Afetropia - Kawasumi

Capítulo 1 - Meu Pequeno e Triste Eu

Kawaki se sentiu tonto ao pousar em um lugar que ele não pode reconhecer, nem buscando fundo em suas memórias quase inacessadas.

Ele observou a si mesmo, vendo que todas as feridas de batalha havia sumido, sentia seu chakra estar 100%, presumiu que ao mesmo tempo que poderia se sentir novo em folha, também sentia que não conseguiria mover uma única pedra.

Sua mente estava completamente abalada, e o Uzumaki duvidava que melhoraria, nem com o passar de mil anos ele poderia ficar bem, não depois do que ele viu, não depois do que ele fez.

O mesmo mexeu a cabeça tentando tirar esses pensamentos, ele teria que focar na missão. Observou o seu redor e finalmente pode reconhecer onde havia sido enviado.

Ele estava em sua antiga vila.

E ele estremeceu ao perceber isso, caminhou em direção as casas, ouvia barulhos de famílias brigando, coisas quebrando e crianças chorando, era sempre assim por aqui, pessoas jogadas para escanteio por suas antigas aldeias, exilados, expulsados, e até mesmo alguns Nukenins de baixo rank habitavam aqui.

Kawaki sentiu um calafrio percorrer em seu corpo quando viu o parquinho que costumava ficar, se ele teve alguma memória feliz em sua infância, todas foram bem aqui, longe de seu pai biológico alcoólatra e mais longe ainda de Jigen.

O bicolor começava a pensar onde sua versão miniatura poderia estar, então lhe ocorreu que talvez estivesse na frente do bar atrás de seu genitor.

Mesmo vacilante, Kawaki foi na direção que se lembrava e acertou em cheio quando supôs que seu eu criança estivesse ali, então o mesmo se aproximou com cuidado.

Logo os olhos do pequeno Kawaki estavam nele, e era possível sentir ele assumir uma espécie de chakra selvagem, o pequeno estava com medo.

— Deixe de ser idiota. — Resmungou Kawaki maior.

— Quem é você? — Pergunta sua versão pequena, era esquisito ter a visão de si mesmo em proporções menores.

— Eu sou você. — Falou o mais velho, sabendo que o menor iria ficar confuso.

O mini Kawaki não soube dizer se a figura em sua frente estava brincando ou não, passou a olhar melhor para a pessoa sombria em sua frente, se parecia com ele, mas de alguma forma, pior do que ele, estremeceu.

— Venha comigo. — Diz o maior.

— Se eu sair daqui meu pai... — Diz o pequeno com receio.

Agora, o Uzumaki adotivo viu a inocência que ele havia antigamente, preocupado se poderia sobreviver sem o pai que ele tinha, mesmo sabendo tudo o que ele fazia não conseguia abandona-lo.

— Você sabe que ele vai te bater do mesmo jeito. — Sussurrou de forma dolorosa.

Era possível ver o menor estremecer, por um segundo foi possível jurar que ele iria chorar, mas não.

— Se você vir comigo, não precisará ficar mais perto dele, você vai ter uma nova família, muito boa. — Disse o mais velho sentindo uma pontada no coração a cada palavra. — Uma família tão boa que eu não a merecia. — Sussurro a última parte para que ele não possa ouvir.

Os olhos do menor vibram, como se eu tivesse acabado de dizer algo bom demais para ser verdade.

— Ninguém ia me querer, eu ia dar trabalho e... — O menor foi interrompido.

— Isso é mentira dele, ele sempre mente, você sabe disso. — Rosnou. — Eu sou você do futuro.

Sua boca se abre em surpresa, não poderia acreditar que se tornaria um homem tão forte, e tão sombrio ao mesmo tempo, na verdade jurava a si mesmo que se passasse dos 14 anos já era um milagre.