The Princess and the Cripple

Improvável

Em Wessex, ao cair da tarde, no mesmo dia em que Ivar e seu grupo retornou a York, Aethelred estava duelando com alguns soldados, praticando como costumava fazer.

Ao terminar seu afazeres, Aethelwulf deixa seus aposentos e segue para fora do castelo para assistir ao filho, um de seus melhores guerreiros e maior orgulho.
O rei observa seu primogênito lutar até perceber algo estranho, os ataques do príncipe estavam mais brutos e ferozes que o normal, como se o confronto não fosse amistoso mas sim real, como se aqueles soldados fossem de fato seus inimigos e aquilo não estava certo.

-Aethelred! - Aethelwulf o chama em repreensão e o príncipe se afasta do soltado com quem lutava furando o pai com um olhar furioso e ofegante pelo esforço

Sem questionar e sabendo bem o motivo da interrupção, o príncipe larga sua espada no chão e se retira seguindo para outro lugar, Aethelwulf passa brevemente a mão pelo rosto e logo vai atrás do filho.

Aethelred foi um rio nos arredores de Wessex, pega uma pedra do chão e arremessa no rio com a força da raiva que o consumia extravasando sua fúria em um grito.

-filho - ele ouve a voz mansa do pai e vira-se na direção dele sem expressar nada além de cansaço e Aethelwulf se aproxima - eu sinto muito

-...pelo que, pai? - o jovem questiona sem tirar os olhos do mais velho

-por sua irmã não estar aqui e por toda essa frustração que temos enfrentado... Eu nunca deveria ter concordado com aquela ideia maluca da sua irmã - o rei diz frustrado

-não, pai... O senhor não errou... Não havia como prever e nós quase conseguimos - o príncipe diz

-mesmo assim... Por causa disso Marrywith não está conosco e estamos de mãos atadas, eu sei que você compreende meus motivos, mas também vejo sua impaciência e frustração, meu filho - o rei diz trocando olhares com o príncipe que rapidamente baixa o olhar para a grama em que pisavam

-Alfred e minha mãe tem plena convicção de que Marrywith vai voltar... As vezes eu queria ter a fé que eles tem - Aethelred diz com certo pesar e sente o pai tocar seu ombro com carinho

-confie em Deus, meu filho, ele sabe o que faz

Aethelred troca olhares com o pai e sorri mínimamente.

-e por favor, não mate nenhum soldado enquanto estiver treinando, sei que está com raiva mas eles não são nossos inimigos e vão fazer falta quando chegar a hora - o rei diz com certo humor e o príncipe ri baixo assentindo

-eu sinto muito... Vou tentar me controlar - ele diz e Aethelwulf sorri

-vamos voltar, já está escurecendo - o rei diz e o filho assente

Logo os dois seguiram de volta ao castelo.

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Aproximadamente duas semanas depois, Marrywith treinava com Hvitserk todos os dias desde que voltaram da Nortúmbria, a princesa podia não ter força física suficiente para disputar com o nórdico mas sua agilidade havia melhorado muito.

A medida que os dias foram passando, Marrywith foi tendo mais liberdade, ela ainda permanecia em seu quarto/prisão e apesar de ser vigiada o tempo todo, ela passou a ir e vir pela cidade com mais frequência, pois a confiança de ambas as partes aparentemente era mútua, a princesa não tentou uma nova fuga nem fazia mal ao povo local enquanto os dois irmãos líderes e o povo em si a acolhia muito bem, apesar da clara diferença religiosa que surpreendentemente também era respeitada por ambas as partes.

Em uma tarde qualquer, Marry estava treinando com Hvitserk como de costume quando Ivar se aproximou silênciosamente para assistir como fazia as vezes.

O nórdico e a princesa travaram as espadas com força uma última vez e se afastaram, ambos ofegantes pelo cansaço físico, trocaram olhares e um breve cumprimento, Hvitserk seguiu para um canto onde havia sombra e Marry respira fundo para se recompor até ouvir alguém bater palmas, ao olhar na direção do som ela avista Ivar sentado em feixe de palha com um largo sorriso no rosto.