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Malia:

- Jim morreu?! - Minha voz saiu algo estranha.
- Você matou ele.
Fiquei olhando minhas mãos, sentada no sofá.
Rick tinha decidido que eu e Daryl deveriamos ter uma casa nossa, principalmente agora que eu não lembrava do arqueiro. Ele estava lá, de pé, encostado na parede, de braços cruzados sobre o peito e me olhando com aquele olhar bruto, mas como se esperasse alguma coisa. Jace estava sentado do meu lado.
Eu apenas queria Abraham ali, porque Daryl me assustava um pouco, mas Jace me convenceu de que Daryl era meu marido, e nunca fora perigoso comigo.
- Como? - Perguntei, olhando meu irmão.
Jace se mexeu um pouco e me explicou que não tinha visto nada, mas que eu torturara Jim e matara ele. Da pior forma.
Depois de eu ter certeza de que Daryl não ia pular no meu pescoço, aceitei ficar sozinha com ele. Vi Jace sair pela porta e quase gritei e corri atrás dele, mas me controlei. Eu era a Malia, disso eu lembrava, e tinha sido treinada pelo Jim. Também sabia disso. Eu não iria, simplesmente, fugir.
Suspirei e olhei ele, lá, que nem estátua.
- Você não lembra de nada? - Perguntou ele de repente.
- Não, eu... - E depois parei, tinha algo ali. - Eu lembro de um carro... A mala de um carro. E uma prisão. - Fiz uma careta, pensando. - E... Carl?
Olhei Daryl e vi ele rosnando algo que não entendi. Então ele se afasta da parede e se aproxima de mim.
- Eu dou minha vida por você, e você lembra do Carl? - Rosnou.
Mordi meu lábio.
- Eu... Não sei. - Respondi.
Daryl suspirou e sentou do meu lado.
- Você é minha mulher.
Balancei minha cabeça.
- Abraham me falou.
- Você não lembra, pois não? - Perguntou ele.
- Eu... Posso não lembrar direito mas... Sinto meu corpo chamando por você. - Disse eu. - É normal eu querer que um arqueiro me abraçe? Porque eu não acho isso normal. Eu não lembro de você, mas meu corpo, meu coração.... sim.
Ele balançou a cabeça.
- Mas você tem medo de mim.
Olhei a mão dele, depois o braço nu, e por fim cheguei nos olhos.
- Desculpa. - Disse eu.
Daryl respondeu com um simples "hum" e saiu de casa, me deixando sozinha.

Era noite e eu estava sentada em cima da mesa da cozinha, com um copo na mão e pensando. Escutei ele se aproximar e olhei a porta. Ele sorriu um pouquinho.
- Macaca mesmo. - Disse Daryl.
- Quê? - Perguntei.
- Nada. - Respondeu. - Vou subir. Deixo você no quarto maior, eu durmo no outro... O que deveria ser da...
- Lauren. - Respondi.
Desci da mesa e me aproximei de Daryl. Vi ele parar de respirar e ficar tenso.
- Ela... Abraham me falou que... - Fechei os olhos. - Ela está... morta?
- Não sei.
Balancei minha cabeça, mordi meu lábio e Daryl subiu.

Depois de horas sem dormir, sentei na cama, no escuro. Rosnei. Eu não conseguia dormir sozinha. Meu corpo gritava por Daryl.
Suspirei, pulei da cama e saí do quarto. Caminhei sem fazer barulho até á porta do outro quarto. Parei, tocando na porta e, depois de um suspiro, abri.
Claro que ele não estava dormindo. Mesmo na escuridão, vi sua cabeça, em cima dos braços, girar na minha direção.
Fechei a porta e me encostei nela.
- O que houve? - Perguntou com sua voz rouca.
- Eu... Não consigo dormir.
Daryl, deitado olhando para cima, se mexeu e abriu os braços, me chamando com a mão. Como seu fosse uma máquina, meus pés se mexeram sozinhos até ele e me deitei junto do seu peito. Senti Daryl suspirar e meu corpo relaxou de repente, sentindo que conhecia aqueles braços, aquele corpo, aquele toque. Senti que estava segura ali.
Adormeci em segundos, com Daryl me olhando.

A História de Malia Mason - 11a TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora