Segundo Capítulo.

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O meu vai e vem pelo corredor certamente chamaria a atenção de quem passasse por ali. Roendo as unhas, centenas de pensamentos me vem a mente. Como fui acabar nessa situação?



- Este certamente não é o caminho para o banheiro, senhorita.



Sua voz melodiosa atrás de mim causou-me arrepios indescritíveis. Parei estática em frente a única porta presente naquele grande corredor.



- F-Foi um alarme falso. Na verdade eu queria dar uma olhada na casa! - Respondi passando por aquela porta e batendo a mesma com força atrás de mim.



Eu não conseguia deixar de suar frio. TaeYeon deu dois toques suaves à porta antes de abri-la lentamente. Fechei meus olhos com força enrijecendo meu corpo.



- Compreendo perfeitamente sua curiosidade, Seulgi e Joohyun me disseram que seria a primeira vez de uma amiga delas aqui, mas este é meu escritório particular! - Ouvir o barulho dos seus saltos socando o chão instiga minha ansiedade, mas não é algo totalmente ruim, afinal, eu não estou com medo dela. - Não costumo receber visitas aqui, porém posso abrir uma exceção nesse momento - Seus dedos delicadamente seguraram uma madeixa do meu cabelo. Nossos rostos estão próximos.



Abri meus olhos e minha primeira visão foram aquelas orbes castanhas escuras como a noite.



- Não sei como eu deveria me sentir. Minha mente diz que é errado, mas meu coração fala o contrário... - Disse sem tirar a atenção dos seus finos lábios cobertos por um gloss cuja a fragrância eu conheço como a palma de minha própria mão. Foi eu quem deu a ela.



Seus braços envolveram meu pescoço em uma espécie de abraço frouxo. Eu posso jurar que o clima nesse momento é de caça e caçador, onde eu sou a caça. Não posso me permitir dormir com a mãe daquelas duas, mas também não é justo me privar disso já que não seria a primeira vez. Aproximei ainda mais meu rosto da face dela, eu quero um beijo.



- Céus, Stephanie. Aqui não. Não com elas em casa. - Tae se afastou com um sorriso divertido. - Nunca pensei que veria um lado tão depravado seu. Eu nunca faria nada do tipo com minhas filhas em casa.



Um riso sem graça tomou conta dos meus lábios. Onde eu estava com a cabeça? É claro que TaeYeon não faria nada. Devo ter esquecido que esse é apenas o seu jeitinho de brincar comigo.



- Elas sabem sobre nós? - Parece a ver uma pulga em minhas vestes já que não consigo parar quieta. Sempre movimentando uma parte do corpo graças ao nervosismo, agora minha perna treme involuntariamente.



- Eu não contei... Na verdade, eu sequer sabia que você conhecia as duas. - A mulher caminhou até uma de suas estantes embutidas na parede e de lá pegou um pequeno frasco de conhaque. - Sendo totalmente sincera com você, minha querida. Se eu soubesse disso, não teria dado o primeiro passo naquele dia!



Ouvir TaeYeon dizer tais palavras e vê-la bebendo aquilo como se não fosse nada demais o que acabará de falar fez meu coração doer como nunca doeu antes.



- O que fazemos então? Paramos por aqui? - Mordi os lábios torcendo para que a resposta fosse "não".



- Óbvio que não, eu gosto dos nossos momentos. Isso tudo é apenas uma confusão bem grande. Não sei como minhas meninas irão lidar com isso quando souberem, mas eu não vou deixar de viver a minha vida por conta daquelas duas e você é parte da minha vida agora, uma parte bem importante. - Tae sorriu como sempre, aquele sorriso acolhedor, sabe? Agora entendo o porquê de sempre dizer a ela que a mesma sorri como uma mãe orgulhosa e acolhedora em momentos como este.

Their MotherOnde histórias criam vida. Descubra agora