Capítulo 5

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No dia seguinte à visita de Hoseok, Yuna recebeu em seu quarto uma caixa grande, envolta com um laço e com um pequeno envelope preso ao nó. "Espero que goste e ajude de alguma forma", dizia o bilhete escrito à mão por Hoseok. Yuna largou o envelope ao seu lado na cama e abriu a tampa da caixa. Dentro dela estavam todos os utensílios de customização de pulseiras, colares e todas as variações de peças com miçangas.

Ha-ra passou em frente ao quarto e notou a jovem empolgada com seu presente. Ela tentava encaixar as miçangas no fio e algumas vezes revirava os olhos quando não conseguia. Passaram horas enquanto Yuna se concentrava apenas em criar. Ela nem mesmo olhou para o lado de fora da janela, como costumava fazer.

No relatório semanal, a psicóloga relatou a progressão excepcional da paciente em relação à dedicação nos acompanhamentos. Apesar de ainda não verbalizar nada, Yuna escrevia algumas palavras para se comunicar e estava aberta a realizar todas as atividades propostas. No decorrer dos dias a equipe médica estava extremamente otimista.

- É como dizem, eles são os heróis da nação. - disse o neurologista, bebericando o café que havia pegado da máquina. - e um deles veio salvar a garota.

- Muito poético, Dong-seok. Mas falando sério, é incrível como isso fez bem a ela. - concluiu a nutricionista do hospital.

Ha-ra concordou com a cabeça, enquanto pegava para si um café gelado. Quando tinham tempo, os membros da equipe se reuniam para falar de seus pacientes. Era um evento quase raro, mas acontecia.

- Aos poucos estamos acessando algumas lembranças. Yuna fez um colar, que eu disse que ficaria muito bem no meu gato e aproveitei para perguntar se ela já teve algum animal de estimação na vida. De início ela deu de ombros, mas depois pareceu pensar e fez um sinal de positivo com a cabeça.

Os outros médicos prestavam atenção como se aquilo fosse uma fofoca quentinha e não uma atualização sobre uma paciente. Ha-ra achou graça quando médicos de outras alas se juntaram, com seus cafés, para ouvir.

- Conforme ela ia respondendo com sinais as minhas perguntas, entendi que ela tinha um cachorro quando era muito pequena. - ela bebeu um gole de café. - Não forcei mais do que isso, pois me pareceu um grande avanço.

Todos os profissionais concordaram e se entreolharam buscando um sinal positivo um do outro. Aos poucos cada um voltou para suas tarefas, restando apenas Ha-ra na sala de café. Antes que ela saísse, o diretor apareceu, atraído pelo perfume do café.

- O cheiro vai direto para a minha sala. - ele disse apontando com o polegar para atrás de si.

- Quantas xícaras? - ela perguntou.

Ele olhou para o relógio e a fitou novamente, com uma expressão de dúvida.

- Talvez umas quinze. - respondeu, virando-se para a cafeteira. - Como estão as coisas?

Ha-ra tomou o último gole e jogou o copo descartável no lixo.

- O relatório que enviarei esse mês, será muito positivo.

O médico então se virou para ela. Ele admirava a dedicação dela como profissional e de como ela se tornou cada vez mais focada em seus pacientes com o passar dos anos. Mas ele também tinha medo de como o decorrer da recuperação de Yuna, em particular, poderia ser um problema.

- Eu ouvi as notícias, mas ainda me preocupo em como estamos fazendo isso. Usar o jovem Hoseok...

- Ele quis. - Ha-ra o interrompeu. - ele, por livre e espontânea vontade quis cooperar de alguma forma. Jung Hoseok está livre para desistir se quiser.

- O problema é que podem entender errado.

- Isso não sairá daqui até que ela esteja completamente recuperada. Todos temos um contrato de sigilo e há consequências se quebrado.

You Are My Sunshine (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora