvido.

— como assim ok? — percebendo que o amigo está distante e cabisbaixo, soobin tenta uma aproximação, tenta fazê-lo se sentir à vontade para falar mais sobre, porque desde o começo da semana, após o primeiro dia de aula reforço após as aulas, seu amigo tem sido evasivo e vago.

soobin pensa que ele está apenas tentando poupá-lo de preocupações desnecessárias, já que as provas para os que estão no último ano é muito mais difícil, contudo, não tem nada realmente eficaz que beomgyu possa fazer para isentá-lo de se preocupar, de qualquer maneira. beomgyu anda atipicamente sério e calado, esse comportamento não é algo que faça soobin sentir que está tudo bem porque não é normal.

— beomgyu, conversa comigo. você sabe que pode fazer isso, não é? — soobin o faz parar, pondo-se na sua frente, o obrigando a encará-lo. — me diz qual é o problema.

pela primeira vez desde que se encontraram, no fim do período escolar, beomgyu o olha diretamente e sustenta seu olhar.

— eu só estou cansado. estudar tanto 'tá sugando as minhas energias.

realmente, beomgyu sempre foi muito elétrico, enérgico e nunca passou tanto tempo assim focado nos estudos.

— o que eu posso fazer 'pra tentar te animar? pode me pedir eu faço qualquer coisa. — soobin sorri, tentando passar algum conforto ao amigo. ele não espera que vá causar algum efeito, mas, para a sua surpresa, beomgyu sorri de volta e essa é a primeira vez que o vê fazer isso naquela semana. e já estão na quinta-feira.

— me leva 'pra casa. — pede manhoso, com a voz carregada de súplica e os olhos brilhando como os de um cãozinho pidão.

— só isso?

— hum....! — pondera por alguns segundos. — talvez um sorvete ajude.

— ok. sorvete a caminho de casa com certeza vai ajudar. quer carona? — soobin oferece as próprias costas como meio de transporte e beomgyu não hesita em aceitar.

essa é a primeira vez que os amigos tem um contato tão íntimo. a sensação de sentir o rosto do amigo tão próximo do seu, os braços ao redor do seu pescoço e as pernas em torno da sua cintura é indescritível. não é a situação mais confortável do mundo, mas faz o coração do apaixonado choi soobin acelerar, agitado por estar feliz com aquilo.

tudo o que soobin quer fazer beomgyu entender, é que pode confiar e apoiar em si. sempre.

[ . . . ]

é sexta. o temido — para alguns, mas tão esperado para um alguém específico — final de semana se aproxima e soobin sente que nada poderá estragar o seu dia.

beomgyu aceitou o seu convite para estudarem juntos, enquanto estavam comprando sorvete na noite passada, a caminho de casa. foi um momento tão leve e descontraído, soobin teve de volta o beomgyu animado e sorridente pelo qual se encantou e foi divertido. embora tenha dormido muito pouco, soobin acorda naquela manhã de sexta-feira muito empolgado.

— olha, eu fiz isso aqui. — soobin entrega a beomgyu um pequeno cronograma de estudos para realizarem no final de semana.

beomgyu se mostra um tanto quanto surpreso e soobin, mais do que de pressa, se justifica:

número desconhecido | soogyuOnde histórias criam vida. Descubra agora