O começo.

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Dias de preguiça, ou como costumo chamar "Quartas-feiras". Não estamos no início da semana, porém também não estamos no final, mas ainda sim, tenho que vir para faculdade.

Sabe, eu poderia estar em casa dormindo ou comendo, sei lá. Qualquer coisa séria melhor do que estar aqui, mas infelizmente preciso de nota. Conseguia ouvir a voz do professor explicando a matéria, mas não conseguia prestar atenção pois meus pensamentos estavam em outras coisas no momento. De repente me lembrei de acontecimentos da noite anterior, já era quase a hora de dormir quando a mulher com quem eu tenho saído há alguns meses me mandou uma mensagem dizendo que estava com saudades e que seus negócios na China haviam acabado. É possível que a mesma retorne para a Coreia ainda hoje, isso me deixa ansiosa, porém feliz, muito feliz.

Eu a conheci de uma maneira inusitada. Era um domingo ensolarado e eu estava na minha livraria favorita dando uma olhada nos livros recém chegados até que um em questão me chamou atenção, era um romance policial bobo. Nós duas pegando ele ao mesmo tempo, foi como nas novelas, sabe? Nossos olhares se cruzaram e disso surgiu uma faísca. Apesar de tudo, pouco sei sobre a vida particular dela, mas não posso reclamar, ela também não sabe muito da minha.

– Pensando na mulher misteriosa de novo? - Joohyun apoiou seus cotovelos sobre a mesa. Seus olhos bem desenhados me encarando causam o mesmo arrepiou na espinha que eu sinto quando aquela mulher me olha nos olhos. – Não sei o porquê de tanto suspense. Quando vai nos apresentar ela?

Alternei olhares entre meu grupo de amigas. Nunca pensei que teria de apresentá-las a ela algum dia, isso parece tão bobo agora que somos adultos.

– Algum dia... Eu acho... - Respondi sem dar esperanças as demais ali presentes. – Na verdade isso é uma coisa tão banal, por que vocês querem tanto saber quem ela é?

– Por pura vontade de fofocar! - Rebateu Seulgi sem tirar os olhos do seu pequeno espelho portátil.

– Ela tem razão! - Joohyun insistiu em defender o argumento de sua gêmea. – Faz um tempo desde há última vez que falamos da vida uns dos outros.

Revirei os olhos sem paciência. Eu deveria saber que nada de útil viria dessas duas.

– A propósito, vai lá em casa hoje. Vamos receber nossa mãe com um jantar especial - O olhar esperançoso de Joohyun me impedia de negar seu convite. – Talvez a gente peça comida e eu faça Miyeok-guk!

– Claro. Claro. Eu vou!

Parando para pensar, tem pouco mais de um ano que eu conheço as gêmeas bivitelinas, Seulgi e Joohyun, e nunca fui na casa delas, não por falta de convites, mas sim por compromissos importantes me impossibilitarem disso.

A conversa se prolongou por longos minutos até nos darmos conta de que a aula havia chegado ao fim.

[...]

O último período acabou por ser vago consequentemente sairíamos mais cedo. Disse as meninas que as encontraria na entrada da faculdade já que decidi de última hora comprar uma bebida nessas máquinas de vendas espalhadas pelo campus.

Tomei um gole de energético antes de sentir meu celular vibrar. Eram três notificações de mensagens, todas da mesma pessoa, minha possível namorada.

TaeTae (Mensagem)

Chegarei cansada em casa. Podemos nos encontrar amanhã?


TaeTae (Mensagem)


Desculpe por isso, sei que lhe dei uma falsa esperança de nos encontramos hoje.


Their MotherOnde histórias criam vida. Descubra agora