Intimidades: Seu toque

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Seu coração se encheu de alegria ao ouvir a risada dele. Os olhos estavam apertados, o nariz levemente enrugado, e dos lábios finos saía uma adorável gargalhada. Você o acompanhou no riso, jogando o corpo para trás.

Quando finalmente se recuperaram, arfaram.

— Talvez essa não seja a melhor música para iniciantes. — Severus comentou, um sorriso ainda pairando sobre os lábios.

— Acha? — você perguntou ironicamente, mas o sorriso cúmplice que deram um para o outro indicava a leveza daquela conversa.

— Ainda posso te fazer tocar. — ele comentou, olhando em seus olhos.

— Como? — você sussurrou.

Severus passou o braço ao redor do seu corpo, colocando a mão sobre a sua e posicionando seus dedos nas teclas de piano. A outra mão dele pousou sobre a sua outra, que também foi posicionada.

Sua respiração encurtou ao mesmo tempo em que ele encurtava o espaço entre vocês. A proximidade era tanta que você podia sentir a movimentação da respiração dele contra seu corpo e o ar que saía do nariz dele soprar em seus cabelos. Os pelos de seus braços estavam eriçados, e a julgar como estavam, tinha a certeza que ele podia sentir com o antebraço o quão arrepiada você ficava.

Então, os dedos dele forçaram os seus a apertarem as teclas do piano e o ambiente foi preenchido pelo som de "Clair de Lune" sendo tocada em um ritmo mais lento para que você pudesse seguir os comandos. Seus olhos fecharam e você foi transportada para a lembrança de quando compartilharam um momento especial sob a luz da lua.

O nariz dele traçou um caminho em sua nuca, a música agora soando ainda mais lenta e sem compasso, enquanto seu coração acelerava com a carícia singela. Com o passar do tempo, Severus começou a demonstrar mais e mais, com gestos e palavras, o que crescia entre vocês dois. Você adorava cada nova atitude vinda dele e retribuía com mesmo carinho. Estavam embalados no mesmo sentimento e seguiam o mesmo ritmo calmo de demonstração de afeto. Era bom poder compartilhar algo tão íntimo com quem a entendia profundamente.

A mão de Severus subiu pelo seu braço, fazendo com que você ficasse ainda mais arrepiada. Os dedos dele seguraram seu queixo e puxaram delicadamente seu rosto na direção dele. Você virou seu tronco para ele e o olhou. Tão perto. Ele fitou seus lábios e você sentiu o dedão dele traçar a linha de sua boca, fazendo seu corpo queimar de antecipação.

Ele aproximou-se lentamente e colou os lábios aos seus. O beijo foi calmo, leve, como tudo o que significava nessa relação, e ainda assim, necessitado. As mãos dele passearam por sua cintura, enquanto você afundava os dedos nos cabelos dele, o puxando para si, não querendo que aquele momento tivesse algum fim. Você sentiu um aperto em sua coxa, o calor caminhou por todo seu corpo, mas antes que pudesse se mover, uma batida na porta chamou a atenção.

— Professor Snape? — a voz soou abafada atrás da madeira. O trabalho chamava.

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