Parte Quatro

552 82 13
                                    

Caroline

Eu não vou dizer que gostei de ver aquela cena. Também não vou afirmar que estava muito irritada, mordendo minha boca de nervosismo, louca para a Rosamaria se afastar dela.

A garota estava conversando com Irene — na verdade, elas estavam jogadas uma em cima da outra. Quer dizer, Rosamaria pode fazer o que quiser da vida, mas por que me chamou para presenciar isso? Irene tinha o rosto apoiado no ombro de Rosamaria, abraçando-a apertado, e ela acariciava delicadamente os braços da líder de torcida. Tudo bem, Irene estava chorando, mas ainda assim, tinha mais o que fazer da minha vida do que ver aquilo.

Rosamaria se afastou um pouco e começou a falar com a menina, que fungou, se endireitou e secou o rosto. Ouviu atentamente o que Rosamaria disse, então sua expressão, até o momento tristonha, se fechou em uma cara séria, mas a garota continuou gesticulando e falando. Pensei que a líder de torcida colocaria tudo a perder, mas não, ela sorriu de lado e assentiu uma vez, concordando com Rosamaria.

As duas dividiram um sorriso cheio de maldade antes dela apertar a mão de Irene de forma reconfortante e vir ao meu encontro.

— Que bico é esse? Pra morder? — Rosamaria quis saber, parando ao meu lado. Senti meu rosto quente.

Ela tinha começado com essas piadinhas infames desde que fomos ao parque de diversões, duas semanas antes.

Tinha vontade de matá-la toda vez.

— O quê? Tá fumando erva estragada, Rosamaria? Fala logo, o que aconteceu?

Ela franziu o cenho.

— Está irritada por qual motivo, Cah? Nosso plano está acontecendo da melhor forma possível, Caleb está muito puto com o namoro de Jonathan e Oliver.

— Eu só tenho mais o que fazer do que ficar vendo você abraçada com líderes de torcida.

— Não é no plural, foi apenas a Irene, porque ela está triste. Você é insensível.

— Não é problema meu.

— Isso é ciúme? — perguntou Rosamaria, recebendo um tapa no braço, claro.

— Ai, Cah. — Choramingou, acariciando o local.

— Fala logo, Rosamaria.

— Bem, eu estava certa, como sempre.

— O que aconteceu?

— O Caleb foi um filho da puta com ela também.

— Como sabe disso?

— Eu sou observadora — disse com um enorme sorriso convencido. — Semana retrasada, eu recebi uma mensagem da Irene para publicar uma declaraçãozinha para Caleb no jornal, daquela coluna anônima que estou fazendo. Então, durante essas duas semanas, os dois pareciam um grude, ela até sentou no colo dele no refeitório, não se lembra de todo mundo gritando?

— Não.

— Você não repara em nada, por isso vive tropeçando nos próprios pés. — Rosamaria revirou os olhos com um risinho, depois se aproximou de mim. Meu coração acelerou quando ela praticamente colou nossos rostos. — Lembra a festa de Gustavo, no final de semana passado?

— Para a qual você ficou me chamando para ir?

— Sim, mas você não foi porque é chata.

— Poderia ter ido sem mim, não mandei ficar em casa também.

— Sem você não teria graça — falou tranquilamente, dando de ombros, mas isso fez meu coração saltar de forma descomunal. Qual o problema dessa garota para ficar falando essas coisas sem sentido?

Vengeance, Ice Cream & Us | ROSATTAZOnde histórias criam vida. Descubra agora