Rosamaria
A vida, meus amigos, é uma caixinha de surpresas. Quem, em sã consciência, acreditaria se eu dissesse que iria levantar com meu corpinho gostoso da cama para o pior dia da minha vida?
Soa clichê, certo? A garota que vai começar o ensino médio e tudo dá errado; zoam com ela, começam a fazer bullying e ela se encanta pelo popular tão bonzinho, que a protege de todo mal. Eles se apaixonam perdidamente e a trama acaba com os dois superando todos os obstáculos impostos e virando modelos de como as pessoas deveriam ser!
Lindo, quase desceu uma lágrima aqui.
Acontece que isso aqui não é um conto de fadas, e, meus caros, sinto informá-los que até o mais santo dos santos tem um podre. E fede muito.
Realmente existe o clichê da garota apaixonada pelo rapaz popular nesta história, mas começou bem antes disso.
Preciso contar, em primeiro lugar, sobre Caroline. Não! Ela, definitivamente, não é a gostosona da escola. Pobre alma azarada, se eu não me irritasse tanto com aquelas manias estranhas, até poderia ter pena dela, mas não é esse o caso.
Nós somos vizinhas desde sempre, nossas mães são amigas e, quando pequenas, elas tentaram forçar uma amizade entre as duas.
Mas, hello, Mãe, nem rola. Nunca rolou, nem vai rolar!
Tudo que podemos ter atualmente é um pacto, mas vão entender melhor mais para frente.
Voltando a falar da corujinha — apelido dado carinhosamente por mim para Caroline —, quando éramos novinhas, eu tentei, sabe? Eu fui até ela dividir meu precioso biscoito de chocolate . Era recheado! Sabem o quão difícil é viver na indecisão de se dividir o biscoito recheado com o amiguinho? É uma dúvida cruel.
Mas eu fui, firme e forte, perguntei se ela queria e a garota negou. Achei estranho por um lado, fiquei feliz por outro, sobraria mais para mim.
Contudo, não foi nesse momento que a estranheza acabou. Ela ficava lá, fazendo palavras cruzadas, pintando e, posteriormente, começou a ler livros.
Qualquer coisa menos olhar para minha cara.
Ainda teve a audácia, imaginem só, de criticar meus desenhos animados e seriados. Meu amor, eu até hoje vejo reprises de Hannah Montana. Quem essa garota pensava que era para criticar minha diva Miley Cyrus? Fiquei indignadíssima.
Com o tempo, nossas mães já não conseguiam nos forçar a ficar juntas, afinal, era óbvia nossa diferença, e graças a Deus fomos para escolas diferentes. Eu cresci e comecei meu curso de piano a três anos.
Fielmente, toda terça e quinta, estava lá.
Alguns meses antes de ingressar no colegial, um garoto entrou nas aulas básicas de piano. Ele já tocava violão e eu juro que quase caí da cadeira quando entrou na sala — talvez, se fosse Caroline, realmente tivesse ido de cara no chão. Ele tinha um sorriso grande, olhos grandes, orelhas grandes, pernas grandes. Tudo nele parecia demais! E eu amei isso.
Por ser uma das veteranas, eu ajudo na aula dos iniciantes, mas o garoto aprendia muito rápido por já conhecer as notas musicais devido saber tocar violão, então eu o acompanhava separadamente da turma. Nem preciso falar que joguei todo meu charme para cima do boy. Porque, ao contrário do que muitos dizem, eu sou bonita, sim, não importa o tamanho da minha calça.
"Pink, seu rosto é tão lindo, se emagrecesse um pouco...", "Você ficaria linda se não fosse gordinha". Vão à merda todos eles. Sou muito gostosa, por isso preciso de uns números a mais na minha roupa. Tenho coxas grossas, bunda grande e uma barriguinha irresistível. Ninguém pode comigo.
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Vengeance, Ice Cream & Us | ROSATTAZ
FanfictionEsta poderia ser uma típica história na qual as mocinhas são rivais e disputam a atenção do cara mais popular do colégio. E, talvez, esse adorável clichê realmente acontecesse, se o tal "galã" não houvesse enganado e humilhado as duas. Caroline e R...