Capítulo 06

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— Eu preciso da sua secretária

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— Eu preciso da sua secretária.

Liliana desviou os olhos da tela do computador quando Renan entrou na sua sala como se fosse dono do lugar. Não disse nada, além de elevar as sobrancelhas ao vê-lo encaminhar até pequena mesa de café, onde tinha a máquina de expresso que tinha comprado no último mês. Tinha sido para dar de presente para Thiago, para ver se assim ele parava de torturar a família com aquele café dele aguado. Mas acabou se apaixonando pela máquina e resolveu ficar com ela.

— Como disse? — Achou melhor perguntar e se endireitou na cadeira.

— Vai demorar um pouco para conseguir uma secretária — Renan disse de costas para ela, preparando o seu café, só depois de olha-la por cima dos ombros. — Vou precisar usar a sua.

Liliana cruzou os braços diante do peito e o analisou.

— Porque a minha? Pede para os seus amigos dividirem a secretária dele.

— Não posso atormentar Cauã com meus assuntos banais quando sei que a vida dele tá virada pelos avessos — Renan puxou a cadeira do outro lado da mesa e bebeu calmamente seu café. — André tá ocupado demais com a vida feliz e realizada de homem casado e pai de família. Não quero atormentar.

Liliana soltou uma risada baixa, sem humor.

— E por isso, você prefere me atormentar, não é?

Ele estreitou os olhos para ela, e pousou o café na mesa e relaxou o corpo na cadeira, de um jeito que sabia que iria irritar o mundo regrado dela.

— Você realmente não me suporta, não é doce Liliana?

— Não me chame assim e não. Não te suporto.

Renan colocou os braços na mesa, inclinou o corpo para frente, o deixando mais perto que a mesa permitia. Os olhos castanhos mergulharam nos azuis esverdeados, e não ficou surpreso quando ela não desviou o olhar. Liliana tinha um gênio forte, determinado e sabia que ela nunca recusaria um desafio, não se pudesse ganhar contra ele.

— Sabe, fico me perguntando desde de quanto você não me suporta...— a voz dele se arrastava, fingindo estar perdidos em pensamentos. — Lembro que você vivia querendo participar das nossas brincadeiras quanto éramos pequenos, mas nós quatro...

— Eram um bando de garotos que não aguentava perder no futebol para uma mulher.

— Menina — Renan a corrigiu.

Ela riu com a correção dele.

— Menina, mulher. Qual é a diferença? Você ainda perderia para mim.

O canto da boca de Renan se ergueu em um sorriso que arrepiou a pele dela, os olhos dele faiscaram.

— A diferença, doce Liliana, é que nosso jogo de futebol como adultos seria exclusivamente nosso. Só nós dois. E vamos dizer que o gol que vamos fazer tem a ver com a pontaria, mas não em uma rede — terminou a provocação com uma piscadela ao vê-la abrir e fechar a boca, muda como um peixe.

Promessa de Sensações ( Série Bodini)|DEGUSTAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora