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Cores novas

Cores novas sobrepondo sombras
Foram tatuadas em mim
Uma flor, um castelo
Uma escada que me leve até aonde você

Está, lá me ame e eu sinta

Meu Abandono - Rosa de Saron

No fim de semana do casamento todos estavam na casa das noivas, exceto Kirishima e Eri, que ficaram responsáveis de buscar Aizawa e Hizashi na cidade vizinha. Izuku teria ido junto se Jirou não precisasse dele para os últimos ajustes das flores. Ela queria que tudo estivesse perfeito. Todos eles queriam.

Eram quase três na manhã quando Katsuki encontrou com Momo na cozinha da casa.

- Você deveria estar dormindo. - Ele a acusou carinhosamente enquanto apertava os ombros da amigo da maneira gentil.

- E você também. - Recrutou com uma enorme caneca de chá em suas mãos. E logo outra caneca foi direcionada a Katsuki, Momo tinha essa estranha habilidade de fazer as coisas com rapidez, era quase como se ela criasse as coisas do nada. - É meu padrinho, eu preciso de você lindo e sem olheiras comigo!

- Touche! - Ele riu de uma maneira leve. E aceitou a caneca.

- Eu amo quando você sorri assim. - A amiga anunciou carinhosamente. Um tom notável de tristeza na voz da mulher, eles se conheciam o suficiente para saberem essas nuances.

- Desculpe por te causar tanta preocupação. - Se encolheu em seus ombros e viu a amiga negar com o rosto.

- Pare de achar que você é um problema. - Momo esbravejou. Ela odiava esse lada dolorido em Katsuki, não porque a irritava ou algo do tipo. E sim, pois ela queria que ele entendesse que era tão importante, tão amado, tão incrível. Ela as vezes tinha vontade de sacudir o amigo até enfiar um pouquinho de juízo naquela cabecinha loira.- Se Mina escutar você ela te esfola vivo.

Mina Ashido descobriu sobre a Star Tears dois meses depois que ele foi acometido pela doença. Mas esperou com gentileza que o amigo estivesse pronto para lhe contar, o que aconteceu no ultimo ano da escola. Desde então, ela sempre tentou pegar trabalhos nas cidades onde a agenda do pianista o levava para estar com ele na maior parte das vezes. Quando começou a namorar Asui, Katsuki fez questão de implorar a amiga que começasse a viver por si mesma, sem se preocupar, naquela altura ele já estava habituado a falta de cores além do cinza, do branco e do preto.

- Quando ela chega? - Perguntou ele cheio de saudades.

- Acredito que amanhã a tarde. - Momo bocejou longamente.

- Eu preciso daquela Guaxinim! - Ele comentou com sinceridade enquanto dava uma golada. - Estou com saudades.

- Agora você sabe exatamente como me sinto quando você me abandona aqui. - Aproveitou Momo para ser um pouquinho má.

- Sabe que não faço por mal. - Se defendeu.

- Eu sei, Izuku. - Ela suspirou e colocou a caneca sobre a mesa. - E sua visão como está?

Katsuki travou com a pergunta porque ele ainda não sabia bem o que estava acontecendo.

- Tem tudo estado igual desde o casamento deles, você sabe.... - Momo e Katsuki comentavam em um fio de voz, tão concentrados em sua conversa que não notaram quando Izuku começou a descer as escadas que eram barulhentas. - Desde que as estrelas começaram e as cores se foram... - Ele passou os dedos pelos cabelos para desanuviar os pensamentos. - Eu consegui ver a cor dos olhos do Denki.