Mansão Lua Clara - 7h30
Acordara sentindo os primeiros raios de sol da manhã penetrarem a janela e baterem em seu rosto. Ainda sonolenta, a loira suspirou, sentindo seu corpo em contato com as macias cobertas e o colchão fofinho onde se encontrava e caindo na tentação de dizer: "apenas mais cinco minutinhos", novamente fechando os olhos.
Bem, não foram apenas cinco minutos, ela sabia que não haviam sido assim que ouviu uma voz estridente e de tom impaciente chamar seu nome.
-ADORA!!! - a dona da voz, uma garota de cabelos curtos tingidos em rosa pastel na parte superior e roxo na parte inferior, baixinha e de pele clara, chamava repetidamente pela outra.
Após ouvir vários chamados, vagarosamente a loira abrira os olhos, piscando algumas vezes até novamente acostumar-se com a luminosidade, bocejando e espreguiçando-se um tempinho antes de finalmente perguntar:
-Estamos atrasadas não é?
-Muito. - a outra respondeu, bufando de raiva em seguida.
[...]
-Mas espera! Como eu ia saber que estávamos tão atrasadas assim?! - a loira disse, arrumando apressadamente uma mochila de cor vermelha enquanto prendia seus cabelos num rabo de cavalo. Seu rosto já não exibia mais uma expressão de cansaço e sono, sendo esta substituída por uma de confusão - talvez por não saber nem ao menos se estava colocando os materiais certos em sua bolsa ou por mal fazer ideia de em que dia, mês, ano e década estava, já que, segundo ela, seu cérebro não havia acordado completamente ainda.
Trajava vestimentas semelhantes à um uniforme escolar: uma camisa branca de botões, uma saia xadrez vermelha e preta na altura dos joelhos e, para completar, um casaco também de cor preta, acompanhado por uma gravata xadrez na mesma paleta de cores da saia. Havia também esquecido-se de pôr seus costumeiros coturnos pretos graças a pressa, estando ainda com pantufas nos pés, não que ela ligasse para isso ou simplesmente tivesse percebido o fato.
-Não estávamos atrasadas, Adora. ESTAMOS ATRASADAS! Já perdemos mais de uma hora de aula, faz ideia de como o Arqueiro deve estar preocupado?! - a mais nova esbravejara, andando de um lado para o outro enquanto falava. Trajava um uniforme semelhante ao daquela com quem discutia, sendo a única diferença o fato de usar uma meia calça preta por baixo de sua saia.
-Ah, relaxa, ele deve estar bem, Cintilante. - Adora tentou tranquilizá-la - em vão - enquanto colocava a mochila vermelha recém organizada em suas costas, dando sinal para a mais nova de que já poderiam se dirigir para o lado de fora.
- Que seja, nunca mais te chamo pra passar a noite na minha casa - cruzou os braços, bufando em seguida e caminhando até a porta de saída de sua mansão.
-Você sempre diz isso - Adora deu uma risadinha leve, caminhando logo atrás da mais nova - mas em minha defesa, eu não tenho culpa dos travesseiros daqui serem tão fofinhos, e o colchão… eu sinto como se tivesse dormindo numa nuvem!
-Você dorme como uma pedra. E ronca alto também, caso não saiba.
- Não tenho culpa dos seus ouvidos serem tão sensíveis ao ponto de conseguir escutar meu ronco, que a propósito não é nem um pouco alto. - defendeu-se.
-Pelo menos admitiu que ronca dessa vez.
As duas caminharam juntas até um veículo de cor preta, encarregado de levá-las até seu destino: a escola onde estudavam juntas, comandada por Castaspella, uma das figuras de maior autoridade na cidade onde viviam.
Chegaram à escola em aproximadamente 15 minutos. O trajeto havia sido calmo, talvez porque a cada vez que Cintilante olhava as horas em seu celular, bufava de raiva ao ver o quão a loira havia feito-a atrasar-se, cruzando os braços e não dirigindo-lhe uma única palavra durante todo o caminho.
Na entrada, ambas receberam uma advertência e Cintilante entrara para falar com a diretora, vulgo, sua tia, para que pudesse diminuir as horas de detenção que tanto ela quanto Adora pegariam. Enquanto isso, a loira pacientemente esperava sua amiga.
Do lado de fora da sala da diretora, ouvia risos e cochichos vindos de um corredor, procurou ignorá-los pelo fato de aquilo não ser da sua conta, mas ao ouvir seu nome ser colocado na conversa, aquilo foi impossível.
Caminhou devagar e silenciosamente em direção aos ruídos que ouvia, até ser abordada no meio do caminho por alguém que ela conhecia muito bem: sua velha amiga de infância, Catra.
Haviam se separado depois que Adora conheceu Cintilante e Arqueiro, Catra parecia não ir muito com a cara deles. Desde então não haviam se falado mais, apenas talvez o necessário.
- Você quer sair num encontro comigo?
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Como conquistar uma Patricinha
FanficOnde os amigos de Catra fizeram uma aposta com a mesma de que ela nunca conseguiria conquistar Adora, sua antiga amiga de infância.