Capítulo 7

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Alex


Desligo o despertador e amaldiçoo mentalmente quem inventou a segunda-feira. Olho para o teto do meu quarto e cogito a ideia de virar para o lado e voltar a dormir, mas logo desisto. Tenho três reuniões importantes hoje e não posso bancar o menino rebelde que cabula aula.

Saio da cama e vou para a minha suíte tomar um banho gelado para acordar, nada melhor do que a água fria correndo pelo corpo quente. Assim que sinto a água, fecho os olhos e começo a me lavar. Sem querer meu pensamento voa para a imagem de uma linda mulher, dentro de um magnífico vestido vermelho. Era a morena, prima da Miranda, a razão do meu mau humor desta manhã.

Ontem durante a festa, tentei me aproximar dela, mas nas duas ocasiões que tive a oportunidade, fui interrompido. A primeira por Zion e Hattie, que emendaram uma conversa comigo sobre uma das nossas filiais que estava com um problema de encanamento. Coisa essa que eles sabem que odeio me envolver, mas insistem em querer me manter a par de tudo. E na outra, quando estava a dois passos de distância dela, Miranda me puxa pelo braço para conversar comigo.

— Alex, gostaria de lhe pedir um favor — pede em voz baixa. Por um momento penso que irá falar sobre nosso encontro de sexta-feira, talvez pedir para que eu mantenha em sigilo. O que nem precisaria, pois não contaria nada para Edward. Sei que eles têm um relacionamento aberto, mas também sei que combinaram de aproveitar a última noite de solteiros de forma livre. Tanto que meu amigo me confidenciou que saiu com uma ex-namorada naquela noite. Ele nem desconfiou que a escolha da sua, agora esposa, tenha sido eu.

— Claro, o que precisa?

— Do contato do seu RH.

Seu pedido me deixa confuso e surpreso, para que Miranda precisaria do contato do meu RH? Será que cogita trocar a sua área de atuação? Não, isso seria loucura.

— E para que seria?

— Tenho uma pessoa para indicar. Para ser a sua nova assistente, você está sem uma, não está?

Com os últimos acontecimentos tinha me esquecido que Sheila havia pedido demissão. Como a Miranda sabia disto? As notícias correm mesmo. Na certa foi um dos caras que lhe contou sexta na boate.

— Sim, estou. — Pego um dos meus cartões no meu bolso e lhe entrego. — Aqui. Aí tem o telefone geral do banco, só precisa solicitar por Margot, do RH. Diga a ela que é minha amiga e que já conversou comigo sobre a sua indicação. Peça para que ela agende uma entrevista o mais breve possível.

— Ótimo, Carter, tenho certeza de que irá gostar da indicação.

— Espero que não seja muito bonita, não quero mais problemas com minhas assistentes. Preciso aprender a separar o lugar onde trabalho e fodo.

— Eu te garanto que essa você não vai conseguir levar para a cama. Agora me deixe voltar para o meu marido. — Ela se aproxima de mim e deposita um beijo no meu rosto. Quase no canto da minha boca. — Até mais, Carter. — Pisca e volta para junto de Edward.

Bom, pelo menos essa deve ser feia. O pensamento me tranquiliza. Volto minha atenção para a prima de Miranda, contudo, não a encontro mais. Dou uma rápida volta pelo salão, mas nem sinal dela. Confiro meu relógio e já passam das dez da noite. A festa ainda vai longe, afinal a maioria aqui não precisa acordar cedo na segunda-feira. Diferentemente de mim.

Por mais que seja o CEO e que muitos pensam que posso me dar ao luxo de festar e deixar meu trabalho de lado. Não é como comando o meu banco. Sou muito assíduo e faço questão de me manter a par de tudo que está acontecendo. Era assim que meu tio, Peter Carter, fazia e foi assim que aprendi.

