"𝒕𝒆 𝒍𝒊𝒈𝒐, 𝒎𝒂𝒔 𝒏𝒂̃𝒐 𝒗𝒂𝒊 𝒏𝒆𝒎 𝒆𝒏𝒕𝒆𝒅𝒆𝒓"

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𝑮𝒖𝒊𝒍𝒉𝒆𝒓𝒎𝒆

Guilherme despertou com de seu décimo cochilo da noite.

Não conseguia dormir por muito tempo e isso estava realmente o preocupando.

Estava incomodado com algo, ou melhor, alguém.

Embora, é claro, seu orgulho o impedisse de admitir.

A pessoa em questão era uma pessoa baixinha, teimosa, afrontosa e que não gostava de escutar a verdade.

Flávia era tudo o que Guilherme desprezava, exceto pelo fato de ser a Flávia.

Guilherme nunca cogitaria desprezar Flávia, embora, para ela, não fosse assim.

Na verdade, Guilherme invejava Flávia, ela era forte, independente, não liga para a opinião dos outros e não se apega a ninguém.

Esse último porém irritava Guilherme.

Como ele, um médico premiado, inteligente e (modéstia parte) bonito, iria se apaixonar por ela logo no primeiro beijo?

Mas parecia que para Flávia as coisas eram bem diferentes, ela ia a festas e sempre saia acompanhada, falava abertamente sobre seus interesses amorosos e Guilherme fazia o possível para não esboçar nenhuma reação negativa.

Mas só Deus sabia o quanto Guilherme odiava a sensação que sentia quando Flávia falava de alguém por quem supostamente tinha interesse.

Não gostava de sentir ciúmes e nem de se comprometer.

Mas também não gostava de ver ela com outro par...

Sentiu seu celular vibrar e conferiu na esperança de que fosse Flávia.

Não era.

Era Rose.

Rose era uma mulher com quem Guilherme tinha uma coisa casual, nada mais.

Era só sexo, com frequência, mas só isso.

Mas talvez a constante pressão de seus amigos, e certeza de Flávia não sentia nada por ele, estivesse fazendo ele pensar diferente.

De qualquer forma, Guilherme não respondeu a mensagem.

Estava sem ânimo, e estaria assim até se resolver com Flávia.

Querendo tirar esses pensamentos da cabeça, Guilherme decidiu se arrumar para ir para sua clínica.

                             ...


Já marcavam 07:55 e Guilherme já tinha perdido a conta de quantas vezes tentou ligar para Flávia.

Precisava se reconciliar com ela, nem que isso significasse ter que vencer seu orgulho.

Mas e se ela estivesse acompanhada?

E se ela não quisesse falar com ele?

Guilherme poderia ligar, poderia se declarar para ela, poderia perder esse medo estúpido de rejeição.

Mas e se ela não entendesse? E se ela o rejeitasse?

Mas então Guilherme mandou uma mensagem para Flávia, a convidando para jantar.

E para a felicidade de Guilherme ela aceitou.

Ficou feliz com a resposta, mas saber que talvez aquele fosse o último jantar dele com Flávia o incomodava.

Entre ter uma metade de Flávia e ter nada de Flávia, Guilherme ainda preferia a metade.

Só não sabia até quando a metade seria suficiente...

𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔(𝑨𝒕𝒆́ 𝑪𝒆𝒓𝒕𝒂 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒂̂𝒄𝒊𝒂)Onde histórias criam vida. Descubra agora