Peter Carter, era o irmão mais novo do meu pai, e o rei da canalhice. Sei que parte do que sou hoje, foi por crescer sobre a sua influência. No entanto, o que meu tio tem de safado, ele tem de responsável. Ele tinha vinte e cinco anos quando meus pais morreram, vítimas de um acidente aéreo no jato que meu pai fretou para uma reunião de última hora. Meu tio, não quis me deixar em um colégio interno, como muitos dos seus amigos na época sugeriam. Meus avós já eram falecidos também, e meus pais e eu, éramos a única família dele. Por isso ele decidiu que assumiria a minha guarda e cuidaria de mim, assim como meu pai fez com ele. Ele terminou a sua faculdade e assumiu a presidência do banco fundado pelo meu bisavô. E me ensinou tudo o que podia, desde como surfar, até como dar um verdadeiro orgasmo para uma mulher.

Peter Carter, era o meu melhor amigo e minha única família. Nunca quis se casar, dizia que enquanto vivesse seu corpo não seria de apenas uma mulher, mas sim de quantas coubessem na sua cama. Também nunca teve filhos, para ele, nas suas palavras, eu era seu único filho e herdeiro. E para mim, ele também era meu exemplo e meu pai.


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— Bom dia, menino, Alex, como vai hoje?

Vejo Margot entrar na minha sala, a visão da elegante senhora, que insiste em me chamar de menino, mesmo que já sendo um marmanjo barbado, enche-me de alegria. Margot Moore, era Coordenadora do setor de RH há mais de vinte anos e praticamente me viu crescer. Dona de um sorriso acolhedor, olhos carinhosos, a baixinha grisalha era como aquela tia que sempre tem uma bala no bolso para te oferecer.

— Bom dia, Margot, que bom vê-la aqui. Não estou nos meus melhores dias, mas...

— O eterno mau humor de segunda-feira — diz debochando de mim, pois realmente às segundas-feiras, eram meus piores dias.

— Ainda bem que me conhece. Mas o que lhe traz aqui tão cedo?

— Sua ex-assistente, Sheila, pediu demissão na sexta-feira final do dia — fala e concordo com a cabeça, mostrando-lhe que já estou ciente da decisão. — Então, até acharmos uma substituta ficarei aqui para lhe auxiliar.

— Mas não ficará puxado para você? Poderia me enviar uma estagiária, apenas para me ajudar com a minha agenda. O restante consigo me virar.

— Gosto muito das estagiárias que temos hoje no banco e não estou a fim de perder nenhuma delas. — Lança um sorriso debochado para mim. Será que ela pensa que daria em cima delas? — Ficarei aqui e escolherei pessoalmente sua nova assistente.

— Como achar melhor. Agradeço sua ajuda.

— Inclusive, antes de subir, recebi uma ligação de Miranda Albuquerque. Ela me indicou uma moça que aparentemente seria perfeita para a vaga. Está se formando em administração, e pelo que descreveu é muito inteligente e pró-ativa. Marquei uma entrevista com ela para quarta-feira.

— Sim, Miranda comentou que tinha alguém para indicar. Ótimo então.

— Precisa de alguma coisa?

— Não, Margot. Obrigado pela ajuda, não sei o que seria de mim aqui, sem você — digo, dando-lhe um grande sorriso, seguido de uma piscadela.

— Você já estaria careca, com toda a certeza.

— Meus fios brancos, não irão discordar. — Soltamos uma risada.

A genética dos Carter's, rendeu-me os primeiros fios brancos quando eu ainda tinha apenas vinte e um anos. Hoje em dia, com apenas trinta anos, já tenho boa parte do couro cabeludo grisalho. Mas as mulheres parecem amar isso, então considero parte do meu charme.

Margotse despede de mim e sai da sala. Mergulho no trabalho e esqueço a vida.


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Só eu acho um charme homens jovens grisalhos? 

O que estão achando da nossa história?

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Lembrando que dia 30/05 ela chega completa na Amazon.

Beijos da Gabi :*

A assistente do CEO - Duologia Canalhas e Strippers (Livro dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora